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Crônicas e Artigos
Ano 1 - N° 35 - 16 de Dezembro de 2007

JOSÉ CARLOS MONTEIRO DE MOURA
jcarlosmoura@terra.com.br
Belo Horizonte, Minas Gerais (Brasil)
 

Convite irrecusável  

No atual estágio de evolução do planeta, não existe quem não enfrente ou não tenha enfrentado aflições e dificuldades de que resultam pesados ônus. Significante parcela da humanidade considera tais ônus como injustos e insuportáveis. No entanto, resultam da própria condição da Terra, como mundo de expiação e de prova.

A doutrina dos Espíritos ensina que todo sofrimento se acha intimamente ligado à imperfeição, que toda imperfeição, assim como todo erro ou falta que dela resultar, traz consigo o castigo correspondente como conseqüência natural e inevitável. Ensina também que todo homem pode libertar-se das imperfeições, anular o seus males e garantir, em virtude disso, a felicidade futura (KARDEC − O Céu e o Inferno, capítulo VII, item 33º).

Dificuldades e aflições, dores e sofrimentos não constituem, portanto, uma situação imutável e irreversível. O destino do homem é a perfeição, mesmo que ele, por ignorar, na maioria das vezes, o próprio sentido da vida, ainda não tenha compreendido direito essa verdade incontestável. A esse respeito, Jesus foi imperativamente categórico ao afirmar: “Sede, pois, vós outros, perfeitos, como perfeito é o vosso Pai Celestial” (Mateus, V: 48). 

O seu Evangelho é o verdadeiro código de que o ser humano dispõe para alcançar essa perfeição e, por conseguinte, libertar-se das imperfeições e dos sofrimentos provenientes delas. É o jugo suave a que se refere o relato de Mateus. A sua acolhida implica a eleição da moral evangélica, como a norma de conduta fundamental do homem durante a sua romagem terrena. Não contém nenhuma fórmula mágica capaz de resolver ou de eliminar problemas ou dificuldades, mesmo porque a sua solução ou eliminação é tarefa da exclusiva alçada de quem livremente os criou: o próprio ser humano.

A um primeiro exame, parece que a suavidade do jugo e a leveza do fardo conflitam com outras passagens evangélicas, principalmente com aquela em que Jesus recomenda a entrada pela porta estreita, porquanto a outra − a larga − conduz irreversivelmente à perdição.

A contradição é apenas aparente. O jugo suave não significa a imediata liberação dos percalços naturais da vida, e uma caminhada terrena livre dos espinhos e pedregulhos, criados e acumulados pelo homem, ao longo de suas múltiplas existências. Trata-se, isto sim, de um roteiro seguro e firme que a bondade infinita de Deus lhe oferece para, com seu próprio esforço, afastar, superar ou eliminar as arestas de seu caminho.

Jesus não prometeu a cura milagrosa dos males humanos, mas apenas o seu alívio. Isso torna mais suave a longa e penosa jornada da humanidade no caminho da evolução e da perfeição final. O fardo dos erros, defeitos e falhas, acumulado no curso dos milênios, vai sendo, paulatinamente, deixado à beira da estrada e substituído pelas qualidades e virtudes de que um dia será detentora.

O alívio proclamado pelo Mestre permite, inclusive, uma melhor compreensão de todos os problemas terrenos e de suas causas, além de propiciar uma idéia mais exata da Justiça Divina e de seu mecanismo operacional, cujo fundamento básico é a reencarnação.

A pluralidade de existências é indispensável no processo de substituição de erros, defeitos e falhas pelas virtudes e qualidades do homem de bem. Isso importa a sua sempre lembrada reforma interior, impossível de ser realizada de um dia para o outro, em face principalmente da dimensão da tarefa.  Daí a razão por que a Justiça de Deus lhe assegura, quando nada, a mesma quantidade de tempo de que ele dispôs para criar e alimentar vícios, cultivar defeitos e praticar, com sistemática reincidência, erros de toda espécie e gravidade, a fim de que, através de um comportamento inverso, os elimine e supere, e não retome o costume de incidir no seu cometimento.

O exercício do amor e da caridade, aliado a uma fé embasada na lógica, na razão e no conhecimento, entremeados da esperança na vida futura e na certeza da correção das decisões da Justiça Divina, são importantíssimos instrumentos colocados à disposição da humanidade para alcançar esse fim, independentemente de qualquer filiação religiosa.

Não obstante e sobretudo no Ocidente, não se pode negar a importância do Espiritismo nesse mister. Embora tenha se dirigido especificamente aos espíritas, o Espírito de Verdade, em sua famosa advertência (“Espíritas!, amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo”), deixa claro que ela se destina a todos que realmente propugnam por um mundo melhor, mais solidário e fraterno.

E isso porque, de uma forma ou de outra, ela se acha inscrita em todos os livros sagrados da humanidade. Coube, no entanto, a Jesus dar-lhe os contornos universais, porquanto dirigida a todos os homens, conforme se vê, expressamente, do seu convite: “Vinde a mim todos vós que estais aflitos e sobrecarregados, que eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei comigo que sou brando e humilde de coração e achareis repouso para vossas almas, pois é suave o meu jugo e leve o meu fardo”. (Mateus, XI: 28 a 30)
 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita