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Clássicos do Espiritismo
Ano 1 - N° 37 - 6 de Janeiro de 2008

ANGÉLICA REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

Por que creio na
imortalidade da alma

(7a  Parte)

Sir Oliver Lodge

Damos prosseguimento ao estudo do clássico Por que creio na imortalidade da alma, de Sir Oliver Lodge, de acordo com a tradução feita por Francisco Klörs Werneck, publicada pela Federação Espírita do Estado de São Paulo em 1989. 

Questões preliminares  

A. Que dificuldade Oliver Lodge aponta nos casos de premonições e predições?

R.: A dificuldade por ele apontada é expressada nesta pergunta: Até que ponto é o futuro precisamente determinado para que se torne possível a percepção do que possa acontecer? Não há dúvida, diz ele, que a predição é possível no que diz respeito ao mundo inorgânico, particularmente pelos movimentos estudados pela Astronomia. O conhecimento mais completo das condições atuais pode permitir-nos deduzir a emergência futura que se prepara. Mas fora desse campo, é difícil compreendê-la. (Por que creio na imortalidade da alma, pág. 43.)

B. A distância constitui obstáculo aos fenômenos de clarividência?

R.: Não. De acordo com muitos relatórios, as faculdades de clarividência e lucidez, que Richet denominou criptestesia, ultrapassam os limites ordinários do espaço. A distância e a opacidade não são obstáculos a essa percepção ultranormal. (Obra citada, pág. 43.)

C. Que explicação Oliver Lodge dá para as predições pormenorizadas que depois se confirmam?

R.: Primeiro, Lodge relatou um fato que envolveu sua própria família. No outono de 1919, sua esposa partiu para Vichy, quando Raymond (seu filho então desencarnado) enviou-lhe a seguinte mensagem: “Dizei à mamãe para cessar com a sua caça à casa. Já descobri certa morada e espero obtê-la para vós”. Pouco depois, visitando seu amigo Lord Glenconner, este mostrou-lhe uma velha herdade situada no vale do Avon, que ele acabara de comprar. Reformada, foi esta a casa alugada por Oliver Lodge e que correspondia, nos mínimos detalhes, à descrição feita por uma clarividente de Londres seis anos antes. Depois do relato, Lodge indaga: Como explicar a previsão da clarividente, feita num momento em que nenhuma intenção ele tinha de deixar os arredores de Birmingham, nem a menor idéia de ir morar no campo? “Somente de modo vago – escreveu então –- é que posso conjecturar uma espécie de preparação no Além para produzir tais coisas. Porque, como já disse algures, a dedução do presente e o estabelecimento de projetos para o futuro são nossos dois métodos normais de predição nos negócios ordinários de nossa vida.” (Obra citada, pp. 56 a 61.)  

Texto para leitura

79. De acordo com muitos relatórios, as faculdades de clarividência e lucidez, que Richet denominou criptestesia, ultrapassam os limites ordinários do espaço, de modo que a distância e a opacidade não são obstáculos a essa percepção ultranormal. (P. 43)

80. Os fatos de premonições e predições apresentam uma dificuldade excepcional: até que ponto é o futuro precisamente determinado para que se torne possível a percepção do que possa acontecer? (P. 43)

81. Sabemos que a predição é possível no que diz respeito ao mundo inorgânico, particularmente pelos movimentos estudados pela Astronomia. Pode-se admitir que o Universo seja uma conseqüência da lei de causa e efeito e que um conhecimento mais completo das condições atuais pode permitir-nos deduzir a emergência futura que se prepara. (P. 43)

82. Como exemplo do fenômeno de clarividência, o autor descreve uma comunicação relativa ao assassinato da rainha Draga e de seus irmãos, ocorrido na antiga Sérvia. Foi Richet quem lhe relatou o fato, no ano de 1903. Recebida na noite de 10 de junho de 1903, em Paris, a mensagem foi ditada por meio de pancadas vibradas na madeira. O crime anunciado ocorreu na madrugada de 11 de junho, como foi noticiado amplamente pelos jornais da época. (PP. 46 a 48)

83. O caso relatado em seguida refere-se à eleição de Hindenburg à presidência da República Alemã. Era o dia 26 de abril de 1925, quando Raymond se manifestou informando que Hindenburg fora eleito e ele se despedia para ir à festa. No dia 27, o jornal Daily Mail informava a eleição do presidente da Alemanha ocorrida na véspera. (PP. 49 e 50)

84. O terceiro caso, comunicado à Society for Psychical Research por um de seus membros radicado no Canadá, refere-se a um curioso episódio ocorrido na Carolina do Norte, em que o Espírito de um agricultor - James L. Chaffin - apareceu a um de seus filhos para cientificá-lo de que havia, pouco antes de sua morte, modificado o testamento em que designara um único filho como beneficiário. O Espírito indicou onde se encontrava o documento, que foi localizado e depois aceito pelo Tribunal do Estado. (PP. 50 a 54)

85. No tocante às predições, Lodge relata que a 6 de maio de 1913, na cidade de Londres, uma clarividente profissional de nome Vera descreveu, com todas as minúcias necessárias, a casa de campo onde a família do cientista passou a residir mais de seis anos depois. Seu filho Raymond ainda estava com eles, visto que seu falecimento durante a primeira guerra mundial ocorreu em 1915. (PP. 54 a 56)

86. No começo de outono de 1919, a esposa de Lodge partiu para Vichy, na França, quando Raymond enviou a seu pai a seguinte mensagem: “Dizei à mamãe para cessar com a sua caça à casa. Já descobri certa morada e espero obtê-la para vós”. Pouco depois, visitando seu amigo Lord Glenconner, este mostrou-lhe uma velha herdade situada no vale do Avon, que ele acabara de comprar. Reformada, foi esta a casa alugada por Oliver Lodge e que correspondia, nos mínimos detalhes, à descrição feita pela clarividente de Londres seis anos antes. (PP. 56 a 60)

87. Depois de relatar o caso, Oliver Lodge indaga: como explicar a previsão da Sra. Vera, feita num momento em que nenhuma intenção o professor tinha de deixar os arredores de Birmingham, nem a menor idéia de ir morar no campo? “Somente de modo vago - entende Lodge - é que posso conjecturar uma espécie de preparação no Além para produzir tais coisas. Porque, como já disse algures, a dedução do presente e o estabelecimento de projetos para o futuro são nossos dois métodos normais de predição nos negócios ordinários de nossa vida.” (P. 61)

88. A terceira classe de fatos - a psicometria - é ilustrada por um caso que, por exigir longo desdobramento e ocupar bastante espaço, foi relatado de forma sucinta neste livro. As experiências que lhe deram origem ocorreram em 1901, um ano depois da nomeação de Oliver Lodge para Reitor da Universidade de Birmingham, que acabara de ser criada. Entre a comunidade irlandesa de Liverpool havia um homem que era paralítico, o Sr. David Williams. (PP. 62 e 63)

89. Desejoso de auxiliá-lo, o Sr. Benjamin Davies, que durante muitos anos auxiliou Lodge em suas investigações científicas, levou a uma médium de Liverpool, de nome Thompson, dois objetos pertencentes ao enfermo. Um deles era um pedaço de pano que o doente manejava continuamente. (P. 63)

90. Sem nada indagar quanto ao dono dos objetos, a médium descreveu o acidente que produzira a paralisia do Sr. Williams e indicou a região do crânio onde existia um coágulo de sangue, recomendando para o enfermo uma urgente cirurgia. (P. 64)

91. Examinado pelo dr. Robert Jones, que clinicava em Liverpool, o Sr. Williams acabou sendo operado pelo médico em 30 de maio de 1902, tendo o cirurgião confirmado a lesão craniana referida pela médium. (PP. 64 e 65) (Continua no próximo número.)  


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita