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Crônicas e Artigos
Ano 1 - N° 4 - 9 de Maio de 2007

RITA CÔRE
garciacore@hotmail.com
Laje do Muriaé, Rio de Janeiro (Brasil)

Quem garante que não?

Costumam repetir os incrédulos que da vida após a morte nada se sabe, porque ninguém voltou de lá para contar. No entanto, se viajássemos pelo tempo, como nos filmes de ficção científica e disséssemos para um homem do século XVIII que nos comunicamos pelo telefone e pelo computador, ele também não acreditaria ou, pelo menos, não entenderia. Enfim, o fato de não compreendermos alguma coisa não significa que ela não possa existir.

A História da Civilização e de seus maravilhosos inventos nos mostra que, muitas vezes, a humanidade teve de se curvar diante da comprovação de idéias que apressadamente rejeitou, por conta do orgulho de um falso e estagnado saber. Pois o verdadeiro saber, por sua própria natureza de indagar, é dinâmico e se constrói a cada momento, a cada conquista da inteligência, não se intimidando diante do que é provisoriamente desconhecido. Por isso desvenda o encoberto, sonda o insondável. Muitos mistérios do passado figuram hoje nos livros didáticos, como verdades incontestáveis. Nem precisamos ir muito longe, basta voltar a Copérnico.

Nicolau Copérnico, astrônomo polonês, que trabalhou na Itália até 1504, demonstrou na sua famosa obra Das revoluções dos mundos celestes o duplo movimento dos planetas: em torno de si mesmos e em torno do sol. A teoria de Copérnico , hoje registrada pelos sofisticados aparelhos da tecnologia espacial, foi rejeitada pelos detentores do conhecimento da época, que pretendiam tornar absolutas as suas verdades tão relativas.

Um século depois, mais precisamente em 1610, o italiano, também astrônomo, Galileo Galilei, construiu um telescópio e fez notáveis descobertas. Observando, por exemplo, o planeta Vênus e suas fases, comprovou a teoria de Copérnico. A astronomia antiga, porém, adotada pela Igreja Católica, considerava a Terra o centro imóvel do universo. O Vaticano, assim, porque julgava as idéias de Copérnico, aceitas por Galileu, incompatíveis com os textos bíblicos, chamou o astrônomo italiano para defender-se da acusação de heresia. O cientista não foi condenado, mas teve de assinar, em 1616 , um decreto da Inquisição que declarava ser a sua teoria meramente hipotética. Até que em 1633, por continuar insistindo na idéia de que a Terra se movia, foi condenado à prisão domiciliar e proibido de publicar livros. Conta uma lenda que, apesar de aceitar a prisão, ele teria afirmado: "Eppur si muove" (No entanto, ela se move).

Hoje, qualquer estudante do ensino fundamental sabe que a Terra se move no espaço. E tem sido assim em outras áreas do conhecimento.

O leitor, porém, a esta altura, deve estar se perguntando: O que a história de Galileu tem a ver com o Espiritismo? Então, vejamos.

Quando a Doutrina Espírita surge para o mundo em 1857, através da publicação de O Livro dos Espíritos, dá explicações lógicas para os fatos considerados maravilhosos e revestidos de mistério e temor; derruba a idéia do sobrenatural, rejeita o milagre e dá ao fenômeno o caráter que lhe é próprio, como lei da natureza, e por isso mesmo, passível de investigação e questionamento. Coloca a reencarnação, crença milenar, em estudo. Duvida e pergunta, e só aceita a fé que pode encarar a razão. Sustenta o conceito filosófico de Deus, como causa primária da vida, inacessível ainda a nossa compreensão. Despe Jesus de suas roupagens de mito a serviço da ambição humana, devolvendo-lhe a grandeza de sua doutrina de amor e fraternidade. E, por fim, mata a morte, debruçando-se corajosamente sobre ela, a investigar a continuidade da vida, não como um mistério religioso, mas como um fato da natureza .

Por toda essa revolução, o Espiritismo é até hoje temido e condenado pelas crenças dogmáticas, que se mantêm presas a rituais e mistérios, em sua grande maioria, anteriores a Jesus.

Galileu foi proibido de publicar livros. Um bispo da Espanha mandou queimar os livros espíritas em praça pública. No entanto, ela se move, a Terra. Eppur si muove, a vida também. E continua após a morte física. Não como deseja esta ou aquela crença, mas como impõe a lei cósmica da evolução.

Embora religião, do ponto de vista filosófico, o Espiritismo não é igreja, mas é filosofia e ciência. Antes de julgá-lo ou emitir qualquer opinião sobre ele, conheça-o. E lembre-se do exemplo da própria História do Conhecimento: muitas teorias ridicularizadas no passado são hoje matéria dos programas escolares. Não pode acontecer o mesmo, no futuro, com a vida após a morte? Não tenha medo de pensar. E a você que insiste em rejeitar a idéia, porque ninguém garante que sim, nós, espíritas, perguntamos: quem garante que não?


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita