WEB

BUSCA NO SITE

Página Inicial
Capa desta edição
Edições Anteriores
Quem somos
Estudos Espíritas
Biblioteca Virtual
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English Livres Spirites en Français  
Jornal O Imortal
Vocabulário Espírita
Biografias
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English Livres Spirites en Français Spiritisma Libroj en Esperanto 
Mensagens de Voz
Filmes Espiritualistas
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Efemérides
Esperanto sem mestre
Links
Fale Conosco
Estudando as obras de Kardec
Ano 1 - N° 34 - 9 de Dezembro de 2007

ASTOLFO OLEGÁRIO DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)

O que é o Espiritismo
Allan Kardec
(Parte 12)

Continuamos nesta edição o estudo do livro O que é o Espiritismo, que surgiu em Paris em julho de 1859, o qual será aqui apresentado em 14 partes. As páginas citadas no texto referem-se à 20a edição publicada pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares

A. A faculdade mediúnica depende das qualidades morais do médium?

Não. A faculdade mediúnica é uma propriedade do organismo e se nos mostra desenvolvida tanto nos mais dignos como nos mais indignos indivíduos. (O que é o Espiritismo, capítulo II, itens 79 e 80, pág. 178.)

B. É fácil identificar os Espíritos que se manifestam?

Não. A identidade é uma das grandes dificuldades do Espiritismo prático, sendo muitas vezes impossível verificá-la, sobretudo quando se trata de Espíritos superiores que viveram em épocas muito recuadas. A identidade é de mais fácil verificação quando se trata de Espíritos contemporâneos, cujo caráter e hábitos sejam conhecidos, porque é por meio desses hábitos e particularidades que a identidade se revela mais seguramente e, por vezes, de modo incontestável. (Obra citada, capítulo II, itens 94, 95 e 96, págs. 183 e 184.)

C. Quais são os dois critérios sugeridos por Kardec para saber se uma mensagem oriunda dos Espíritos é verdadeira?

O primeiro critério é submeter a comunicação ao exame severo da razão, do bom-senso e da lógica. O segundo critério da verdade está na concordância do ensino. Quando o mesmo princípio é ensinado em muitos lugares por diferentes Espíritos e médiuns estranhos uns aos outros e isentos de idênticas influências, pode-se concluir que ele está mais próximo da verdade do que aquele que emana de uma só fonte e é contraditado pela maioria. (Obra citada, capítulo II, item 99, págs. 185 e 186.)

D. Para que serve o estudo do Espiritismo?

O estudo do Espiritismo serve para provar materialmente a existência do mundo espiritual. Como esse mundo é formado pelas almas daqueles que viveram, resulta de sua admissão a prova da existência da alma e de sua sobrevivência ao corpo. As almas que se manifestam revelam-nos suas alegrias ou seus sofrimentos, conforme o modo por que empregaram o tempo de sua existência terrena. Descrevendo-nos seu estado e sua situação, elas retificam as idéias falsas que faziam da vida futura e, principalmente, sobre a natureza e a duração das penas. Passando a vida futura do estado de teoria vaga e incerta ao de fato conhecido e positivo, surge para o homem a necessidade de trabalhar o mais possível durante a existência presente, que é tão curta, em proveito da vida futura, que é infinita. (Obra citada, capítulo II, itens 100 e 101, págs. 186 a 189.) 

Texto para leitura

148. Não confundir a subjugação obsessional com a loucura patológica. Na loucura, a causa do mal é interna, existe uma lesão orgânica e é preciso restituir o organismo ao seu estado normal. Na subjugação, a causa é externa e tem-se necessidade de libertar o doente de um inimigo invisível, não lhe opondo remédios materiais, mas uma força moral superior à dele. Nunca, em tal caso, os exorcismos produziram resultado satisfatório; antes agravaram que minoraram a situação. (Cap. II, itens 73 e 74, pp. 176 e 177.)

149. Indicando a verdadeira fonte do mal, só o Espiritismo dá os meios de combater a subjugação obsessional, fazendo a educação moral do obsessor. Por conselhos prudentemente dirigidos, chega-se a torná-lo melhor e a fazê-lo renunciar voluntariamente à atormentação do enfermo, que então fica livre. (Cap. II, item 74, pág. 177.)

150. A obsessão, qualquer que seja a sua natureza, é independente da mediunidade e se encontra, de todos os graus, em grande número de pessoas que nunca ouviram falar de Espiritismo. A mediunidade não é uma causa, mas simples modo de manifestação dessa influência. Sem a mediunidade, a influência se manifesta por outros efeitos, muitas vezes atribuídos a enfermidades misteriosas, que escapam às investigações da medicina. Pela mediunidade, o ente maléfico denuncia a sua presença; sem ela, é um inimigo oculto, de quem não se desconfia. (Cap. II, item 76, pág. 177.)

151. Como a obsessão nunca é produto de um bom Espírito, torna-se um ponto essencial saber reconhecer-se a natureza dos que se apresentam. O médium não esclarecido pode ser enganado pelas aparências, mas o médium prevenido percebe o menor sinal suspeito, e o Espírito, vendo que nada pode fazer, retira-se. O conhecimento prévio dos meios de distinguir os bons dos maus Espíritos é, pois, indispensável ao médium que não se quer expor a cair num laço. (Cap. II, item 78, pág. 178.)

152. Os bons Espíritos, querendo dar um ensino útil a todos, servem-se do instrumento que têm à mão, mas logo o deixam, se encontram outro que lhes seja mais afim e melhor aproveite de suas lições. Retirando-se os bons Espíritos, os inferiores ficam com o campo livre. Resulta então que os médiuns imperfeitos, moralmente falando, e os que não procuram emendar-se tarde ou cedo são presas dos maus Espíritos, que, muitas vezes, os conduzem à ruína e às maiores desgraças, mesmo na vida terrena. (Cap. II, item 81, pág. 179.)

153. Os médiuns de mais mérito não estão ao abrigo das mistificações. Em primeiro lugar, porque não existe ainda entre nós pessoa perfeita, que não tenha um lado fraco que dê acesso aos maus Espíritos. Segundo, porque os bons Espíritos permitem mesmo, às vezes, que os maus venham, para exercitarmos a nossa razão, aprendermos a distinguir a verdade do erro e ficarmos de prevenção, não aceitando cegamente e sem exame tudo quanto nos venha dos Espíritos. O erro jamais virá de um Espírito bom; o erro provém sempre de uma fonte má. (Cap. II, item 82, pág. 179.)

154. As mistificações podem ainda ser uma prova para a paciência e a perseverança do espírita, médium ou não; e aqueles que desanimam, com algumas decepções, dão prova aos bons Espíritos de que não são instrumentos com que eles possam contar. (Cap. II, item 82, pp. 179 e 180.)

155. O médium seguro, aquele que pode ser realmente qualificado de bom médium, é o que aplica a sua faculdade buscando tornar-se apto a servir de intérprete aos bons Espíritos. O poder de atrair os bons e repelir os maus Espíritos está na razão da superioridade moral do médium e da posse do maior número das qualidades que formam o homem de bem. É por esses dotes que se concilia a simpatia dos bons e se adquire ascendência sobre os maus Espíritos. (Cap. II, item 84, pág. 180.)

156. As imperfeições morais do médium, aproximando-o da natureza dos maus Espíritos, tiram-lhe a influência necessária para afastá-los: em vez de se impor, o médium sofre a imposição deles. (Cap. II, item 85, pág. 180.)

157. Os maus Espíritos sabem explorar habilmente as fraquezas do médium, para impor-se a ele, e entre os nossos defeitos o que lhes dá margem maior é o orgulho, sentimento que se encontra mais dominante na maioria dos médiuns obsidiados e, principalmente, nos fascinados. É o orgulho que faz com que se julguem infalíveis e repilam todos os conselhos. Esse sentimento é, infelizmente, excitado pelos elogios. (Cap. II, item 86, pp. 180 e 181.)

158. O bom médium nunca se crê bastante digno de receber comunicações de entidades ilustres; ele tem uma salutar desconfiança do merecimento do que recebe e não se fia apenas no seu próprio juízo. Sabe que seria ridículo crer na identidade absoluta dos Espíritos que se lhe manifestam, e deixa que terceiros julguem do seu trabalho, sem que seu amor-próprio se ofenda por qualquer decisão contrária. Seu caráter distintivo é a simplicidade e a modéstia; julga-se feliz com a faculdade que possui, por lhe ser um meio de tornar-se útil, e jamais se incomoda se dão preferência a outros médiuns. (Cap. II, item 87, pág. 181.)

159. Como todas as outras faculdades, a mediunidade é um dom de Deus, que se pode empregar para o bem quanto para o mal, e do qual se pode abusar. Seu fim é colocar-nos em relação direta com as almas daqueles que viveram na Terra, para recebermos ensinamentos e iniciações da vida futura. Aquele que dela se utiliza para o bem, desempenha uma verdadeira missão e será recompensado. O que dela abusa e a emprega em coisas fúteis, desviando-a de seu fim providencial, tarde ou cedo será punido. (Cap. II, item 88, pp. 181 e 182.)

160. A melhor garantia contra o charlatanismo está no desinteresse absoluto e na probidade do médium; há pessoas que, por sua posição e caráter, estão acima de qualquer suspeita. (Cap. II, item 91, pág. 183.)

161. Entre os adeptos do Espiritismo encontram-se entusiastas e exaltados; são eles, em geral, os piores propagadores, porque a facilidade com que aceitam tudo, sem exame, desperta desconfiança. O espírita esclarecido repele esse entusiasmo cego, observa com frieza e calma e, assim, evita ser vítima de ilusões e mistificações. (Cap. II, item 92, pág. 183.)

162. As contradições que se notam, com freqüência, na linguagem dos Espíritos são a conseqüência da sua natureza, pois que eles não sabem as coisas senão na razão do seu adiantamento, sendo que muitos podem saber menos ainda que certos homens. (Cap. II, item 97, pág. 185.) (Continua na próxima edição.)


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita