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Crônicas e Artigos
Ano 1 - N° 36 - 23 de Dezembro de 2007

CRISTIAN MACEDO
cristianmacedo@potencial.net
Porto Alegre, Rio Grande do Sul (Brasil)

Os violinos de Hilaíde 

“... não há, em nenhum domínio, efeito sem causa, parto sem dor, vitória sem combate, triunfo sem rudes esforços...” Léon Denis
 

A vida é muito complexa. Possui muitos momentos de dor...

Cada um de nós recebe as aflições de uma forma.

As reações quase sempre se ajustam a quem somos... Se somos pessoas agressivas a reação é violenta. Se somos pessoas sábias, as “reações” são ações amorosas, construtivas e belas.

Ninguém gosta de sofrer. A dor em si é muito ruim.

Mas é óbvio que, como tudo na vida, ela nos serve de aprendizado.

Existem dores que não servem para nada... São dores construídas... Dores do masoquismo. Mas existem as dores de parto... As dores que servem para algo... Que passam e deixam filhos... Deixam frutos... 

A dor do parto 

Aquele jovem era muito violento... Já havia assassinado duas pessoas.

Ele trazia essa revolta que não é incomum nos dias de hoje.

Cedo da manhã, abordou um homem que saia de sua casa... Queria dinheiro e jóias...

Rodavam a cidade quando o homem reconhece o rapaz... A mãe do jovem era funcionária do hospital que o recém seqüestrado trabalhava como médico. Ele já o havia visto lá... Era o filho da cozinheira.

Diante do reconhecimento, o jovem resolve assassiná-lo. Coloca-o no porta-malas. Leva-o para um matagal... 

Em alta velocidade, o carro capota... Do porta-malas o homem, desesperado, ouve o seqüestrador forçando para abrir, mas o acidente avariou o carro e o porta-malas não pode ser aberto... Curiosos se aproximavam do acidente... O jovem foge.

Ele sobreviveu.

Renascimento para o homem... Renascimento para a família...

Isso se chama metamorfose: dor, transformação e renascimento. 

Respondendo com a não-violência 

A esposa do homem seqüestrado chama-se Hilaíde. Como todo ser humano normal, ela reagiu àquela situação que chocou toda a família.

Certamente o medo, a revolta brotariam...

Mas sua reação foi diferente...  Foi especial. Não fez passeatas pedindo vingança travestida de “justiça”. Não saiu às ruas exigindo penas mais duras... Hilaíde optou por dar ao mundo o que podia. Escolheu dar amor.

Isso não é muito fácil... Talvez para Gandhi e Luther King... Mas não para a maioria. 

Violinos e amor 

A vida encaminhou Hilaíde para a periferia... Para o bairro de onde aquele jovem saiu. E, nesse contexto, a harmonia da música, da beleza e do amor foi levada pela mulher, que sofreu e viu sua família sofrer o trauma gerado pela violência.

Se a violência é feia e insana, nada melhor do que levar a beleza da música para envolver corações no Bem, no Belo e no Verdadeiro...

Violinos...

As cordas que lembram as musas... As servas de Apolo que encantavam os deuses do Olimpo com suas melodias...  Eram deusas dos campos e das montanhas...  Inspiravam poetas, compositores, escritores...

Por isso música (mousiké = aquilo que se relaciona com as musas).

Hilaíde está ensinando violino aos jovens da periferia de sua cidade, no interior do Paraná. 

Sabedoria  

A sabedoria nos faz ver a dor de um outro jeito...

A violência é oportunidade de ensinar carinho.

A raiva dá a chance de ensinar amor.

A ignorância é que permite ter sentido a educação.

Precisamos de pessoas sábias, pois elas podem entender os recados da vida... Sabem que a dor pode ser parto, pode ser vida abundante a transformar o mundo.
 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita