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Crônicas e Artigos
Ano 1 - N° 40 - 27 de Janeiro de 2008

LEDA MARIA FLABOREA
ledaflaborea@uol.com.br
São Paulo, SP (Brasil)

Nascer de novo

Nosso tema está ligado ao conceito de reencarnação, que significa nascer em outros corpos, tantas vezes quantas forem necessárias, com a finalidade de evoluirmos. Mas, o que acontece conosco entre o nascer novamente e o morrer mais uma vez, atendendo a essa necessidade evolutiva?

Existe uma frase de Emmanuel que abre uma porta para que possamos compreender o que Jesus pretendeu dizer com “Necessário vos é nascer de novo.” Diz o querido Instrutor Espiritual: “Falhas do passado procuram-te o espírito irresponsável, seja no corpo, na família, na sociedade ou na profissão, pedindo-te reajuste” (3). Parece claro, portanto, que temos o corpo ideal, a família necessária, o lugar propício e a melhor profissão para saldarmos, diante de Deus, os nossos débitos com Suas Leis. Bendito seja, pois, o retorno ao corpo, através do qual poderemos nos empenhar, de novo, em trabalho e aprendizado daquilo que deixamos de fazer ou que fizemos mal feito.

Essas palavras de Emmanuel nos permitem refletir nos caminhos que temos para esse recomeçar, porque todas as vezes que falamos em renascer só pensamos em reencarnação na carne, ou seja, em novo corpo físico para continuar o processo evolutivo. Entretanto, quando paramos e prestamos atenção ao que acontece ao nosso redor e em nossa própria vida, podemos nos dar conta de que esse renascimento é contínuo e não apenas após morrer e renascer em novo corpo.

Senão, vejamos: os anos se sucedem, sempre, da mesma maneira, e isto é um processo matemático: depois de 2004 virá, necessariamente, 2005. Mas, os dias não. Estes, se prestarmos atenção, são sempre novos. Temos, então, 365 novas oportunidades, a cada ano, para a renovação moral, para realizarmos coisas incríveis, em nós e para aqueles que estão ao nosso redor.  Já imaginaram o que poderá acontecer durante toda uma existência?

Diante desta constatação, fica uma pergunta que necessitamos fazer a nós próprios e que não pode mais ser adiada: o que estamos fazendo com esse tempo precioso?

Tristemente, a maioria de nós mantém-se guardando os detritos e as sombras do passado, mesmo aqueles que vêm revestidos, mascarados de encantamento e prazer ilusórios. Se, ao invés de conservarmos esse vinagre e esse fel ainda hoje, porque não guardarmos na memória apenas o que foi bom e justo, belo e nobre? O que aconteceu, já aconteceu. Já passou e deve ficar como lição para que o nosso presente, nosso renascer neste dia, seja baseado na experiência vivida que nos enriquece, que nos permite caminhar, hoje, com segurança.

Outra atitude que, infelizmente, ainda mantemos como resquício desse passado já tão repleto de enganos é o de deixar que outros façam aquilo que nos compete. Continuamos esperando que os amigos espirituais, nossos benfeitores, realizem por nós e para nós aquilo que o comodismo, não nos permite fazer. Tornamo-nos, assim, escravos de nossas próprias imperfeições.

O ensinamento de Jesus nos alerta para esse comportamento de desleixo, de descaso para com nossas obrigações diante da Vida. A nossa negligência nos fará retornar ao corpo material, necessariamente, com cargas de trabalho muito maiores do que a que supomos ter hoje.

Reportando-se à questão 676, do O Livro dos Espíritos, Emmanuel nos diz que “a cada momento, o Criador concede a todas as criaturas a bênção do trabalho, como serviço edificante, para que aprendam a criar o bem que lhes cria luminoso caminho para a glória na Criação” (4). Todavia, o fato de praticarmos o bem, de sermos fraternos com os companheiros necessitados e trabalharmos como auxiliares de Jesus na Seara do Pai, não nos exime dos compromissos anteriormente assumidos por conta dos nossos enganos. O trabalho é uma dádiva celeste porque nos fortalece para termos condições melhores de suportar a carga de comprometimentos que trazemos e nos protege para que não venhamos a falir outra vez, aumentando, ainda mais, a carga de dificuldades que já possuímos. É através dele que quitamos o passado, que criamos condições para nos realizarmos no presente, garantindo, por isso mesmo, os créditos para o futuro.

Lembra-nos Emmanuel, mais uma vez, que “cada hora que surge pode ser portadora de renovação” (3). Por isso, não podemos mais perder tempo. Se podemos criar agora laços de afeto, de amor e paz, em substituição às pesadas algemas de desafeto, façamo-lo, pois o melhor antídoto contra a aversão é a nossa vontade verdadeira de compreender e perdoar aqueles que ainda não nos compreendem ou perdoam. É importante mostrarmos aos que nos cercam que temos novas disposições para enfrentarmos as dificuldades, sejam elas quais forem. Isso traz alívio ao nosso coração.

A cada manhã, ao acordarmos, agradeçamos ao Pai a nova oportunidade que surge, junto com o Sol ou a chuva, para a nossa renovação, para o nosso renascer. Ela não acontece apenas quando retornamos ao mundo material para novas experiências e entre elas a de refazer caminhos. Ela acontece todos os dias ao renascermos para a Vida.

Trabalhemos agora, modificando atitudes, renovando propósitos, superando os obstáculos que nos cercam, antecipando, assim, a vitória sobre nós mesmos.

Bibliografia:
1 – KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo – Cap. IV
2 – EMMANUEL (Espírito). Fonte Viva, [psicografado por] F. C. Xavier. 16ª ed., Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira − lição 56.
3 − Palavras de Vida Eterna, [psicografado por] F. C. Xavier. Uberaba/MG: Edição CEC – 1955, lição 177
4 - Religião dos Espíritos, [psicografado por] F.C.Xavier. 8ª ed., Rio de Janeiro/RJ: Federação Espírita Brasileira – pág. 115.
5 - Vinha de Luz, [psicografado por] F. C. Xavier. 14ª ed., Rio de Janeiro/ RJ: Federação Espírita Brasileira, lição 169.


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