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Crônicas e Artigos
Ano 1 - N° 42 - 10 de Fevereiro de 2008

LEDA MARIA FLABOREA
ledaflaborea@uol.com.br
São Paulo, SP (Brasil)

O expositor espírita

“Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for
boa para promover a edificação, para que dê graça aos
que a ouvem”.
(Paulo, EFÉSIOS, 4:29) 

O expositor espírita não pode transferir para os mentores espirituais o esforço e o preparo que lhe cabem. Por essa razão, independentemente da escolha que se faça, é primordial o conhecimento, não apenas da Doutrina Espírita – é o mínimo que se pode exigir de quem fala em nome dela, sem “achismos”, pontos de vista pessoais, isentos de sustentação doutrinária ou feitos de forma improvisada , mas dos fatos que fazem parte do dia a dia da própria existência. O espírita é um homem do mundo e esse conhecimento pode ter sido adquirido de forma acadêmica ou não.  

A falta de tempo não poderá ser uma desculpa para a ausência do estudo, da leitura de revistas, jornais ou outras fontes que permitam sua atualização. Aulas ou palestras são duas vertentes de um só objetivo: a divulgação do Espiritismo como doutrina consoladora e esclarecedora que abre novas perspectivas de entendimento da Vida e, em quaisquer desses trabalhos, o expositor espírita tem um compromisso com o aperfeiçoamento, porque sempre será responsável perante Deus e sua consciência pela consolação, esperança, reconforto e esclarecimentos aos assistidos ou alunos das quais se fará portador. “O orador é responsável, pelas imagens mentais que plasme nas mentes que o ouvem”. (1) 

Se, na assistência espiritual, ele trabalha com o aspecto emocional de quem o ouve – é de primordial importância que suas palavras atinjam o coração e a mente de quem busca alívio para suas dores , na aula, ele trabalha o conhecimento com objetividade. Em qualquer dos casos, é preciso muita atenção com o uso de uma linguagem acessível, pois se lida com um público heterogêneo. Esse aspecto é importante, porque o expositor espírita é um elo entre o Plano Espiritual e o público-alvo. Ele é, na verdade – e aí reside toda sua responsabilidade , um condutor de mentes.   

O seu comprometimento com a tarefa assumida lhe mostrará a marca da sua evolução. Daí a necessidade do estudo nobremente conduzido e de um trabalho constante, intenso e prolongado para a transformação de suas disposições íntimas. Esses recursos, somados a outros, o ajudarão a fazer com que consiga a assimilação dos ensinamentos evangélicos e doutrinários para quem necessita deles. É preciso clareza de idéias e transmissão segura para que não haja margem de dúvidas ou interpretações equivocadas. Por essa razão, torna-se indispensável que o expositor espírita conheça o público-alvo ao qual se dirigirá, porque o mesmo tema poderá ter diferentes enfoques. Entretanto, em se tratando de palestras, a mensagem deverá conter, sempre, alegria, esperança, reconforto e confiança em Deus. 

É importante lembrar que alguns que buscam a Casa Espírita, o fazem em momento de dúvidas pelas lutas diárias e pelas frustrações, ou movidos apenas pela curiosidade, e é dever de quem expõe o Evangelho ou temas doutrinários fazer com que saiam esperançosos, com novos conhecimentos, satisfazendo a curiosidade sobre a doutrina ou espalhando paz. Crentes de outras religiões procuram esclarecimentos no Espiritismo e não desejam ser espíritas. Quem procura uma Casa Espírita, quase sempre, está nervoso e impaciente, necessitado da mensagem pacificadora que o Evangelho traz. Pode-se imaginar o que aconteceria se encontrasse um expositor impaciente e intransigente? Daí a adequação de termos de uma mensagem – com começo, meio e fim – que possa atuar na mente e no coração de quem sofre, sensibilizando-o e preparando-o para dar continuidade à assistência espiritual, se for o caso, por exemplo, o passe. 

Podemos perceber, até agora, que para ser um bom expositor espírita são necessários alguns requisitos, elementos fundamentais que lhe permitirão um melhor desempenho. Podemos destacar, entre eles: 

RESPEITO – a atitude de respeito à equipe encarnada e desencarnada traz harmonia e rendimento. Assim, o expositor espírita deve respeito aos dirigentes das tarefas, aos companheiros e, principalmente, aos assistidos ou alunos. 

DISCIPLINA – envolve o compromisso com a tarefa: responsabilidade com a preparação adequada da mesma; humildade, consciente de que é somente um instrumento de Deus, em tarefa redentora de passado comprometido com escolhas equivocadas – muitos poucos não o são e equilíbrio, ou seja, que suas palavras e atos estejam em harmonia, pois querendo ou não, o seu exemplo fará diferença junto aos companheiros envolvidos no trabalho. 

PONTUALIDADE – ninguém é insubstituível. Portanto, é indispensável chegar ao local para a realização da tarefa com trinta minutos de antecedência, ao menos. A harmonização com o ambiente físico e espiritual é de grande importância, porque tudo isso ajuda ao estabelecimento do equilíbrio para que a tarefa se realize a contento, ou seja, atinja os objetivos propostos.

VOCAÇÃO – este é um aspecto bastante interessante e que deve ser levado em conta na hora de fazer a escolha para essa tarefa: falamos do sentimento, isto é, da vontade real de ajudar o próximo dessa forma. Sem isso, todos os outros requisitos perdem sua importância, pois não conseguem, por si só, sustentar o trabalho.  

VOZ E IMAGEM – tom monocórdio e um traje descuidado ou inadequado ao ambiente não permitirão que a atenção do assistido se volte para mensagem exposta. Daí a necessidade da voz fraterna, audível, vibrante – sem gritar –, gestos simples e a imprescindível renovação interior, para transmitir com segurança a essência evangélica e doutrinária. Não se pode perder de vista que o assistido observa tudo e que, antes de emitirmos a voz, não importa em qual situação, nosso corpo fala através da postura, do olhar, etc. Em síntese, é necessário amor nos gestos, no olhar e na voz. 

VOCABULÁRIO – é impossível falar em nome da Doutrina Espírita sem usar o vocabulário espírita, contido na Codificação, procurando abolir nas palestras ou aulas os vocábulos impróprios, expressões pejorativas, gírias, historietas impróprias – o Evangelho está repleto de passagens ilustrativas – e anedotas reprováveis. E, sempre que possível, como alerta André Luiz, “preferir o uso de verbos e pronomes na primeira pessoa do plural, ao invés da primeira pessoa do singular, a fim de que não se isole da condição dos companheiros naturais do aprendizado, com quem distribui avisos e exortações. Somos todos necessitados de regeneração e luz”. (2) 

Todo trabalho na seara de Jesus é bendito, pois apesar do esforço que o expositor espírita fará para ser digno do seu salário espiritual, precisa conscientizar-se de que mesmo imperfeito e vacilante em relação à sua evolução espiritual, a Doutrina necessita de seu concurso; que o pouco que está fazendo em prol dela e da sua própria evolução, como aprendiz do Evangelho, é muito, considerando que está dando o primeiro passo; e que, no momento que fala a ajuda espiritual não lhe faltará e, sim, que estará presente e atuante, se fizer a sua parte, compreendendo a importância do momento e dedicando-se, mentalmente, às vibrações de amor, paz, humildade e caridade.  

E com humildade e simplicidade deve sentir-se motivado para proferir contínuas palestras, tendo a certeza da ajuda do Mestre e a convicção de que primeiro se ilumina quem acende um fósforo.  

Bibliografia:

(1) – ANDRÉ LUIZ (Espírito). Conduta Espírita. [psicografado por] F. C. Xavier e Waldo Vieira. 18ª ed., Rio de Janeiro/RJ: Federação Espírita Brasileira, 1995, lição 14.

(2) – OLIVEIRA, Alkindar. Decálogo do Expositor Espírita.  Revista Espírita de Campos, out/dez/1997.                                    


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita