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Especial

Ano 1 - N° 44 - 24 de Fevereiro de 2008

JORGE HESSEN
jorgehessen@gmail.com
Brasília, Distrito Federal (Brasil)
 

Fenômenos de TCI revivem os fatos que deram origem ao Espiritismo

Em 31 de março próximo será comemorado o aniversário 
de 160 anos dos fenômenos de Hydesville, cujas
protagonistas foram Kate e Margareth Fox

"A Transcomunicação Instrumental vem repetir, nos tempos atuais, o que representou para o mundo a fenomenologia de Hydesville, no Estado de Nova York, nos idos de 1848, que culminou com a chegada do Consolador prometido pelo Cristo à Humanidade". (1) Altivo Ferreira, diretor da FEB, remete-nos aos dias gloriosos de Allan Kardec. "À época do Codificador, a Transcomunicação estava presente nas primeiras mensagens através da mesa pé-de-galo ou, depois, na pequena cesta de vime, ou de outros fenômenos, pela manifestação das mensagens fixadas em ardósia, sem contato humano”. (2) 

Realmente, o professor Hippolyte Léon Denizard Rivail, em maio de 1855, tomou conhecimento de mesas que respondiam com batidas às perguntas feitas aos "Espíritos". "O gênio de Lyon viu aí que havia um poder inteligente por trás desse mini-poltergeist" (segundo o pesquisador Hernani Guimarães Andrade). “O método está muito aquém da técnica contemporânea, mas o princípio de conversar com entidades sem a boca e os ouvidos do médium está todo aí." (3) Indubitavelmente foi Allan Kardec que interpretou esse belo fenômeno, desde seu início, quando codificou a Doutrina Espírita, revelando e confirmando a imortalidade da alma.

Naquela época, os instrumentos para a Transcomunicação foram principalmente as "mesas girantes", entre outros. Com o avanço tecnológico, os Espíritos têm utilizado os equipamentos eletrônicos disponíveis da atualidade para se comunicarem, como a televisão, gravadores, telefones, computadores e chapas fotográficas sensíveis em câmaras de alta velocidade. É o fenômeno de transcomunicação Instrumental que, por definição, é o uso de instrumentos eletrônicos para o intercâmbio com a vida além-túmulo. (4)

O Livro dos Espíritos, questão nº 934, registra: "Tendes, porém, uma consolação em poderdes comunicar-vos com os vossos amigos pelos meios que vos estão ao alcance, enquanto não dispondes de outros mais diretos e mais acessíveis aos vossos sentidos". (5) (grifamos) Destarte, os grandes gênios da humanidade estão a um apertar tecla de aparelho de gravação e são a chave mestra para abertura dos pórticos dos mistérios da vida espiritual. "Com eles estão os segredos do tempo, do espaço, da História, da ciência, da filosofia." (6) Eles possuem o archote capaz de nos iluminar a caminhada entre as duas estações densas de nossas indagações transcendentais: de onde viemos e para onde vamos?

"Extraordinárias descobertas descortinam novos e grandiosos horizontes aos conhecimentos humanos". (7) Embora pareça uma novidade para muitos, a rigor, a pesquisa de TCI já tem mais de 100 anos. Segundo os pesquisadores, Thomas Edson teria sido o primeiro a cogitar da possibilidade de contatar os mortos, quando disse que se ele conseguisse criar um aparelho sutil o suficiente para que pudesse ser manipulado pelos que já partiram, o intercâmbio ocorreria. Porém, só com o advento da Eletrônica é que os contatos interdimensionais começaram a se firmar, ou seja, a partir dos anos 50. E foi em junho de 1956, em Estocolmo, que um homem dedicado a gravar pássaros, Friederich Jürguenson, gravou pela primeira vez uma voz do Além-Túmulo. "As suas experiências ensejaram ao grande pesquisador Raudive dar prosseguimento. Mas, nessa época, já o grande engenheiro Meek tentava nos EUA realizar esse admirável trabalho, utilizando o Spiricom. (8) Através de três gerações sucessivas e tentativas de Spiricom, eles lograram gravar vozes atribuídas inclusive a Charles Richet, o pai da metapsíquica humana." (9)

"Há uma preocupação em saber se a TCI se tornará reconhecida pela ciência, contudo, é da natureza humana a característica de combater, contestar, reagir, e esse processo é natural, levando ao conhecimento de todos sobre esses fenômenos, sendo inexistente negar-lhe a legitimidade dos fatos comprovados." (10) As religiões já vêm afirmando que se vive depois da morte há mais de 5.000 anos, mas a ciência não tem prestado muita atenção. "Quem sabe, se ao invés disso ser dito sob teor religioso, mas comprovado como uma verdade científica, tenhamos a disseminação efetiva dessa realidade – cujo resultado, imaginamos, será o de trazer mais responsabilidade para o Homem, enfim, novos rumos para a Humanidade." (11)

Atualmente, por ser a comunicabilidade interdimensional uma realidade, cremos que no porvir não muito distante a Ciência oficial passará a se defrontar com a realidade do Espírito, devidamente comprovado em laboratório. Até porque "Químicos e físicos, geômetras e matemáticos, erguidos à condição de investigadores da verdade, são hoje, sem o desejarem, sacerdotes do Espírito, porque, como conseqüência de seus porfiados estudos, o materialismo e o ateísmo serão compelidos a desaparecer, por falta de matéria, a base que lhes assegurava as especulações negativistas." (12)
 
A parte científica do Espiritismo abarca áreas como a pesquisa de casos de Poltergeist, Reencarnação, E.Q.M., Visões em Leito de Morte, Telepatia, Clarividência, Regressões a Vidas Passadas etc. e, embora todos esses fenômenos sejam fartos de evidências, carece de documentação para sair da categoria de metaciência. A Transcomunicação Instrumental é um segmento rico em possibilidades no levantamento de provas a favor da realidade da sobrevivência pós-morte, além de evidenciar a comunicabilidade.
 
Para chegar ao que é hoje, a Doutrina teve de caminhar dos Estados Unidos para o México, daí para a Escócia e depois à Inglaterra, até chegar às mesas girantes de Paris, em 1853. Como disse Allan Kardec, na Revista Espírita de maio de 1864, os fenômenos surgiram primeiro nos EUA como de efeitos físicos, porque estavam na índole daquele povo. Quando penetraram na França, que era o berço da cultura universal de então, mudaram as características do fenômeno, de efeitos físicos para efeitos inteligentes. "No Brasil, temos quase um século e meio de convivência com os fenômenos de efeitos inteligentes. Não precisamos mais de materialização de Espíritos, movimentação de objetos à distância, escrita direta etc. e outros tipos de fenômenos para nos convencer de coisa alguma. Os Centros Espíritas trabalham basicamente com o fenômeno inteligente, que busca a transformação moral da humanidade." (13)

Os fenômenos de Hydesville provocaram um rebuliço geral, atraindo a atenção de pesquisadores, da Imprensa e dos religiosos. Com o avanço da Cibernética e da Informática, os Espíritos estão buscando outros caminhos para provocar os mesmos resultados. No entanto, é extremamente importante lembrarmos que "O Centro Espírita tem sua função, como pólo difusor doutrinário e posto de socorro ao semelhante. Não se pode negar a validade das experiências de transcomunicação, como também não se pode negar os resultados obtidos pela TVP (Terapia de Vidas Passadas), pois seria o mesmo que negar a reencarnação. Mas nem uma nem outra são finalidades do Centro. A TVP é para a clínica médica especializada, assim como a TCI é um trabalho para pesquisadores". (14)
 
Procuramos sempre evitar relacionar a TCI com o Espiritismo especificamente. Isso porque, pela sua natureza, a TCI é uma "tecnologia científica" que surgiu independentemente de qualquer atitude ou base religiosa. Ela poderá ter implicações religiosas apenas nos seus efeitos. A TCI unicamente funcionará como uma evidência de apoio à hipótese da sobrevivência após a morte física e à comunicabilidade com o plano espiritual. Este aspecto é comum a todas as religiões espiritualistas.
 
Recordo que o Papa João Paulo II, em 1983, disse: "O diálogo com os mortos não deve ser interrompido, pois, na realidade, a vida não está limitada pelos horizontes do mundo". (15) Posteriormente, em novembro de 98, dirigindo-se a peregrinos em Roma, conforme transmitido pela Rádio Vaticano, João Paulo II novamente afirmou: “Não se deve pensar que a vida depois da morte começa no Dia do Juízo Final. Condições muito particulares existem depois da morte natural. É uma fase de transição. Enquanto o corpo se dissolve, os componentes espirituais prosseguem vivos. Esse elemento espiritual é formado pela própria consciência e seu livre-arbítrio. O homem existe sem o corpo físico”. (16)

O Padre François Charles Antoine Brune dedica-se a estudos dos fenômenos de TCI. Brune declara que "O após vida existe e nós podemos nos comunicar com aqueles que chamamos de mortos". (17) Autor dos livros "Os Mortos nos Falam" e "Linha Direta do Além", François Brune ainda esclarece: "Escrevi estes livros para tentar derrubar o espesso muro de silêncio, de incompreensão, de ostracismo, erigido pela maior parte dos meios intelectuais do ocidente. Para eles, dissertar sobre a eternidade é tolerável; dizer que se pode entrar em comunicação com ela é considerado insuportável. (...) Eu quero mostrar que a vida continua, que há Deus que nos ama, que nos espera e que o único valor da vida é o amor. Quero mostrar que a vida depois da morte depende de nossa vida neste mundo”. (18)  

Fontes:

[1] Entrevista com Altivo Ferreira. Fonte: Jornal Alavanca , de novembro-dezembro de 1997.
[2] Depoimento de Divaldo P. Franco no programa "Espiritismo Via Satélite", dia 2/11/97, disponível em http://www.consciesp.org.br, acessado em 23/1/2005.
[3] Disponível em www.espiritismogi.com.br, acessado em 12/11/2005.
[4] Leia Ponte Entre o Aqui e o Além, de Hildegard Shäffer (Ed. Pensamento), em que tudo está descrito com detalhes, incluindo as técnicas.
[5] Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed. FEB 2001, pergunta 934.
[6] Disponível em www.espiritismogi.com.br, acessado em 02/11/2005.
[7] Xavier, Francisco Cândido. Nos Domínios da Mediunidade, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2000, Cap. 1.
[8] Spiricom é um vocábulo formado pela contração de duas palavras do inglês: spirit e comunication. Ela serve para designar um sistema eletrônico que possibilita a comunicação verbal, direta e em dois sentidos, com os Espíritos de pessoas já falecidas.
[9] Depoimento de Divaldo P. Franco no programa "Espiritismo Via Satélite", dia 2/11/97, disponível em http://www.consciesp.org.br, acessado em 23/1/2005.
[10] Atualidade do Pensamento Espírita, pelo Espírito Vianna de Carvalho – Divaldo P. Franco.
[11] Associação Nacional de Transcomunicadores (ANT), disponível em http://grupopas.com.br/artigos.asp, acessado em 22/10/2005.
[12] Idem, cap. 4.
[13] Entrevista com Hernani Guimarães Andrade Fonte: Revista de Espiritismo N. 26 – 1995.
[14] Entrevista com Altivo Ferreira Fonte: Jornal Alavanca, de novembro-dezembro de 1997.
[15] Consciência espírita - www.consciesp.org.br, disponível em http://www.guia.heu.nom.br/t_c_i_.htm, acessado em 11/10/2005.
[16] Idem.
[17] Brune, François. Os Mortos nos Falam, Sobradinho, DF: Edicel, 1991, 1ª edição.
[18] Idem.


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita