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Entrevista
Ano 1 - N° 34 - 9 de Dezembro de 2007
FERNANDA BORGES
fernanda@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)

Arthur Bernardes de Oliveira:


“Fidelidade à doutrina, simplicidade nas atitudes, solidariedade, fraternidade e amor, eis as
nossas prioridades”
 

Espírita desde criança, quando seu pai se tornou um dos pioneiros na divulgação da Doutrina Espírita no município de Astolfo Dutra (MG), articulista e um dos membros do Conselho Editorial de nossa revista, Arthur Bernardes de Oliveira (foto), de Guarani (MG), fala nesta entrevista sobre assuntos relevantes e de interesse permanente dos nossos leitores.

Mineiro com formação em Direito e Ciências Contábeis, ele diz que o aspecto filosófico é um dos mais importantes aspectos do Espiritismo, por responder com clareza e lógica aos questionamentos dos homens, que sempre,  desde  os  clássicos,  quiseram obter

respostas às perguntas: Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos?  

Sobre a natureza religiosa da Doutrina Espírita, ele é taxativo: “A despeito do que pensam alguns preconceituosos, o Espiritismo não é apenas mais uma religião. É a religião do futuro, a que vem tornar possível a religação definitiva do homem com Deus”.

O Consolador: Em que cidade você nasceu?

Nasci no Porto de Santo Antônio, que depois, ao ser elevado a município, passou a chamar-se Astolfo Dutra, cidade localizada na Zona da Mata de Minas Gerais, próxima de Cataguases, Ubá e Leopoldina.

O Consolador: Onde reside no momento?

Minha residência fica na zona rural de Piraúba, município vizinho de Guarani, onde exerço minhas atividades no movimento espírita. Depois de morar por muitos anos em Juiz de Fora e experimentado, assim, a correria da vida urbana, quis, ao me aposentar, sentir mais de perto a tranqüilidade da vida no campo, decidindo morar na zona rural.

O Consolador: Qual a sua formação?

Direito e Ciências Contábeis.

O Consolador: Que cargos já exerceu no movimento espírita?

– Fui presidente da Juventude Espírita Francisco Cândido Xavier, em Astolfo Dutra (MG), por dois anos e presidente da Fundação Espírita Abel Gomes, casa de acolhimento de meninas desamparadas, também em Astolfo Dutra, por dois anos.

O Consolador: Que cargo ou função exerce no momento?

– Sou vice-presidente da Casa Espírita João de Freitas, em Guarani (MG), e vice-presidente da Fundação Espírita Abel Gomes, de Astolfo Dutra.

O Consolador: Quando você se tornou espírita?

Meu pai conheceu o Espiritismo quando eu tinha dois anos de idade. Ele e mais dois companheiros, Mário Vitoriano e Amadeu Santos, tornaram-se, então, pioneiros na divulgação da Doutrina Espírita em Astolfo Dutra e também na região da Zona da Mata de Minas Gerais.

O Consolador: Dos três aspectos do Espiritismo – científico, filosófico e religioso – qual é o que mais o atrai?

O aspecto filosófico, por responder com clareza e lógica aos nossos questionamentos. 

O Consolador: Que autores espíritas mais lhe agradam?

Carlos Imbassahy, Ernesto Bozzano, André Luiz e Camilo Castelo Branco.

O Consolador: Que livros espíritas você considera de leitura indispensável aos confrades iniciantes?

Os que Kardec recomendou: “O que é o Espiritismo” e “O Livro dos Espíritos”, complementados pela literatura mediúnica de boa procedência.

O Consolador: Se você fosse passar alguns anos num lugar remoto, com acesso restrito às atividades e trabalhos espíritas, que livros espíritas levaria?

As obras básicas de Allan Kardec; a coleção de André Luiz e os livros ditados por Humberto de Campos.

O Consolador: Para você, o Espiritismo é uma religião?

A despeito do que pensam alguns preconceituosos, o Espiritismo não é apenas mais uma religião. É a religião do futuro, a que vem tornar possível a religação definitiva do homem com Deus.

O Consolador: Um tema que suscita geralmente debates acalorados diz respeito à obra publicada na França por J. B. Roustaing. Qual é sua apreciação dessa obra?

É uma obra bem escrita, daí sua aceitação por vultos respeitáveis do movimento espírita, no início do século passado, mas com erros grosseiros de interpretação do texto bíblico e em contradição clara com princípios estabelecidos nas obras básicas da doutrina. Parece-me uma tentativa de seus autores, sabe-se lá por que motivos, de acomodarem os princípios do Espiritismo, como doutrina nascente, às práticas católicas, usuais na vida social daqueles que começavam a se aproximar da nova mensagem. Seria uma forma de não deixar que se afastassem da Igreja os que se convencessem da verdade espírita.

O Consolador: Um outro assunto em que a prática espírita às vezes diverge está relacionado com os chamados passes padronizados, propostos na obra de Edgard Armond. Embora saibamos que em geral a opção dos espíritas brasileiros seja tão-somente pela imposição das mãos tal como recomenda J. Herculano Pires, qual é sua opinião a respeito?

Penso que ainda há uma certa confusão em nosso meio com referência aos passes que costumamos aplicar em nossos centros espíritas. Não decidimos se devemos seguir a simplicidade demonstrada por Jesus, ou seja, a simples imposição das mãos, ou se fazemos renascer a sofisticada técnica usada pelos magnetizadores do século XVIII. Talvez a confusão venha daí. Nada há mais simples, como dizia Herculano Pires, do que a aplicação do passe. O segredo está na mente, na força da vontade e do pensamento. O resto são filigranas sem nenhuma importância.

O Consolador: Como você vê a discussão em torno do aborto? No seu modo de ver as coisas, os espíritas deveriam ser mais ousados na defesa da vida, como tem feito a Igreja?

Volta e meia o problema do aborto reaparece na cena das discussões. E o lamentável é que seus paladinos quase sempre são homens responsáveis pela administração pública. Preocupados com as despesas públicas; com os gastos na saúde, na educação, com as aposentadorias. É preciso diminuir os nascimentos, sobretudo dos pobres, porque os ricos já não gostam mesmo de filhos, não têm tempo para filhos. Precisam gozar a vida. Filhos tomam muito tempo da gente. Precisamos sim, nós, espíritas, ser mais audaciosos no combate a esses criminosos que querem a todo custo legalizar a prática do mais covarde de todos os crimes que o ser humano possa cometer. E não apenas nesse caso. Temos que ser mais presentes no combate à corrupção de qualquer tipo que tem estado presente em todos os níveis da administração pública brasileira.

O Consolador: A eutanásia, como sabemos, é uma prática que não tem o apoio da Doutrina Espírita. Kardec e outros autores, como Joanna de Angelis, já se posicionaram sobre esse tema. Surgiu, no entanto, ultimamente a idéia de ortotanásia, defendida até mesmo por médicos espíritas. Qual a sua opinião a respeito?

Muda-se apenas a técnica: em vez de acelerar a morte, como se faz na eutanásia, procura-se não impedir que a morte chegue logo. É o velho interesse ditado pelo egoísmo dos que estão presentes no processo. É eliminar logo o grande problema que o doente nos traz. Queremos corrigir a vida e corrigir a Deus. Claro que há sempre por trás da demora do óbito um objetivo maior. Seja para quem está partindo, seja para os parentes que ficam. Nem eutanásia, nem ortotanásia.

O Consolador: O movimento espírita em nosso país lhe agrada ou falta algo nele que favoreça uma melhor divulgação da Doutrina?

Penso que está faltando uma melhor programação voltada para os jovens. Não vejo hoje a mesma força que vi na juventude espírita ao tempo da minha mocidade, na segunda metade do século passado, com a criação e organização de mocidades espíritas junto às casas espíritas naquela oportunidade.

O Consolador: Como você vê o nível da criminalidade e da violência que parece aumentar em todo o país e como nós, espíritas, podemos cooperar para que essa situação seja revertida?

Parece-me que essa violência decorre da oportunidade derradeira que estão tendo alguns Espíritos, antes do degredo a que serão submetidos, em face da evolução do planeta Terra, anunciada para o curso do Terceiro Milênio. Nosso trabalho para que a violência seja reduzida deve continuar sendo a divulgação dos princípios doutrinários, apoiada no exemplo edificante permanente.

O Consolador: A preparação do advento do mundo de regeneração em nosso planeta já deu, como sabemos, seus primeiros passos. Daqui a quantos anos você acredita que a Terra deixará de ser um mundo de provas e expiações, passando plenamente à condição de um mundo de regeneração, em que, segundo Santo Agostinho, a palavra “amor” estará escrita em todas as frontes e uma equidade perfeita regulará as relações sociais?

A passagem do nosso planeta de mundo de expiação e provas para mundo de regeneração não se dará numa data certa, como costuma ocorrer conosco quando completamos um curso e recebemos um diploma. Será o resultado de um processo lento, gradual e progressivo que começou há muitos anos e vai completar-se, com certeza, ao longo deste terceiro milênio.

O Consolador: Em face dos problemas que a sociedade terrena está enfrentando, qual deve ser a prioridade máxima dos que dirigem atualmente o movimento espírita no Brasil e no mundo?

Fidelidade à doutrina, simplicidade nas atitudes, solidariedade entre todos, fraternidade e amor.
 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita