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Estudando a série André Luiz
Ano 1 - N° 41 - 3 de Fevereiro de 2008

MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)  

Missionários da Luz
André Luiz
(Parte 17)

Continuamos nesta edição o estudo da obra Missionários da Luz,  de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada pela editora da Federação Espírita Brasileira, a qual integra a série iniciada com o livro Nosso Lar.  

Questões preliminares

A. Qual é a necessidade da doutrinação de Espíritos por parte dos encarnados?

R.: A doutrinação realizada pelos encarnados não é, segundo Alexandre, um recurso imprescindível, porque existem na esfera espiritual inúmeros agrupamentos dedicados exclusivamente a esse gênero de auxílio. Em certos casos, porém, a cooperação do magnetismo humano pode influir mais intensamente em benefício dos desencarnados que se encontrem cativos das zonas de sensação, na Crosta. Assim, quando é possível e útil, os Espíritos se valem do concurso de médiuns e doutrinadores encarnados, não só para facilitar a solução desejada, mas também para proporcionar ensinamentos vivos aos companheiros envolvidos na carne, despertando-lhes o coração para a espiritualidade. (Missionários da Luz, cap. 17, pp. 278 a 280.)

B. Onde o erro dos ministros religiosos que se desviam?

R.: Seu erro, que deriva de suas imperfeições morais, advém do fato de darem sentido literal aos ensinamentos da fé, de estimarem os interesses imediatos, de buscarem as honrarias humanas e, por fim, de se furtarem à lei do testemunho próprio, no campo das virtudes edificantes. Por causa disso, a maioria não pondera na exemplificação do Mestre Divino e cerra os olhos e ouvidos aos sacrifícios apostólicos. (Obra citada, cap. 17, pp. 281 a 284.)

C. De onde vêm os recursos plásticos utilizados na sessão de doutrinação dos Espíritos e qual é a sua finalidade?

R.: As forças mentais – vigorosos recursos plásticos – são emitidas pelos médiuns e demais componentes da reunião. Esse material é utilizado pelos benfeitores espirituais para se tornarem visíveis aos irmãos perturbados e aflitos ou para materializar provisoriamente certas imagens ou quadros, indispensáveis ao reavivamento da emotividade e da confiança nas almas infelizes. (Obra citada, cap. 17, págs. 289 a 296.)

D. Que efeito teve sobre Marinho a presença de sua mãe na reunião mediúnica?

R.: A presença materna produziu salutares efeitos naquele coração exasperado e desiludido. O ex-padre não poderia ser arrebatado das sombras para a luz somente em virtude do amor da mãe, mas, ao receber o auxílio fraterno dos Espíritos, poderia agora utilizar esses elementos novos para colocar-se no caminho da vida mais alta. (Obra citada, cap. 17, pp. 293 a 294.)

Texto para leitura

115. O caso Marinho - Ex-sacerdote católico, Marinho continuava prisioneiro das trevas, apesar dos esforços de sua mãe desencarnada, que apelou a Alexandre no sentido de levar o filho a uma nova experiência de doutrinação. Havia dez anos que a mãe procurava dissuadi-lo do mau caminho, influenciando-o de maneira indireta, sempre sem resultado. Agora, porém, Marinho parecia algo modificado, com novas disposições, entediado diante dos companheiros de crimes. Seria mais fácil, assim, ajudá-lo a trilhar o caminho da verdadeira elevação. Por que a doutrinação em ambiente dos encarnados? Tal medida é uma imposição do trabalho desse teor? – perguntou André Luiz. Alexandre explicou que esse recurso não é imprescindível, porquanto existem na esfera espiritual inúmeros agrupamentos dedicados exclusivamente a esse gênero de auxílio. Em determinados casos, porém, a cooperação do magnetismo humano pode influir mais intensamente, em benefício dos desencarnados que se encontrem cativos das zonas de sensação, na Crosta. Assim, quando é possível e útil, os Espíritos se valem do concurso de médiuns e doutrinadores encarnados, não só para facilitar a solução desejada, mas também para proporcionar ensinamentos vivos aos companheiros envolvidos na carne, despertando-lhes o coração para a espiritualidade. Ajudando as entidades em desequilíbrio, ajudam a si mesmos; doutrinando, acabam igualmente doutrinados.  (Cap. 17, pp. 278 a 280) 

116. O erro dos ministros religiosos - Os desvios das almas que receberam tarefas de natureza religiosa são sempre mais graves, explicou Alexandre. Há padres que, contrariamente a todas as expectativas e esperanças do plano espiritual, se entregam completamente ao sentido literal dos ensinamentos da fé. Recebem seus títulos como os médicos sem amor ao trabalho de curar, ou como os advogados sem qualquer espécie de devotamento ao Direito. Estimam os interesses imediatos, requisitam as honrarias humanas e, finda a existência terrena, se encontram em doloroso fracasso da consciência. Habituados ao incenso dos altares e à submissão das almas encarnadas, não reconhecem, na maioria das vezes, a própria falência e preferem o encastelamento na revolta lamentável, que os converte em gênios das sombras. Era esse o caso de Marinho. Tais pessoas esperam furtar-se à lei do testemunho próprio, no campo das virtudes edificantes. Do mesmo modo que os homens e mulheres dotados de inteligência e cultura, embora desviados do caminho de elevação moral, pretendem resolver, depois da morte física, os problemas espirituais pelo mesmo processo com que adquiriam na Crosta vantagens convencionais... Mas, no plano espiritual, encontram somente a Lei que manda conceder a cada um segundo as suas obras, o que os leva ao escuro país do desespero, onde se reúnem a inúmeras companhias da mesma espécie. Dentre as criaturas dessa ordem, sobressai a elevada percentagem dos ministros de várias religiões, porquanto a maioria não pondera na exemplificação do Mestre Divino e cerra os olhos e ouvidos aos sacrifícios apostólicos.  (Cap. 17, pp. 281 e 282) 

117. A culpa da mãe de Marinho - Muitos sacerdotes apegam-se às decisões meramente convencionais dos concílios, estudam apenas os livros eclesiásticos e querem resolver todas as transcendentes questões da alma através de programas absurdos, de dominação pelo culto exterior. Erguem templos suntuosos, olvidando o templo vivo do próprio espírito. Homenageiam o Senhor como os orgulhosos romanos reverenciavam a estátua de Júpiter, tentando subornar o poder celeste pela grandeza material das oferendas. Esquecem, porém, o coração humano, menosprezam o espírito de humanidade, ignoram as aflições do povo e, cegos aos próprios desvarios, aguardam um Céu fantástico que lhes entronize a vaidade criminosa e a ociosidade cruel. Assim, a morte lhes é um acontecimento terrível. Alguns enfrentam, corajosos, a desilusão necessária e proveitosa. A maioria, porém, fugindo ao doloroso processo de readaptação à realidade, precipita-se nos campos inferiores da inconformação presunçosa, organizando perigosos grupamentos de almas rebeladas, com os quais os Espíritos do bem têm de lutar... As religiões falam de penas angustiosas e horríveis; são raras, todavia, as que ensinam a verdade da queda consciencial dentro de nós mesmos, esclarecendo que o plano infernal começa na esfera inferior de nossas próprias almas. Nesses casos, o orgulho só atrapalha e a dificuldade da corrigenda aumenta muito. No caso de Marinho, a culpa da mãe, embora reduzida, decorria do fato de ela haver forçado as tendências do filho jovem. Embora não preparado para ser condutor de almas, ele foi obrigado pela mãe a aceitar o ingresso no seminário. A intenção materna era louvável, mas não deixou de ser um erro. Ela pecou pela imprevidência; ele faliu pelos abusos criminosos, quando estava em oportunidade de serviço sagrado. Eis a razão dos padecimentos que ela enfrentava por causa dos desvios do filho. (Cap. 17, pp. 282 a 284) 

118. O encontro com Marinho  - O grupo socorrista que saiu à procura de Marinho era constituído de quatro entidades: Alexandre, André Luiz, a genitora e Necésio, ex-padre na Terra, que funcionaria como intérprete, por manter um padrão vibratório acessível à percepção dos amigos de ordem inferior. Marinho só poderia ver Necésio. Dirigiram-se eles a uma igreja de construção antiga. O templo estava repleto de figuras patibulares. Inúmeras entidades dos planos inferiores congregavam-se ali, cultivando, além da morte, as mesmas idéias de menor esforço no campo da edificação religiosa. Sacerdotes, envolvidos em vestes negras, permaneciam igualmente aos pés dos altares, enquanto um deles, que parecia ser o chefe, comentava de um púlpito o poder da igreja exclusivista a que pertenciam, expondo novas teorias sobre o céu e a bem-aventurança. Alexandre explicou que os desesperados e preguiçosos também se reúnem, depois da morte física, segundo as tendências que lhes são peculiares e, tal como ocorre na Crosta, os mais inteligentes e sagazes assumem a direção. Por que tais criaturas ainda se entregam ao mal, se são pessoas esclarecidas quanto à verdade?  Alexandre explicou: Trata-se de ação maléfica inconsciente. E lembrou que na Terra mesma isso se dá, como provam as chamadas "guerras santas" e os tribunais da Inquisição, onde pessoas foram supliciadas e exterminadas em nome de Jesus. A ignorância é antiga e a simples mudança de indumentária não modifica o íntimo das almas. Não temos "céus automáticos", temos realidades, acrescentou Alexandre, que explicou também que a maioria das entidades ali presentes vivia em situação de parasitismo, pesando naturalmente na economia  psíquica das pessoas às quais se reúne e na atmosfera dos lares que a acolhem. Além disso, existem organizações espirituais, em grande número, nas zonas inferiores, onde dominam os gênios da perversidade deliberada. Nesse comenos, Necésio fez ligeiro sinal, porque localizara Marinho, em um recanto escuro de uma das velhas dependências do templo. Ele mantinha-se em meditação. Sua mãe aproximou-se e afagou-lhe a fronte, mas ele não pôde vê-la; apenas sentiu uma vaga alegria no coração. (Cap. 17, pp. 284 a 287) 

119. Necésio convence Marinho a ir à reunião - Marinho viu Necésio e estabeleceu com ele interessante diálogo, no qual o amigo espiritual disse ter sido também padre em sua última existência. Ele pertencia aos submissos ou aos lutadores? – perguntou Marinho, irônico, dando a entender que os submissos seriam os colegas cultivadores da humildade evangélica, e lutadores os que se achavam entregues à faina ingrata de revolta e desesperação. Necésio disse pertencer ao grupo da boa vontade, e, atendendo a indagação de Marinho, disse ter sabido que o amigo experimentava certas dificuldades íntimas que ele, por sua vez, também vinha sofrendo. A dificuldade para conhecer o bem e o cansaço da permanência no mal, a necessidade de afeições e o tédio das companhias inferiores representaram para ele padecimentos enormes. E Necésio continuou: É bem amargo reconhecer a impossibilidade de vivermos sem esperança, conservando, ao mesmo tempo, o desencanto de viver. E o diálogo continuou, embora Marinho se colocasse na posição de pessoa enganada por falsas promessas. Necésio convidou-o então para uma reunião, aditando que o amigo lucraria muitíssimo, como aconteceu com ele mesmo. Marinho estava indeciso; mas sua mãe enlaçou-o com mais carinho, a pedir-lhe mentalmente que acompanhasse o mensageiro, sem hesitação. Impossibilitado de resistir àquela vigorosa imposição magnética do amor maternal, Marinho concordou em ir com Necésio.   (Cap. 17, pp. 287 a 289) 

120. Na doutrinação - Em breves minutos estavam todos no recinto da reunião. Muitos servidores desencarnados mantinham-se de mãos dadas, formando extensa corrente protetora da mesa consagrada aos serviços da noite. Sem isso, não seria possível conter as entidades perversas e recalcitrantes. Marinho foi localizado dentro do círculo magnético; ele quis recuar, mas não pôde. A fronteira vibratória impedia-lhe a fuga. Ele achou-se logrado. Necésio o acalmou, dizendo que ele teria grande alívio e explicou-lhe que fora sua mãe quem o enviara à sua procura. Marinho escondeu o rosto nas mãos e chorou angustiosamente. Enquanto isso, a médium Otávia recebia os mais vastos recursos magnéticos para a execução de sua tarefa. Provisoriamente desligada do veículo físico, a médium parecia algo confusa, em vista de encontrar-se envolvida em fluidos desequilibrados, não mostrando a mesma lucidez que André lhe observara noutra ocasião; no entanto, a assistência que recebia dos Espíritos era muito maior. Alexandre passou a inspirar diretamente o dirigente da reunião. Enquanto isso, várias entidades recolhiam as forças mentais – vigorosos recursos plásticos –  emitidas pelos irmãos presentes, inclusive as que fluíam abundantemente da médium, material esse que os benfeitores espirituais usavam para tornar-se visíveis aos irmãos perturbados e aflitos, ou para materializar provisoriamente certas imagens ou quadros, indispensáveis ao reavivamento da emotividade e da confiança nas almas infelizes. A palestra entre o dirigente e o ex-sacerdote prosseguia. Marinho estava inicialmente muito desesperado e pronunciava palavras fortes que denunciavam sua rebeldia. O dirigente falava-lhe com serenidade cristã. A certa altura, Alexandre pediu a um cooperador que auxiliasse a mãe de Marinho a tornar-se visível. Alexandre aplicou passes magnéticos na região visual do ex-padre, enquanto a genitora resignava-se ao envolvimento em vibrações mais grosseiras, por alguns minutos, para que pudesse ser vista pelo filho. O dirigente, intuído por Alexandre, pediu então ao comunicante que olhasse em volta de si, e ele viu sua mãe, lançando um grito terrível... A mãe lhe falou com extremo carinho, abraçando-o, emocionada, e beijando-o, em lágrimas de reconhecimento e amor. Um copioso pranto os identificava agora.   (Cap. 17, págs. 289 a 293) 

121. A presença da mãe transforma o filho - As palavras da mãe de Marinho foram tocantes: Por que não render-se ao amor de nosso Pai, meu filho? Chega de vãs discussões e de contendas intelectuais! A porta de nossas ilusões terrenas cerrou-se com nossos olhos físicos... Não transfira para cá nossos velhos enganos! Atenda-me, não se revolte mais! Humilhe-se diante da verdade! Não me faça sofrer por mais tempo!... Depois, num ato de humildade, pediu-lhe perdão por havê-lo induzido a seguir a carreira sacerdotal. No final do breve diálogo, ele perguntou, confiante, se poderia acompanhá-la, e ela respondeu-lhe que, por enquanto, não. Era preciso equilibrar-se primeiro, mudar a condição vibratória, através da renovação íntima para o bem, e prometeu dar-lhe todos os recursos necessários a uma vida nova. Indicou-lhe então o amigo Necésio, que o trouxera à reunião. E Marinho era outra pessoa quando, após despedir-se da mãe, voltou a conversar com o dirigente da sessão. A presença materna produzira salutares efeitos naquele coração exasperado e desiludido. O ex-padre não poderia ser arrebatado das sombras para a luz somente em virtude do amor da mãe, mas recebeu o auxílio fraterno dos Espíritos e poderia agora utilizar esses elementos novos para colocar-se no caminho da vida mais alta. Era-lhe preciso agora semear, para depois colher os resultados do próprio esforço. (Cap. 17, pp. 293 a 294) 

122. Auxílios diversos - Foram quatro as entidades que receberam benefícios diretos de igual natureza, através de Otávia e outro médium, naquela reunião. Em todos os casos, o magnetismo foi largamente empregado pelos instrutores espirituais, salientando-se o de um pobre negociante que ignorava a própria morte: como ele insistia em negar a morte do corpo, um dos orientadores fê-lo ver, a distância, os despojos em decomposição. O infeliz, examinando o quadro, gritava lamentosamente, rendendo-se, por fim, à evidência dos fatos. Em todos os serviços, o material plástico recolhido das emanações dos encarnados satisfez plenamente. Servia para que os Espíritos se fizessem visíveis aos comunicantes e, ainda, na produção momentânea de quadros transitórios e idéias-formas. Um dos necessitados, que tomara o médium sob forte excitação, quis agredir os componentes do grupo. Então os técnicos espirituais compuseram uma forma sem vida própria, que trouxeram imediatamente, encostando-a no provável agressor. Era um esqueleto de terrível aspecto, que ele pôde ver de alto a baixo, passando a tremer, humilhado, e esquecendo a idéia de agressão. André, finda a reunião, reconhecia que os Espíritos podem trazer o mais belo e eficiente socorro aos elementos envolvidos nas sombras, mas que, de conformidade com a Eterna Lei, os necessitados só poderiam receber os divinos benefícios se estivessem dispostos a aderir, por si mesmos, aos trabalhos do bem. (Cap. 17, págs. 295 e 296) (Continua no próximo número.)
 

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 Revista Semanal de Divulgação Espírita