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Estudando a série André Luiz
Ano 1 - N° 37 - 6 de Janeiro de 2008

MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)  

Missionários da Luz
André Luiz
(Parte 13)

Continuamos nesta edição o estudo da obra Missionários da Luz,  de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada pela editora da Federação Espírita Brasileira, a qual integra a série iniciada com o livro Nosso Lar.  

Questões preliminares

A. Como entender o sexo e como deve ele ser exercido?

R.: A manifestação sexual evolui com o ser. Entre as criaturas que se encaminham aos montes de elevação, a união sexual traduz a permuta sublime das energias perispirituais, simbolizando alimento divino para a inteligência e o coração e força criadora não somente de filhos carnais, mas também de obras e realizações generosas da alma para a vida eterna.

Se substituirmos as palavras "união sexual" por "união de qualidades", veremos que toda a vida universal se baseia nesse divino fenômeno, cuja causa reside no próprio Deus. Essa "união de qualidades" entre os astros chama-se magnetismo planetário de atração, entre as almas denomina-se amor, entre os elementos químicos é conhecida por afinidade. A paternidade e a maternidade são tarefas sublimes, mas não representam os únicos serviços divinos no setor da Criação infinita. Há fecundações físicas e fecundações psíquicas. Umas referem-se às formas. As segundas efetuam-se nos resplandecentes domínios da alma. É por isso que é lamentável que a maioria dos homens tenha menosprezado as faculdades criativas do sexo, desviando-as para o vórtice dos prazeres inferiores. O uso do sexo é uma lei natural na esfera dos encarnados, mas é preciso que seja exercido, como todas as leis naturais, sobre as bases da lei universal do bem e da ordem. As uniões sexuais que se efetuem à distância desses imperativos, transformam-se em causas geradoras de sofrimento e perturbação. O sexo, na existência humana, pode ser um dos instrumentos do amor, sem que o amor seja o sexo. É por isso que os homens e mulheres, cujas almas se vão libertando dos cativeiros da forma física, escapam gradativamente do império absoluto das sensações carnais, porque aprendem a trocar os valores divinos da alma entre si, alimentando-se reciprocamente, através de permutas magnéticas, não menos valiosas para os setores da Criação Infinita. Para tais pessoas, a união reconfortadora e sublime não se acha circunscrita à emotividade de alguns minutos, mas constitui a integração de alma com alma, através da vida inteira, no campo da Espiritualidade Superior. (Missionários da Luz, cap. 13, págs. 198 a 203.)

B. O lar estruturado em bases retas goza de alguma proteção especial?

R.: Sim. Ele tem o concurso de testemunhas respeitosas que lhe garantem a privacidade dos atos mais íntimos, mas não ocorre a mesma coisa nas moradias cujos proprietários escolhem baixas testemunhas espirituais, buscando-as em zonas inferiores. A esposa infiel aos princípios nobres da vida em comum e o esposo que põe sua casa em ligação com o meretrício, não devem esperar que seus atos afetivos permaneçam coroados de veneração e santidade. Suas relações mais íntimas têm a participação das desvairadas testemunhas que escolheram. Tornam-se vítimas inconscientes de grupos perversos, que lhes partilham as emoções de natureza fisiológica, induzindo-as à mais dolorosa viciação, seja qual for a posição social que desfrutem. (Obra citada, cap. 13, págs. 203 a 209.)

C. Que ocorre ao corpo perispiritual do reencarnante antes do início do processo reencarnatório?

R.: À medida que a ligação fluídica do reencarnante com os futuros pais se intensifica, ele vai perdendo os pontos de contato com os veículos que consolidou na esfera espiritual, para que o organismo perispiritual possa retomar a plasticidade característica. É necessário desfazer-se de determinados elementos dos círculos da vida espiritual, para poder penetrar com êxito a corrente da vida carnal. Em seguida, inicia-se a redução da forma perispiritual, uma operação que não é curta nem simples e requer o esforço dos protetores espirituais para que a redução se efetue. (Obra citada, cap. 13, págs. 210 a 215.)

D. Que é que a criança, tendo em vista a lei da hereditariedade, herda dos pais?

R.: O organismo dos nascituros provém do corpo dos pais, mas a criatura herda tendências e não qualidades. As primeiras cercam o homem que renasce, desde os primeiros dias de luta, não só em seu corpo transitório, mas também no ambiente geral a que foi chamado a viver, aprimorando-se. As segundas resultam do labor individual da alma encarnada, na defesa, educação e aperfeiçoamento de si mesma. Se o Espírito reencarnado estima as tendências inferiores, desenvolvê-las-ás, ao reencontrá-las dentro do novo quadro de experiências humanas. Assim, ninguém se pode queixar de forças destruidoras ou de circunstâncias asfixiantes, em se referindo ao círculo onde renasceu. Haverá sempre, dentro de nós, a luz da liberdade íntima indicando-nos a ascensão. Praticando a subida espiritual, melhoraremos sempre. Esta é a lei. (Obra citada, cap. 13, págs. 217 a 220.) 

Texto para leitura

86. A questão do sexo - Alexandre disse a André que o sexo tem sido tão aviltado pela maioria dos homens reencarnados na Crosta, que se torna difícil elucidar o raciocínio humano acerca do assunto. A união sexual entre a maioria dos homens e mulheres, disse o instrutor, aproxima-se demasiadamente das manifestações sexuais entre os animais. Entre as criaturas, porém, que se encaminham, de fato, aos montes de elevação, a união sexual é muito diferente. Traduz a permuta sublime das energias perispirituais, simbolizando alimento divino para a inteligência e o coração e força criadora não somente de filhos carnais, mas também de obras e realizações generosas da alma para a vida eterna. E Alexandre acentuou, com bastante clareza: A procriação é um dos serviços que podem ser realizados por aquele que ama, sem ser o objeto exclusivo das uniões. O Espírito que odeia ou que se coloca em posição negativa, diante da Lei de Deus, não pode criar vida superior em parte alguma. É necessário deslocar a concepção do sexo, sem situá-lo apenas em determinados órgãos do corpo transitório. Vejamos o sexo como qualidade positiva ou passiva, emissora ou receptora da alma.  Assim, verificamos que toda manifestação sexual evolui com o ser. Substituindo as palavras "união sexual" por "união de qualidades", observaremos que toda a vida universal se baseia nesse divino fenômeno, cuja causa reside no próprio Deus. Essa "união de qualidades" entre os astros chama-se magnetismo planetário de atração, entre as almas denomina-se amor, entre os elementos químicos é conhecida por afinidade. A paternidade e a maternidade são tarefas sublimes, mas não representam os únicos serviços divinos no setor da Criação infinita. Há fecundações físicas e fecundações psíquicas. Umas referem-se às formas. As segundas efetuam-se nos resplandecentes domínios da alma. É por isso que é lamentável que a maioria dos homens tenha menosprezado as faculdades criativas do sexo, desviando-as para o vórtice dos prazeres inferiores, concluiu Alexandre. (Cap. 13, págs. 198 a 201)

87. O sexo diante das Leis de Deus - A uma indagação de André Luiz, Alexandre asseverou que ninguém contesta que o uso do sexo seja uma lei natural na esfera dos encarnados, mas é preciso que seja exercido, como todas as leis naturais, sobre as bases da lei universal do bem e da ordem. Quem foge ao bem, é defrontado pelo crime; quem foge à ordem, cai no desequilíbrio, acentuou o instrutor. As uniões sexuais que se efetuem à distância desses imperativos, transformam-se em causas geradoras de sofrimento e perturbação. Ademais, não devemos esquecer que o sexo, na existência humana, pode ser um dos instrumentos do amor, sem que o amor seja o sexo. É por isso que os homens e mulheres, cujas almas se vão libertando dos cativeiros da forma física, escapam gradativamente do império absoluto das sensações carnais, porque aprendem a trocar os valores divinos da alma entre si, alimentando-se reciprocamente, através de permutas magnéticas, não menos valiosas para os setores da Criação Infinita. Para tais pessoas, a união reconfortadora e sublime não se acha circunscrita à emotividade de alguns minutos, mas constitui a integração de alma com alma, através da vida inteira, no campo da Espiritualidade Superior. Diante dos fenômenos da presença física, bastam-lhe, na maioria das vezes, o olhar, a palavra, o simples gesto de carinho e compreensão, para que recebam o magnetismo criador do coração amado, impregnando-se de força e estímulo para as mais difíceis edificações. E Alexandre concluiu: Não há criação sem fecundação. As formas físicas descendem das uniões físicas. As construções espirituais procedem das uniões espirituais. A obra do Universo é filha de Deus. O sexo, portanto, é manifestação cósmica em todos os círculos evolutivos, até que venhamos a atingir o campo da Harmonia Perfeita, onde essas qualidades se equilibram no seio da Divindade.  (Cap. 13, págs. 201 a 203)

88. Os receios de Segismundo - Alexandre passou a examinar os mapas cromossômicos relativos ao futuro corpo físico de Segismundo, para certificar-se até que ponto seria possível colaborar em favor do amigo, com recursos magnéticos para a organização das propriedades hereditárias. Segismundo parecia extenuado e abatido e não conseguia manter-se sentado. Assistido por Herculano, conversava com dificuldade, estirado numa cama, em grande prostração. Mais uma vez André podia registrar a penosa impressão dos que se encontram no limiar de nova experiência terrestre. Segismundo sentia-se fraco, incapacitado... Tinha receio de novos fracassos. Sabia da ajuda que Herculano lhe daria, acompanhando-o com desvelo e constância em sua nova existência, mas entendia que o renascimento na carne, com os valores espirituais que ele possuía, representava um fato gravíssimo no processo de elevação. Ai dele, se caísse outra vez! Vendo esse estado de desânimo, Alexandre chamou-o à responsabilidade: Não deixe de cooperar com a sua confiança em nosso labor para o seu próprio benefício. Dê trabalho à sua imaginação criadora. Mentalize os primórdios da condição fetal, formando em sua mente o modelo adequado.   Levante o padrão de suas forças morais. André ficou sabendo então que há Espíritos que reencarnam inconscientes do ato que realizam. Somente as almas educadas têm compreensão real da verdadeira situação que se lhes apresenta. A maioria dos que retornam à vida corporal é magnetizada pelos benfeitores espirituais, que lhe organizam novas tarefas redentoras, e quantos recebem esse auxílio são conduzidos ao templo maternal de carne como crianças adormecidas. O trabalho inicial, que lhes compete na organização do feto, passa a ser executado pela mente materna e pelos amigos desencarnados que os ajudam. São inúmeros os que regressam à Crosta nessas condições.  (Cap. 13, págs. 203 a 206)

89. A proteção divina aos lares em bases retas - Alexandre havia sido solicitado pelo chefe do grupo de Espíritos Construtores a dar o seu concurso para a divisão da cromatina no útero materno, e André ficou envolvido por mil perguntas. Raquel estaria consciente da colaboração espiritual? Qual seria o papel dos Espíritos no processo reencarnatório? Alexandre explicou-lhe que a intervenção dos Espíritos Construtores, nesses casos, desenvolve-se com a mesma santidade que caracteriza o concurso de um médico responsável e honesto, ao praticar a intervenção no parto comum. A modelagem fetal e o desenvolvimento do embrião obedecem a leis físicas naturais, como se dá em outros reinos da Natureza, mas, em todos esses fenômenos, os ascendentes de cooperação espiritual coexistem com as leis, de acordo com os planos de evolução ou resgate. O concurso dos Espíritos, portanto, em processos tais, é uma das tarefas mais comuns. O instrutor depois explicou que não é necessária a presença dos Espíritos ao ato sexual. Semelhantes momentos do tálamo conjugal são sublimes e invioláveis nos lares em bases retas, acentuou Alexandre. A fecundação do óvulo materno somente se verifica algumas horas depois da união genesíaca  <N.R.: Cerca de 5 a 7 horas depois, conforme os especialistas>. A observação de Alexandre relativa aos lares em bases retas, que têm o concurso de testemunhas respeitosas que lhes garantem a privacidade dos atos mais íntimos, levou-o a explicar que não ocorre o mesmo nas moradias cujos proprietários escolhem baixas testemunhas espirituais, buscando-as em zonas inferiores. A esposa infiel aos princípios nobres da vida em comum e o esposo que põe sua casa em ligação com o meretrício, não devem esperar que seus atos afetivos permaneçam coroados de veneração e santidade. Suas relações mais íntimas têm a participação das desvairadas testemunhas que escolheram. Tornam-se vítimas inconscientes de grupos perversos, que lhes partilham as emoções de natureza fisiológica, induzindo-as à mais dolorosa viciação, seja qual for a posição social que desfrutem. Obviamente, se a esposa é fiel e devotada, ainda que seu marido seja desleal e aventureiro no campo sexual, ela não ficará à mercê das testemunhas enlouquecidas que o homem atrai. O mau não pode perturbar o que é genuinamente bom. Nesses casos, a esposa garantirá o ambiente doméstico, mas o marido imprevidente tornar-se-á paulatinamente cego à virtude e converter-se-á por vezes no escravo integral das entidades perversas que tomou por testemunhas habituais, presentes em todos os seus caminhos e atividades fora do santuário da família. Sua queda nos desfiladeiros fatais do crime das trevas é, então, iminente. É assim que a maioria das tragédias conjugais se transferem para além-túmulo, criando pavorosos infernos para aqueles que as viveram na Crosta. É doloroso observar a extensão dos crimes perpetrados na existência carnal e ai dos desprevenidos que não se esforçam a tempo, no sentido de combater as paixões baixas! Angustioso lhes é o despertar na verdadeira vida!..., concluiu Alexandre. (Cap. 13, págs. 207 a 209)

90. Indispensável criar esperanças novas - Na casa de Adelino e Raquel todos já se haviam recolhido e Segismundo, repousando em pequena câmara, permanecia aflito, de olhar triste e vagueante. Qual seria o motivo de tanto sofrimento? Alexandre explicou que desde a semana passada Segismundo estava em processo de ligação fluídica direta com os futuros pais. Herculano o ajudava nesse trabalho. Na medida em que se intensificava essa aproximação, ele ia perdendo os pontos de contato com os veículos que consolidou na esfera espiritual, através de assimilação dos elementos do plano invisível. Tal operação era necessária para que o organismo perispiritual pudesse retomar a plasticidade característica e, nesse estágio, o serviço impunha-lhe sofrimentos. Claro que seu perispírito é o mesmo que ele trouxe da Crosta ao desencarnar pela última vez, mas, com o tempo, em vista de nova alimentação e novos hábitos em meio muito diferente, incorporou determinados elementos dos círculos da vida espiritual, dos quais é necessário desfazer-se para poder penetrar com êxito a corrente da vida carnal. Seria aquilo parecido com a morte física na Terra? Alexandre disse que sim, desde que consideremos a morte do corpo carnal como simples abandono de envoltórios atômicos terrestres. O instrutor depois aproximou-se de Segismundo e, acariciando-lhe a face, disse-lhe: Você deve estar satisfeito: é chegado o momento decisivo. Todas as nossas expressões de reconhecimento a Deus são insignificantes, diante da nova oportunidade recebida. E, diante dos receios da entidade reencarnante, Alexandre falou-lhe com ternura, lembrando que a hora era de confiança e coragem. Que ele não deveria asilar o monstro do medo no coração. E se guardasse alguma preocupação, dividisse com eles os seus pesares, abrindo a sua alma... Segismundo lembrou-lhe então a obra de socorro que ele fundara nas cercanias da colônia espiritual e que, apesar do bom funcionamento, não estava ainda terminada. Será que ele se precipitou em afastar-se tão cedo do seu trabalho, antes de consolidá-lo? Alexandre respondeu-lhe com franqueza e otimismo: Desprenda-se de suas criações aqui. Todas as nossas obras, efetuadas de acordo com as leis divinas, sustentam-se por si mesmas e esperam-nos em qualquer tempo para a colheita de saborosos frutos de alegria eterna. O resgate do desvio de outra época concederá ao seu espírito uma luz nova e mais brilhante. Persevere no seu propósito. Não se prenda a receios pueris. E, após desfilar diversos conselhos e advertências, Alexandre disse que aquele estado d' alma negativo poderia perturbar o desenvolvimento fetal e determinar a morte prematura do novo corpo, no período infantil. É verdade que ele devia e precisava pagar, mas, em sã consciência, quem não é devedor? Com tristeza e abatimento nunca resgataremos nossos débitos. É indispensável criar esperanças novas, concluiu Alexandre. (Cap. 13, págs. 210 a 213)

91. Segismundo volta a ser criança - Os Espíritos Construtores começaram o trabalho de magnetização do corpo perispiritual de Segismundo, secundados pelo esforço de Alexandre. André Luiz registrou assim o que ele via: Sem que me possa fazer compreendido, de pronto, pelo leitor comum, devo dizer que "alguma coisa da forma de Segismundo estava sendo eliminada". A entidade tornava-se mais pálida; seu olhar parecia penetrar outros domínios; tornava-se vago, menos lúcido. A certa altura, Alexandre falou-lhe com autoridade: Segismundo, ajude-nos! Mantenha clareza de propósitos e pensamento firme! Agora sintonize conosco relativamente à forma pré-infantil. Mentalize sua volta ao refúgio maternal da carne terrestre! Lembre-se da organização fetal, faça-se pequenino! imagine sua necessidade de tornar a ser criança para aprender a ser homem!  Parecia claro que o interessado precisava oferecer o maior coeficiente de cooperação individual para o êxito amplo. E, de fato, a forma perispiritual de Segismundo tornava-se reduzida, numa operação que não era curta, nem simples. Era visível o esforço geral para que a redução se efetuasse. Segismundo parecia cada vez menos consciente. Por fim, para assombro de André, este verificou que a forma do amigo assemelhava-se à de uma criança. O autor de "Nosso Lar" não podia imaginar que o renascimento de alguém compelisse o plano espiritual a serviços tão complexos... O trabalho enobrecedor –respondeu-lhe Alexandre– está em toda a parte. O paraíso da ociosidade é talvez a maior ilusão dos princípios teológicos que obscureceram na Crosta o sentido divino da verdadeira Religião. (Cap. 13, págs. 214 e 215)

92. Processos reencarnatórios - O instrutor fez algumas considerações comparando a encarnação à desencarnação. Esta, quando se processa em condições normais, obriga o corpo denso de carne a não menores modificações. A enfermidade mortal, para o homem terreno, nada mais é que uma prolongada operação redutiva, libertando por fim a alma, desembaraçando-a dos laços fisiológicos. Há pessoas que, depois de algumas semanas de leito, ficam irreconhecíveis, e não podemos esquecer que o corpo físico não tem a plasticidade do corpo perispiritual, que é profundamente sensível à influenciação magnética. Os processos reencarnatórios não são idênticos. As facilidades e obstáculos estão subordinados a muitos fatores, muitas vezes relativos ao estado consciencial dos próprios interessados no regresso à Crosta. Companheiros de grande elevação dispensam quase totalmente o concurso dos benfeitores espirituais. Os irmãos, porém, que procedem de zonas inferiores necessitam de cooperação muito mais complexa do que a exercida no caso de Segismundo. A importância da reencarnação é muito grande, pois ela é o curso repetido de lições necessárias. A esfera da Crosta é uma escola divina. É por isso que o amor, através das atividades "intercessórias", reconduz diariamente ao banco escolar da carne milhões de aprendizes. A reencarnação de Segismundo, contudo, obedecia às diretrizes mais comuns, porquanto o irmão pertencia à enorme classe média de Espíritos que habitam a Crosta, nem altamente bons, nem conscientemente maus. Já a volta de certas entidades das regiões mais baixas ocasiona laboriosos e pacientes esforços dos Espíritos, obrigando-os a processos de serviço que o próprio André Luiz levaria muito tempo para compreender. (Cap. 13, págs. 215 e 216)

93. Renascimento em lares desequilibrados - André Luiz perguntou a Alexandre o que sucederia se o lar de Adelino não fosse em bases retas. A explicação foi direta: O diamante perdido no lodo não deixa de ser diamante. A paternidade e a maternidade, em si mesmas, são sempre divinas. Em todo lugar desenvolve-se o auxílio da esfera superior, desde que se encontre em jogo o trabalho da Vontade de Deus. O que sucede é que, em tais circunstâncias, as atividades de auxílio são verdadeiramente sacrificiais. As vibrações contraditórias e subversivas das paixões desvairadas da alma em desequilíbrio comprometem os melhores esforços e, muitas vezes, para ajudar é preciso, antes de tudo, lutar contra entidades monstruosas, que os próprios pais atraem por sua invigilância. Certas almas heróicas escolhem semelhante entrada na existência carnal, para se fortalecerem nas resistências supremas contra o mal, desde os primeiros dias de vida uterina. É preciso, contudo, ser forte na fé e na coragem para não sucumbir. Nos renascimentos dessa espécie, o maior número de criaturas cumpre, no entanto, o programa salutar das provações retificadoras, em que muitas fracassam, havendo, porém, grande quantidade das que retiram os melhores lucros espirituais no setor da experiência para a vida eterna. André começava a entender a procedência de certos fenômenos teratológicos e de determinadas doenças congênitas que, no mundo, confrangem o coração. (Cap. 13, págs. 217 e 218)

94. Herculano é designado anjo da guarda do menino - Sem qualquer condição de entender os desenhos contidos nos mapas cromossômicos do reencarnante, André Luiz apenas registrou uma última observação feita por Alexandre aos demais companheiros de serviço:  Com exceção do tubo arterial, na parte a dilatar-se para o mecanismo do coração, tudo irá muito bem. Todos os genes poderão ser localizados com normalidade absoluta. Ficava claro que o corpo físico de Segismundo, com a exceção já referida, não teria qualquer anomalia. Todos ficaram sabendo, naquele momento, que Herculano permaneceria em definitivo junto de Segismundo, na nova experiência, até ele atingir os sete anos, ocasião em que o processo reencarnatório estaria consolidado. A partir daí, sua tarefa de amigo e orientador seria amenizada, visto que seguiria o amigo em sentido mais distante. O instrutor pediu, contudo, aos companheiros de serviço que tivessem muita atenção nos primórdios de formação do timo, glândula de importância essencial para a vida infantil, desde o útero materno. O equilíbrio perfeito da referida glândula é indispensável até que se forme a medula óssea e se habilite à produção dos corpúsculos vermelhos para o sangue. Alexandre esclareceu ainda uma dúvida de André relativamente à lei da hereditariedade, afirmando que o organismo dos nascituros provém do corpo dos pais, mas a criatura herda tendências e não qualidades. As primeiras cercam o homem que renasce, desde os primeiros dias de luta, não só em seu corpo transitório, mas também no ambiente geral a que foi chamado a viver, aprimorando-se. As segundas resultam do labor individual da alma encarnada, na defesa, educação e aperfeiçoamento de si mesma. Se o Espírito reencarnado estima as tendências inferiores, desenvolvê-la-ás, ao reencontrá-las dentro do novo quadro de experiências humanas. Assim, ninguém se pode queixar de forças destruidoras ou de circunstâncias asfixiantes, em se referindo ao círculo onde renasceu. Haverá sempre, dentro de nós, a luz da liberdade íntima indicando-nos a ascensão. Praticando a subida espiritual, melhoraremos sempre. Esta é a lei. (Cap. 13, págs. 218 a 220)  (Continua no próximo número.)


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