WEB

BUSCA NO SITE

Página Inicial
Capa desta edição
Edições Anteriores
Quem somos
Estudos Espíritas
Biblioteca Virtual
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English Livres Spirites en Français  
Jornal O Imortal
Vocabulário Espírita
Biografias
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English Livres Spirites en Français Spiritisma Libroj en Esperanto 
Mensagens de Voz
Filmes Espiritualistas
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Efemérides
Esperanto sem mestre
Links
Fale Conosco
Espiritismo para crianças - Célia Xavier Camargo
Ano 1 - N° 43 - 17 de Fevereiro de 2008

 

A cobra
 

Caminhando por uma estrada de terra batida, no meio da mata, Lúcia ia tranqüila.

Morava num sítio das redondezas e dirigia-se à escola, distante uns quinhentos metros de sua casa.  

De súbito, dentre a vegetação, surgiu, se arrastando, enorme e ameaçadora cobra. Colocando-se no meio do caminho, ela armou o bote e ficou esperando.

A princípio  assustada,  a menina  parou.  Pensou em voltar.

Naquele momento, porém, lembrou-se de tudo o que já aprendera. Sua mãe sempre lhe dizia que tudo na Natureza é criação de Deus, e que devemos respeitar qualquer forma de vida, seja ela humana, animal ou vegetal.

Assim, enchendo-se de coragem, tendo o cuidado de manter uma boa distância, dirigiu-se ao réptil dizendo:

— Minha amiga Dona Cobra. Nada tenho contra a senhora. Ao contrário, somos todos irmãos, porque filhos de um mesmo Pai, que é Deus.  Estou a caminho da escola e preciso passar por este lugar, que a senhora está ocupando. Assim, se fizer a gentileza de deixar-me passar, eu lhe ficarei muito grata.    

A voz da menina, serena e doce, aquietou o animal, que a contemplava com seus olhinhos miúdos. Depois, parecendo compreender o que lhe foi dito, coleou pela terra lentamente, desaparecendo no meio do mato.

Lúcia, grata a Deus pela proteção que lhe dera, continuou seu trajeto até a escola.

Durante horas, ali permaneceu entregue às atividades escolares, esquecendo-se do incidente.

Mais tarde, quase no horário de tocar o sinal para a saída, chegou alguém. Era um homem que tinha socorrido um menino. Ainda assustado, contou ele: 

— Eu vinha a cavalo pela estradinha, quando vi um moleque ao longe, na minha frente. Ele tinha um pau na mão, e brincava, batendo nas árvores à beira do caminho, assustando os passarinhos e afugentando os pequenos animais. Percebi quando uma enorme cobra surgiu à sua frente. Quis avisá-lo do perigo, gritar para que ficasse quieto, sem fazer movimentos bruscos, mas não deu tempo. O menino, ágil, levantou o porrete, tentando esmagar a cobra. Ela, porém, foi mais rápida e, dando um bote certeiro, picou-o.

— E o garoto, como está? — perguntou a professora, aflita.

— Felizmente,  foi  socorrido   há   tempo.   Encontra-se  no

hospital da cidade, sob cuidados médicos. Como ele estivesse com uma mochila escolar, pelo horário, cheguei à conclusão de que era um aluno que tinha “matado” a aula, e a trouxe para a senhora. Aqui está ela! — disse ele, entregando a mochila à professora.

— É do Roberto! Bem que estranhei ele não ter comparecido hoje à escola! Muito obrigada, senhor. E os pais dele, já foram informados?

— Exatamente por isso vim aqui. Não sei onde ele mora. Se me disser o endereço do garoto, irei avisar à família dele.

A professora explicou onde Roberto morava, e o bom homem despediu-se, apressado. 

Após a saída dele, Lúcia comentou:

— Deve ser a mesma cobra que encontrei hoje cedo na estrada!        

— É verdade? Você viu uma cobra? Conte-nos! Como foi isso? — quis saber a professora.    

E Lúcia, diante da classe que a ouvia com atenção, relatou o que tinha acontecido com ela, como se portou diante do perigo e como a cobra se afastou, sem molestá-la. 

O   silêncio   se  fez  na sala.  Todos  estavam  perplexos  e

pensativos.  
Ficou muito claro como o comportamento de cada um determinara uma reação diferente do animal. O respeito de Lúcia e a agressão de Roberto geraram conseqüências diversas.  

A professora, satisfeita com a lição, completou: 

— Se Roberto tivesse vindo para a escola, como era seu dever, não estaria agora sofrendo e nem dando preocupação a seus pais. Nada mais há para ser dito. Está terminada a aula.             

                                                                  Tia Célia    
   


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita