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Entrevista
Ano 1 - N° 42 - 10 de Fevereiro de 2008
ORSON PETER CARRARA
orsonpeter@yahoo.com.br

Matão, São Paulo (Brasil)

Octávio Caúmo Serrano:

A experiência de um
conhecido articulista

Paulista, mas residindo agora no Nordeste, o entrevistado
acumula atuação na imprensa, como dirigente espírita e
como orador, além da visão de duas regiões do Brasil
 

Octávio Caúmo Serrano (foto) nasceu em São Paulo, acreditou buscar qualidade de vida em outra região do país e entendeu depois a programação reencarnatória. Técnico em Contabilidade, vive a experiência de participar de duas instituições com o mesmo nome, em São Paulo e João Pessoa, além do convívio com várias instituições onde profere palestras em seu atual Estado. Tomou contato com o Espiritismo em 1974 e tornou-se muito conhecido com sua coluna mensal na Revista Internacional de Espiritismo (RIE), na qual escreve desde 1990. Autor de vários livros, nosso entrevistado revela seu     pensamento     sobre     vários    assuntos

relacionados ao movimento espírita.  


Quantos livros você já tem publicados? 

Além da doutrina, gosto da poesia e da literatura em geral. Publiquei dois livros que são coletânea de artigos que escrevi para a imprensa espírita: Pontos de Vista e Modo de Ver, prefaciados respectivamente pelos saudosos Miguel Pereira e Alberto de Souza Rocha, ambos distribuídos pela Casa Editora O Clarim. Escrevi alguns, praticamente esgotados: Trovas da Codificação, uma abordagem sobre O Livro dos Espíritos, Luz no Túnel e O Grande Mar, poemas, Tchau São Paulo, com crônicas sobre a grande metrópole, e um opúsculo sobre Os Essênios, que podemos enviar aos interessados que solicitarem pelo e-mail caumo@caumo.com. Trovas da Codificação pode ser encontrado na internet nos sites de pesquisa. 

– Há quantos anos está com a coluna bilíngüe na RIE?

Iniciamos a coluna em julho de 1998, há quase dez anos, com o artigo “Onde foi que eu errei?”, de muito boa repercussão, porque aborda o problema de mães e filhos. É uma experiência interessante e creio que levou muitos sites e editoras a copiarem a idéia de O Clarim. Hoje, há farta literatura em espanhol nas revistas e na NET. Nunca estudamos espanhol. Falamos e escrevemos como autodidatas de “recordações reencarnatórias”. Daí algumas expressões traduzidas ao pé da letra que não têm a fidelidade da fala nativa. Creio, no entanto, que todos compreendem muito bem. Há alguns meses temos uma confreira boliviana, Maria Renee, que nos ajuda para que o texto seja mais bem feito.  

– Sobre a experiência com a instituição espírita em João Pessoa (PB) e com as palestras pelo Estado, o que você pode dizer-nos?

A Casa Espírita de João Pessoa, o Centro Kardecista Os Essênios, é uma casa rigorosa quanto à disciplina. Até fechamos a porta no início dos trabalhos. Não aceitamos permitir tudo para ter casa cheia, embora a nossa tenha boa freqüência. Inspiramo-nos na comunidade essênia, zelosa nesse ponto. E, afinal, como diz o lúcido confrade José Raul Teixeira, não temos de trazer os hábitos da rua para o Centro, mas levar os hábitos do Centro para a rua. Só assim melhoramos a sociedade. Fazemos também palestras em diferentes casas espíritas, incluindo a Federação local. Na Capital existem mais ou menos 30 centros e no estado, 130.  

– Que critério utiliza  para elaboração de seus artigos da RIE e d´ O CLARIM e na escolha dos temas?

Meus artigos nascem da inspiração, da observação e do conhecimento. Ao visitar casas espíritas observamos o comportamento dos dirigentes, trabalhadores e público e analisamos se estão coerentes com a proposta de Jesus, explicada pelos Espíritos a Allan Kardec. Procuramos também temas polêmicos para dar-lhes versão racional. Por exemplo, a caridade que aparentemente tudo tolera, mas que no capítulo X de O Evangelho segundo o Espiritismo São Luís deixa claro que podemos repreender o que está errado. Um mero exemplo para ser lido atentamente.   

– Como tem sentido o movimento espírita no Nordeste? Quais as diferenças e pontos comuns que existem em relação ao movimento espírita de São Paulo?

O movimento no Nordeste é dinâmico. Fazem-se muitos congressos, encontros, seminários. Diferente de São Paulo, que se fundamenta na FEESP e USE, basicamente, com alguns centros adesos à Aliança e à Fraternidade dos Discípulos de Jesus (setor III), enquanto a orientação no nordeste é da FEB. A FEB defende Roustaing e o corpo fluídico de Jesus, o que é seguido pela diretoria da Federação Espírita da Paraíba, entre outras. Não acreditamos nessa farsa do Cristo, que afirmou não ter vindo para contrariar as leis. Aqui também encontramos espíritas maçons e muito ranço dos evangélicos nas cantorias de todas as casas espíritas. 

– O que diria sobre os temas polêmicos atualmente circulando pelo movimento espírita?

Sempre haverá temas polêmicos na imprensa espírita, porque sempre existirá aquele que precisa de evidência. Já quiseram reformar O Livro dos Espíritos, já quiseram excluir Kardec do Espiritismo, já veio a CEPA para criar algo novo. No entanto, ainda são raros os verdadeiros espíritas, incluindo-se os dirigentes das casas e federativas, mais preocupados em cristalizar-se nos cargos, mesmo à custa de atitudes desonestas, tudo muito próprio do ser humano imperfeito que vive num planeta de provas e expiações. Apesar de tudo, o Espiritismo segue em frente e ajuda muita gente. E novos missionários nascem todos os dias. Se a sua pergunta se refere basicamente aos índigos, digo que sempre reencarnarão Espíritos para ajudar a humanidade. Muitos adiantados em inteligência, outros em moralidade e alguns em ambas. O planeta está caminhando para o estágio de regeneração e isso acontecerá brevemente. Quem sabe daqui a 50/60 anos já teremos a nova Terra! É só observar os acontecimentos, os movimentos sociais, a luta dos ecologistas, o combate à corrupção como nunca se viu... Um sinal do que virá em breve. 

– E na sociedade brasileira, os desafios em geral, que visão lhe acarretam através do conhecimento espírita?

Temos defendido que somente a popularização do Espiritismo pode melhorar a sociedade. Quando a reencarnação for um fato aceito e vivido, inclusive pelos espíritas, não haverá desonestidade, aborto, estupro, seqüestro e outros crimes, porque haverá a certeza de que são erros a serem corrigidos, com dores ou sem elas. Vemos mesmo entre nós, os seguidores de Allan Kardec, uma teoria bem diferente da prática. O saber e o ser não têm caminhado juntos. Se os espíritas imaginam que estão “salvos” porque têm mais conhecimento, não fiquem muito certos disso. A quem mais é dado, mais é cobrado... 

– Como o movimento espírita poderá agir para superar os atuais desafios que enfrenta, inclusive o desinteresse pelos clássicos da literatura espírita?

O que faz as pessoas se interessarem pelo Espiritismo são os exemplos que observam. Mesmo nos lares, quando um dos cônjuges freqüenta até com certo fanatismo uma instituição, sem modificar-se, acaba afastando o parceiro da própria doutrina. Se não vê modificação no companheiro, não pode acreditar que seja essa uma boa religião. Afinal, a boa religião é a que melhora o homem. Ler, mesmo os clássicos, e quero crer que aqui entrem “Paulo e Estêvão”, “Há 2000 anos”, sem que o momento haja chegado, será como assistir ao flagelo de Jesus nos filmes da Semana Santa, sair do cinema emocionado e entrar no primeiro bar para descontrair com uma cervejinha. A emoção sem a razão de nada vale. 

– Somos contemporâneos dos 150 anos da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas e da Revista Espírita. Como estimular o estudo da citada publicação e utilizar a experiência da instituição fundada por Kardec em favor da atualidade do  movimento espírita?

A única forma é criar grupos a fim de mostrar que o próprio Kardec criou o estudo no Espiritismo. “O uni-vos e instruí-vos” é a única forma de alastrar o conhecimento doutrinário. Devemos considerar, também, que a edição e divulgação da Revista Espírita ainda é mínima. Quando criamos nosso Centro Kardecista Os Essênios em João Pessoa, escolhemos o dia 1º de abril de 1997 para fundação como marco referente ao dia da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, fundada em Paris a 1o de abril de 1858 e autorizada por portaria do Sr. Prefeito de Polícia, conforme o aviso de S. Ex. o Sr. Ministro do Interior e da segurança geral, em data de 13 de abril de 1858.

– Perante os que se encontram angustiados, desesperados, desnorteados, como fazer chegar com mais eficiência o conhecimento espírita que tanto nos têm beneficiado a vida?

O conhecimento espírita vem aumentando e é pouco a pouco que ele deve crescer. As seitas que mais cresceram, carismáticos e evangélicos, nada levam aos fiéis que sirva para o seu futuro espiritual. Uma continua dizendo que Deus castiga e a outra afirmando que já estamos todos salvos pelo sangue de Jesus, desde que entremos para a sua igreja e paguemos o dízimo. Enquanto o despertar não vier de dentro para fora, o sofrimento é uma trilha para buscar o caminho certo. Enquanto os homens forem acomodados, apesar do sofrimento, e desejarem resolver seus problemas sem esforço, ainda acreditando em milagres, o ciclo não se fecha. Lembramos o que disse Jesus a Judas, quando a mulher o ungiu com o óleo: “Os pobres sempre existirão”. Mesmo porque o Espiritismo nos explica que o pobre de hoje pode ser o rico invigilante de ontem. Por isso temos pobres mais orgulhosos que muitos ricos. Cada um tem seu próprio tempo. E Deus cuida de todos! 

 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita