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Entrevista
Ano 1 - N° 4 - 9 de Maio de 2007
MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)

Manoel Carlos:
"O Brasil é a maior nação espírita do planeta"
 

O público que acompanhou nos últimos dias de fevereiro deste ano as peripécias da novela Páginas da Vida, exibida no Brasil pela Rede Globo de Televisão,  admirou-se com a sucessão de fatos de natureza mediúnica que deram à novela um tom peculiar, diferente dos textos escritos por seu autor, o consagrado novelista Manoel Carlos (foto), 74 anos, um dos autores de novela mais próximos do chamado naturalismo.
No dia 25 de fevereiro, a Revista da TV, caderno especial que integra o jornal Gazeta do Povo, de Curitiba, publicou interessante entrevista na qual Manoel Carlos respondeu a perguntas diversas formuladas por escritores e diretores de teatro e cinema sobre teledramaturgia e seu jeito de fazer novela.
Manoel Carlos, consagrado autor de novelas da TV Globo

Participaram da entrevista Milton Hatoum, escritor; Tata Amaral, cineasta; João Paulo Cuenca, escritor; Marcelino Freire, escritor; Heloísa Buarque de Hollanda, professora e escritora; Enrique Diaz, diretor de teatro; Cristiane Costa, escritora e jornalista; Ulysses Cruz, diretor de teatro; Marcelo Rubens Paiva, escritor e dramaturgo, e Cacá Diegues, cineasta.

Duas questões propostas ao novelista interessam de perto o leitor.

Ei-las, na íntegra:

Tata Amaral: Sobre os depoimentos no fim dos capítulos: através deles você criou uma forte ligação entre a ficção e aspectos do real. Você buscou, com isto, levar o público a uma reflexão? Há aí um intuito de intervenção na sociedade?

Manoel Carlos: Nossa intenção ao encerrar cada capítulo com um depoimento colhido nas ruas foi mostrar que a ficção não está assim tão distante dos fatos reais, que ocorrem no dia-a-dia. Isso fatalmente leva a uma reflexão sobre a realidade que vivemos.

Cristiane Costa: Você é um dos autores de novela mais próximos do naturalismo, até nos seus diálogos, que não fogem das questões banais do dia-a-dia. Introduzir uma personagem do universo fantástico, como o fantasma de Nanda, não fere estes princípios? Não teme levar o telespectador de menor nível cultural a naturalizar a idéia, bastante questionável, de que fantasmas existem e interferem no mundo real?

Manoel Carlos: Desde Felicidade, que fiz em 1991, passando por Laços de Família (2000) e Mulheres Apaixonadas (2002), sempre, em todas elas, introduzi a aparição de pessoas mortas na história, quer para reparar uma injustiça, quer para proteger inocentes. Pais que voltam para ajudar os filhos, por exemplo. A aparição de pessoas mortas pertence ao universo fantástico para quem não professa a doutrina espírita. Para os que a professam, essas aparições são absolutamente normais e críveis. Prefiro ver dessa maneira, ainda que seja católico. Ridicularizar essas aparições, como alguns fazem, só demonstra preconceito religioso. O Brasil é a maior nação espírita do planeta. Estima-se em 10 milhões o número de pessoas declaradamente espíritas, subindo esse número para mais de 30 milhões quando se incluem pessoas de outras religiões que acreditam em reencarnação e em vida após a morte. Entre esses 30 milhões, contam-se 80% de católicos. Há de se notar também que há nessas aparições, sempre, a possibilidade da dúvida. As pessoas podem ter sonhado ou sido vítimas de alguma alucinação.

*

As respostas dadas por Manoel Carlos mostram que, além de um talento indiscutível no ofício que vem exercendo há tanto tempo na televisão brasileira, estamos diante de um homem antenado, sintonizado com os tempos atuais, quando até vultos ilustres da Igreja Católica, aqui e na Europa, já deixaram registrado em papel sua aceitação do fenômeno mediúnico e da intervenção direta dos chamados mortos nos atos comuns de nossa existência. (Leia sobre o assunto o texto abaixo.)

É claro que os espíritas conhecem profundamente o assunto e não é reduzido o número das pessoas que se tornaram espíritas graças à aparição de seus mortos queridos. Quanto aos não-espíritas, seria interessante que as pessoas primeiro se informassem para depois, sim, com conhecimento de causa, dar palpites nessa seara, evitando agir como a jornalista Cristiane Costa, que acha que os fenômenos espíritas pertencem ao reino da fantasia e dos mitos.


O que os católicos deviam saber,
mas ignoram
 

A implicância que alguns religiosos ligados ao catolicismo têm com os fatos espíritas é não apenas fruto de preconceito contra o Espiritismo, mas também ignorância do que vem ocorrendo nos próprios arraiais da Igreja.

No Brasil, o frei Boaventura Kloppenburg, o mais ferrenho adversário do Espiritismo em nosso país; na Itália, o padre Gino Concetti, comentarista do Osservatore Romano, órgão oficial do Vaticano; na França, o padre François Brune, autor do livro "Os Mortos nos Falam" – todos três admitem os fatos mediúnicos e as relações entre nós e os mortos.

François Brune, o padre que admite os fatos mediúnicos

Em entrevista concedida à Rede Globo de Televisão e à agência de notícias Ansa, Gino Concetti tornou pública, já em 1997, a nova postura da Igreja com relação à mediunidade e às relações entre nós e os Espíritos.

Afirmou então o padre Concetti que a Igreja não só admite a comunicação com os falecidos, como reconhece que ter um contato com a alma dos entes queridos que já partiram para o Além pode aliviar os que tenham, porventura, ficado perturbados com esse transe. "Segundo o catecismo moderno – explicou o teólogo – Deus permite aos nossos caros defuntos que vivem na dimensão ultraterrestre enviar mensagens para nos guiar em certos momentos da vida. Após as novas descobertas no domínio da psicologia sobre o paranormal, a Igreja decidiu não mais proibir as experiências do diálogo com os falecidos, sob a condição de que elas sejam levadas com uma finalidade séria, religiosa e científica."

Não deve causar nenhuma surpresa, portanto, o que o frei Boaventura Kloppenburg escreveu em seu livro "Espiritismo e Fé", no qual afirma que, tal como os espiritistas, os católicos admitem:

a) que os falecidos não rompem seus laços com os que ainda vivem na Terra;
b) que eles podem, portanto, nos socorrer e ajudar;
c) que os Espíritos desencarnados podem manifestar-se ou comunicar-se perceptivelmente conosco;
d) que tais manifestações podem ser de dois tipos: espontâneas e provocadas. As espontâneas são as que têm sua origem ou iniciativa no Além, como a do anjo Gabriel (Lucas, 1:26-38). As provocadas são as que têm sua iniciativa no mundo físico, como, por exemplo, o caso do rei Saul, que evocou Samuel por meio da pitonisa de Endor (Samuel, 28:3-25).
 
Com respeito ao padre François Brune (foto acima), que já esteve em Londrina e falou a um público numeroso no auditório do Grêmio Literário e Recreativo Londrinense, lembremo-nos de que ele admite que os mortos nos falam e o fazem de inúmeras maneiras, como demonstrou nos livros Os Mortos nos Falam e Linha Direta do Além, publicados no Brasil pela Edicel (veja capas).
Importante acrescentar que nenhum deles é dissidente do catolicismo; ao contrário, são pessoas de expressão e em atividade no seio da Igreja.


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita