THIAGO
BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
Curitiba,
Paraná (Brasil)
A
liberdade natural e a
escravidão
Apresentamos
nesta edição o tema n.o 34 do Estudo
Sistematizado da Doutrina Espírita, que
está sendo aqui apresentado semanalmente,
de acordo com programa elaborado pela Federação
Espírita Brasileira, estruturado em seis módulos
e 147 temas.
Se
o leitor utilizar este programa para estudo
em grupo, sugerimos que as questões
propostas sejam debatidas livremente antes
da leitura do texto que a elas se segue. Se
destinado somente a uso por parte do leitor,
pedimos que o interessado tente inicialmente
responder às questões e só depois leia o
texto referido.
As
respostas correspondentes às questões
apresentadas encontram-se no final do texto
abaixo.
Questões
para debates
1.
Que é livre-arbítrio?
2.
A liberdade concedida ao ser humano é
ilimitada?
3.
Que pensar da escravidão e das leis que a
consagraram em nosso mundo?
4.
Que ocorre com as pessoas que
arbitrariamente cerceiam a liberdade dos
outros?
5.
Quantas espécies de homens existem na face
da Terra?
Texto
para leitura
O
livre-arbítrio é apanágio do ser humano
1.
A liberdade é a condição básica para que
a alma construa o seu destino. Apanágio do
ser humano, o livre-arbítrio é a faculdade
que tem o indivíduo de determinar sua própria
conduta, ou, em outras palavras, a
possibilidade que ele tem de, entre duas ou
mais opções, escolher uma delas e fazer
que prevaleça sobre as outras.
2.
Sem o livre-arbítrio, o homem não teria mérito
em praticar o bem ou evitar o mal, pois, sem
poder usar livremente a sua vontade, ele não
seria mais do que um autômato. Com o
livre-arbítrio, ao contrário, ele passa a
ser o arquiteto de sua própria existência
e construtor de sua felicidade ou
infelicidade.
3.
A liberdade e o livre-arbítrio ampliam-se
de acordo com sua elevação e conhecimento.
O livre-arbítrio confere, porém, ao homem
a responsabilidade dos próprios atos, por
terem sido praticados livremente e de acordo
com a sua própria vontade.
4.
Intrinsecamente livre, criado para a vida
feliz, o homem traz, porém, inscritos na própria
consciência, os limites de sua liberdade.
Jamais devendo constituir tropeço na senda
por onde avança o seu próximo, é-lhe
vedada a exploração de outras vidas, das
quais subtraia o direito de liberdade.
5.
A liberdade legítima decorre da legítima
responsabilidade, não podendo triunfar sem
esta. A responsabilidade resulta do
amadurecimento pessoal em torno dos deveres
morais e sociais, que constituem a questão
matriz fomentadora dos lídimos direitos
humanos.
A
escravidão é um erro inconcebível
6.
De acordo com a lei natural todos os seres
possuem direitos. A toda criatura é
concedida a liberdade de pensar, falar e
agir, desde que essa concessão subentenda o
respeito aos direitos do próximo. Ser livre
é saber, assim, respeitar os direitos
alheios, porque desde que juntos estejam
dois homens há entre eles direitos recíprocos
que lhes cumpre respeitar.
7.
Vivemos em um planeta que se caracteriza
pela predominância do mal sobre o bem. A
Terra, como sabemos, é ainda um mundo
inferior onde seus habitantes estão
submetidos a provas e expiações. É por
isso que muitos Espíritos que aqui vivem não
possuem o discernimento natural para o
emprego da liberdade que Deus lhes concedeu.
A ocorrência de abusos de poder,
manifestada nas tentativas de o homem
escravizar o próprio homem, em variados
graus e formas, é o exemplo típico do mau
uso dessa lei natural.
8.
À medida que o ser humano evolui, cresce
com ele a responsabilidade sobre os seus
atos, sobre as suas manifestações verbais
e, até mesmo, sobre os seus pensamentos.
Nesse estágio evolutivo passa a compreender
que a liberdade não se traduz por fazer ou
deixar de fazer determinada coisa,
irresponsavelmente. Procura, então, medir
sua linha de ação, de maneira que esta não
atinja desastrosamente o próximo.
Compreende que sua liberdade termina onde
começa a do próximo, e exerce sua vontade
própria de maneira mais coerente e responsável.
9.
A sujeição absoluta de um homem a outro
constitui, portanto, um erro gravíssimo, de
conseqüências desastrosas para quem o
pratica. A escravidão, seja ela física,
intelectual, social ou econômica, é sempre
um abuso da força e tende a desaparecer com
o progresso da Humanidade.
10.
Quem arbitrariamente desfere golpes
cerceando a liberdade dos outros,
escravizando-os pelos diversos processos que
o mundo moderno propicia, sofrerá mais
tarde a natural conseqüência de seus atos,
e essa será a vergasta da dor, que desperta
e corrige, educa e levanta para os tirocínios
elevados da vida.
Há
uma única espécie de homens e todos são
irmãos
11.
Nossa liberdade não é absoluta porque
vivemos em sociedade, em que devemos
respeitar os direitos das outras pessoas. É,
portanto, um absurdo aceitar qualquer forma
de escravidão, cuja abolição assinala um
progresso inequívoco da legislação e dos
costumes deste mundo.
12.
Durante muito tempo, segundo a História,
aceitou-se como justa a escravização dos
povos vencidos nas guerras, assim como foi
permitido pelas leis humanas que os homens
de certas raças fossem caçados e vendidos,
quais bestas de carga, na falsa suposição
de que eram seres inferiores e, segundo
alguns, nem mesmo pertenciam à Humanidade.
13.
Coube ao Cristianismo mostrar que perante
Deus só existe uma espécie de homens e que
pretos, brancos, vermelhos e amarelos, somos
todos irmãos.
14.
Com a abolição da escravatura, todos nós
podemos dispor livremente de nossa vida, o
que é um grande passo, embora estejamos
ainda muito distantes de uma vivência
mundial de integral respeito às liberdades
humanas, em que as outras formas de
escravização deixem de existir, um sonho
que um dia, sem qualquer dúvida, se tornará
realidade no mundo em que vivemos.
Respostas
às questões propostas
1.
Que é livre-arbítrio? R.:
Apanágio do ser humano, o livre-arbítrio
é a faculdade que tem o indivíduo de
determinar sua própria conduta, ou, em
outras palavras, a possibilidade que ele tem
de, entre duas ou mais opções, escolher
uma delas e fazer que prevaleça sobre as
outras.
2.
A liberdade concedida ao ser humano é
ilimitada? R.: Não.
A liberdade e o livre-arbítrio ampliam-se
de acordo com sua elevação e conhecimento.
3.
Que pensar da escravidão e das leis que a
consagraram em nosso mundo? R.:
A sujeição absoluta de um homem a outro
constitui um erro gravíssimo, de conseqüências
desastrosas para quem o pratica. A escravidão,
seja ela física, intelectual, social ou
econômica, é sempre um abuso da força e
tende a desaparecer com o progresso da
Humanidade.
4.
Que ocorre com as pessoas que
arbitrariamente cerceiam a liberdade dos
outros? R.: Quem
arbitrariamente desfere golpes cerceando a
liberdade dos outros, escravizando-os pelos
diversos processos que o mundo moderno
propicia, sofrerá mais tarde a natural
conseqüência de seus atos, e essa será a
vergasta da dor, que desperta e corrige,
educa e levanta para os tirocínios elevados
da vida.
5.
Quantas espécies de homens existem na face
da Terra? R.: O
Cristianismo mostrou-nos que perante Deus só
existe uma espécie de homens e que pretos,
brancos, vermelhos e amarelos, somos todos
irmãos.
Bibliografia:
O
Livro dos Espíritos, de
Allan Kardec, itens 826, 829 e 843.As
leis morais, de
Rodolfo Calligaris, págs. 148 a 151.
As leis morais da vida, de
Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo
P. Franco, págs. 133 e 134.