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Entrevista
Ano 1 - N° 40 - 27 de Janeiro de 2008
KATIA FABIANA FERNANDES
kffernandes@hotmail.com
Londres (Inglaterra)

Charles Kempf:

"As forças do mal estão jogando suas últimas cartas"

Em meio a muitos compromissos de uma vida corrida em função dos trabalhos da Doutrina Espírita, o companheiro  francês Charles Kempf nos deu a honra  de participar desta edição de O Consolador.

Personalidade conhecida no mundo espírita pelo intenso e importante  trabalho realizado  junto aos companheiros do  Conselho Espírita Internacional (CEI), Charles desde sua adesão ao Espiritismo é trabalhador incansável na divulgação da Doutrina em todo o mundo. Para ele o Espiritismo nos ajuda a encontrar as  respostas que sempre procuramos.


 “O  Espiritismo proporciona uma fé raciocinada, aliando assim a ciência com a religião”, afirma o confrade. “Ele dá respostas claras e lógicas às questões existenciais: de onde viemos, quem somos, para onde vamos, mostrando assim um roteiro de vida firme e seguro que nos assegurará a felicidade na medida em que o colocarmos em prática.” E acrescenta: “Ele também mostra que a prática da caridade, conforme os ensinamentos de Jesus e de muitos outros missionários, é que permite o progresso da Humanidade e o nosso próprio progresso”.
 

Eis a entrevista que Charles Kempf nos concedeu:


O CONSOLADOR: Charles, onde você nasceu?


– Na cidade de  Thann,  na França.


O CONSOLADOR: Onde mora atualmente?


– Em Cravanche, perto de Belfort,  França.


O CONSOLADOR: Quando e por que se mudou para o atual domicilio?


– Depois de formado, fui primeiro para o Brasil, de 1982 até 1990, e depois para Belfort, onde encontrei um emprego em que permaneço até hoje.


O CONSOLADOR : Qual é a sua formação escolar?


– Engenheiro formado pela  Escola de Minas de Paris.


O CONSOLADOR: Que cargos ou funções você já exerceu no movimento Espírita?


– Conheci o Espiritismo em 1985 no Brasil e  me filiei à Union Spirite Française et Francophone em 1992, depois do retorno à França. Fui vice-presidente desta instituição, encarregado dos assuntos internacionais, de 1995 até 2007. Fundei o Centre d' Etudes Spirites Léon Denis em 1997, o qual dirijo até hoje. Sou Secretário da Coordenadoria da Europa do Conselho Espírita Internacional (CEI) desde 1997. Fui eleito membro da Comissão Executiva do CEI em 2004, e Primeiro Secretário em outubro de 2007. Sou membro fundador do Conselho Espírita Francês, criado em junho de 2007, do qual sou também membro da Comissão Executiva.


O CONSOLADOR: Quando você teve o seu primeiro contacto com o Espiritismo?


– Por volta de 1985, no Recife, capital de Pernambuco (Brasil).


O CONSOLADOR: Houve algum fato ou circunstância especial que haja propiciado esse contacto?


– Um problema de obsessão de uma pessoa da família.


O CONSOLADOR: Qual foi a reação de sua família ante sua adesão à Doutrina Espírita?


– Positiva, pois o problema mencionado acima foi resolvido pelo grupo onde fomos atendidos, vinculado à Federação Espírita de Pernambuco.


O CONSOLADOR:  Dos três aspectos do Espiritismo - ciência, filosofia, religião -  qual o que mais o atrai?


–  Os três.

“Se Jesus foi agênere ou não, é uma
questão secundária”
 

O CONSOLADOR: Que autores espíritas mais lhe agradam?


– Kardec, Léon Denis, Gabriel Delanne, Ernesto Bozzano, Chico Xavier, Frederic Myers, Richard Simonetti, Marlene Nobre...


O CONSOLADOR: Que livros espíritas que tenha lido você considera indispensáveis ao confrade iniciante?


O Livro dos Espíritos e as outras obras de Kardec.


O CONSOLADOR: As divergências doutrinárias no meio espírita reduzem-se a poucos assuntos. Um deles diz respeito ao chamado Espiritismo laico. Para você o Espiritismo é uma religião?         


– O Espiritismo é uma Religião no sentido profundo da palavra (que vem do latim religare = ligar), na medida em que o Espiritismo nos liga com Deus. O Espiritismo não é uma religião no sentido comum da palavra, na medida em que ele não tem hierarquia sacerdotal, rituais, dogmas, altares, procissões, missas, batizados, etc.


O CONSOLADOR: Outro assunto que suscita debates acalorados diz respeito à obra do francês J. B. Roustaing.  Qual a sua apreciação dessa obra?


– Não a li ainda, mas, pelo pouco que sei, ele apresenta a teoria que Jesus teria sido um agênere. Agênere ou não, isso não tira um pouquinho sequer da beleza dos ensinos que Jesus nos legou, o que é o mais importante, na medida em que a finalidade de cada espírita deve ser a prática da caridade seguida do "Amai ao próximo". Se Jesus foi agênere ou não, é uma questão secundária.


O CONSOLADOR: Um outro tema em que a prática espírita às vezes diverge está relacionado com os chamados passes padronizados, propostos na obra de Edgard Armond, embora saibamos que o mais comum seja tão-somente a imposição de mãos, tal como recomenda José Herculano Pires. Qual a sua opinião a respeito?


– Aqui também, o mais importante é a vontade do passista em fazer o bem, sua higiene física e moral, a assistência do seu guia espiritual.


O CONSOLADOR: Como vê a discussão em torno do aborto? No seu modo de ver as coisas, os espíritas deveriam ser mais ousados na defesa da vida, como tem feito a Igreja?  


– Pelas notícias que chegaram no ano passado do Brasil, os espíritas brasileiros se mostraram bem fortes e organizados nos argumentos e nas ações, sempre ficando corretos, na calma, na tolerância, no amor ao próximo. Conforme o resultado desse grande debate público no Brasil, e no caso em que a lei seja rejeitada, isto terá uma repercussão internacional e vai nos ajudar, nos outros países, para trabalharmos no mesmo sentido, alertando a opinião pública em favor da vida.
 
 

“O Movimento Espírita no Brasil já está muito
bem estruturado"

O CONSOLADOR: A eutanásia, como sabemos, é uma prática que não tem o apoio da Doutrina Espírita. Kardec e outros autores, como Joanna de Ângelis, já se posicionaram sobre esse tema. Surgiu, no entanto, ultimamente a idéia da ortotanásia, defendida até por médicos espíritas. Que você pensa a respeito?

– Concordo com a idéia da ortotanásia, ou seja, desencarnação no momento certo definido pela natureza, nem antes (eutanásia), nem depois (distanásia).


O CONSOLADOR: Você  tem contacto com o movimento espírita brasileiro? Considera-o atuante, ou falta nele algo que favoreça uma melhor divulgação da doutrina?


– O Movimento Espírita no Brasil já está muito bem estruturado e vai se adaptando ao progresso da sociedade e da tecnologia. Os espíritas brasileiros estão dando uma ajuda muito preciosa aos pequenos movimentos espíritas dos outros países, por intermédio do CEI.


O CONSOLADOR:  Como você vê o nível da criminalidade e da violência que parece aumentar em todo o mundo e como nós espíritas podemos cooperar para que essa situação seja revertida?


– Pela educação, pela caridade e pela divulgação da Doutrina. As forças do mal estão jogando suas últimas cartas nesta fase de transição por que está passando a Terra.


O CONSOLADOR: Em face dos problemas que a sociedade terrena está enfrentando, qual deve ser a prioridade máxima dos que dirigem atualmente o movimento espírita no Brasil e no mundo?


– Conforme já mencionado anteriormente, os espíritas devem continuar dando o exemplo de comportamento segundo as idéias que professam, unindo-se, organizando-se de modo a ampliar, aperfeiçoar e fortificar suas ações.


O CONSOLADOR:  A preparação do advento do mundo de regeneração em nosso planeta já deu, como sabemos, seus primeiros passos. Daqui a quantos anos você acredita que a Terra deixará de ser um mundo de expiação e de provas, passando plenamente à condição de mundo de regeneração, em que, segundo Santo Agostinho, a palavra amor estará escrita em todas as frontes e uma equidade perfeita regulará as relações sociais?


– Não existe transição brusca na natureza. Isto se fará progressivamente em alguns séculos, que são um pequeno instante diante da eternidade.

 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita