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Crônicas e Artigos
Ano 1 - N° 43 - 17 de Fevereiro de 2008

MARTHA RIOS GUIMARÃES
marthinharg@uol.com.br
São Paulo, SP (Brasil)
 
 

Tribuna livre para discussão de temas doutrinários, a Revista Espírita serviu de complemento e desenvolvimento
do Espiritismo

Mesmo sem ter sido o primeiro veículo doutrinário, a Revista Espírita, criada por Allan Kardec, ocupou o posto de principal meio de comunicação entre o Codificador e os adeptos do Espiritismo. 

A publicação de O Livro dos Espíritos superou todas as expectativas atingindo rapidamente um êxito jamais imaginado por Allan Kardec, que recebia correspondências de todos os lugares do mundo, contendo relatos de fatos espíritas, perguntas relativas à nova doutrina e congratulações ao Codificador. Também era comum surgirem, à sua porta, visitantes ansiosos por mais esclarecimentos, isso sem contar os artigos injuriosos contra o Espiritismo, publicados em jornais diversos. Já existiam, à época, algumas publicações dedicadas aos interesses espíritas – um na Suíça e mais de uma dezena nos Estados Unidos -, mas nenhum deles publicado na França, berço do Espiritismo e nação onde já havia muitos adeptos da Boa Nova. Desta maneira, Kardec constatou a necessidade de criar uma publicação que pudesse colocar os interessados a par dos acontecimentos doutrinários e que servisse de fonte de instrução. Além do mais, seria um excelente canal de comunicação para que o Codificador respondesse, de forma coletiva, as consultas que recebia por carta. 

Surgia, assim, em 1O de janeiro de 1858, o primeiro número da Revista Espírita – Jornal de Estudos Psicológicos (título alterado para Revista Espírita, em 1913), editada e publicada sob a responsabilidade direta de Allan Kardec até a sua desencarnação, em 31 de março de 1869 (quando revisava o volume de abril). Sem contar com um único assinante, o ilustre professor a publicou por sua conta e risco e, em menos de um ano, estava espalhada por todos os continentes, ganhando, rapidamente, o posto de principal veículo jornalístico da Nova Revelação. 

Como o próprio editor da publicação enfatizava, a Revista Espírita funcionava como uma tribuna livre onde assuntos eram desenvolvidos e idéias debatidas, sempre se tomando o cuidado de “discutir, mas não disputar”, como dizia Kardec. Desta forma, fica visível que muitos capítulos das obras básicas da Codificação – publicadas após O Livro dos Espíritos - vieram à tona por meio dessa publicação, o que nos leva a afirmar que o estudo das edições da Revista Espírita publicadas durante seus primeiros 12 anos é fundamental para entendimento da Doutrina

Suas páginas nos levam a uma extraordinária viagem pelos aspectos filosóficos e religiosos da Doutrina; trazem relatos de manifestações dos Espíritos, aparições, evocações; instruções sobre o mundo visível e invisível, sobre as ciências, a moral, a imortalidade da alma, a natureza e o futuro do homem. Versam, ainda, sobre a bondade e a misericórdia divinas, as relações do Espiritismo com o magnetismo e com o sonambulismo; a explicação das lendas e das crenças populares, da mitologia de todos os povos e, claro, notícias relacionadas à Doutrina Espírita por todo o globo.  

Kardec também aproveitava notícias da imprensa diária, comentando-as sob o prisma espírita, e informava seus leitores sobre obras importantes e peças teatrais, revelando sua ampla bagagem cultural. Em algumas ocasiões, com sua capacidade única de clareza e concisão, rebatia críticas ao Espiritismo, sempre com educação e respeito aos adversários.

Durante onze anos, apesar das dificuldades, Allan Kardec dirigiu a Revista Espírita responsabilizando-se sozinho por cada edição. Por sua importância, podemos afirmar que este periódico serviu de complemento e desenvolvimento da obra doutrinária iniciada em 1857. 

Nota da Autora: 

Após o desencarne do Codificador, a Revista Espírita continuou sendo publicada por seus continuadores, com interrupções entre 1915 e 1917 (Primeira Guerra Mundial); entre 1940 e 1947 (Segunda Guerra Mundial) e entre janeiro de 1977 e maio de 1989 (ao que tudo indica por motivos financeiros). Em 11 de maio de 1989, a União Espírita Francesa obteve o registro oficial da Revista Espírita e reiniciou a sua edição em conjunto com o Conselho Espírita Internacional (CEI). Hoje a Revista Espírita é editada em francês, esperanto, espanhol, inglês, polonês e russo.

A coleção completa da Revista Espírita, referente aos anos 1858 a 1869 (edição de Allan Kardec), é composta por doze volumes – quase sete mil páginas – e pode ser adquirida na Livraria da União das Sociedades Espíritas (USE).
 

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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita