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Crônicas e Artigos
Ano 1 - N° 33 - 2 de Dezembro de 2007

ARTHUR BERNARDES DE OLIVEIRA
tucabernardes@gmail.com
Guarani, Minas Gerais (Brasil)

Prelúdio da volta

Os Espíritos que integram o que chamamos de erraticidade formam a imensa fila da reencarnação.  Enquanto aguardam, vivem vida normal de Espíritos. Estudam, trabalham, divertem-se, têm intensa vida social, visitam os parentes e amigos que ainda labutam nas experiências da matéria, ajudam-nos, quando podem, ou perturbam-nos, quando mágoas que não se apagaram exigem deles o exercício da vingança.

E nós, aqui, eternos curiosos que somos, gostaríamos de saber e, por isso, costumamos perguntar:

− Sabem os Espíritos em que momento voltarão a reencarnar-se?

− Todos os Espíritos preocupam-se com sua reencarnação?

− Podem apressar ou retardar esse momento?

− Se se sentirem felizes, na condição em que se encontram, podem abrir mão da reencarnação indefinidamente?

− Há predestinação da alma que animará determinado corpo ou só à última hora é que é feita a escolha de quem será a beneficiária daquele corpo?

− Pode o Espírito escolher o corpo de que se servirá, ou só pode escolher o gênero de vida que lhe servirá de prova?

− Poderia dar-se não haver Espírito que aceitasse encarnar uma criança que houvesse de nascer?

− Pode a união de determinado Espírito a determinado corpo ser imposta por Deus?

− Se acontecesse que vários Espíritos aparecessem para tomar determinado corpo, que é o que decidiria sobre qual deles assumiria o corpo?

− No momento de encarnar, sofre o Espírito perturbação semelhante à que experimenta ao desencarnar?

− É solene para o Espírito o instante da sua encarnação? Pratica ele esse ato considerando-o grande e importante?

− É comum, diante das possibilidades de triunfo ou de fracasso em suas provas, passar o Espírito por uma ansiedade antes de sua encarnação?

− Amigos e parentes desencarnados costumam acompanhar o reencarnante no momento de sua despedida, tal como sói acontecer, quando de sua volta, ao fim da existência terrena?

Temos aí nada menos que treze indagações de que gostaríamos de ver respondidas.

Kardec também teve essa curiosidade. E fez exatamente as perguntas que acabamos de enumerar aos Espíritos que supervisionaram o trabalho de codificação da Doutrina.

E, assim, ficamos sabendo que:

a) Os Espíritos, já com algum esclarecimento, sabem que um dia terão que voltar à luta terrena para retomar, pelo estudo e pelo trabalho, a lenta, mas progressiva escalada da evolução. Têm conhecimento disso, mas não sabem quando isso acontecerá. E é natural que seja assim, porque, afinal, reencarnar não depende só deles. Há inúmeros fatores envolvidos no processo. Eles pressentem quando a hora se aproxima. Mas saber mesmo, eles não sabem. Os outros, isto é, os não-esclarecidos, nem desconfiam que isso possa acontecer.  Entre eles, há os que não sabem que já morreram; e há os que, já estando conscientes disso, não sabem ou não acreditam em reencarnação; outros ainda há que não acreditam, até mesmo, na sobrevivência da alma, de que eles próprios são a prova mais definitiva, como não acreditam em Deus, nem em justiça divina. Continuam ateus e materialistas. Isso acontece, porque a morte não transforma as pessoas. Elas continuam lá como eram aqui: com suas dúvidas, suas crenças e seus preconceitos. Por outro lado, o corpo de que se servem – o corpo espiritual ou perispírito – é tão igual ao que deixaram, aqui, que elas não percebem, no primeiro momento, que já estejam entre os chamados mortos.

A propósito, é interessante recordar o que disse a jovem Jane Furtado Koerich, pouco tempo depois de sua morte, em acidente de avião nas proximidades de Florianópolis em carta endereçada a seus pais Ony e Antônio, sobre a comunidade onde ela residia, carta inserta no livro Porto de Alegria, editado pelo IDE de Araras, SP: “E o que é de admirar, mamãe, é que ninguém onde estamos é obrigado a crer que passou pelo fenômeno da morte. E como somos ainda poucos os que nos achamos conscientes disso, não mencionamos isso diante de pessoas desconhecidas ou que conservam absoluta negação quanto à morte,  pela  qual  já  passaram”.

Conclusão: regra geral, não sabem os Espíritos quando irão passar por nova experiência na Terra. Pressentem, mas saber mesmo, eles não sabem.  Alguns já aprenderam que a reencarnação é uma necessidade da vida espiritual, como a morte o é da vida corpórea. Nascer, viver, morrer, renascer são inevitáveis no processo evolutivo. Não há evolução sem reencarnação. Não adianta fugir. É lei natural emanada do Poder Maior. Logo, os que querem evoluir mais rapidamente preocupam-se com a sua reencarnação. Outros, como dissemos, nem sabem que ela existe. E essa incerteza quanto ao futuro acaba por constituir-se numa espécie de punição.

b) O livre-arbítrio faculta ao Espírito apressar ou retardar a sua volta.  Apressa-a, quando, motivado por um desejo muito forte, adquire, através do trabalho edificante, créditos que avalizem seu desejo. Retarda-a quando se acovarda diante das provas. Mas os que adiam o enfrentamento da prova sofrem por isso, à semelhança do doente que recusa o remédio que pode curá-lo. De qualquer forma o adiamento não pode ser indefinido. Mesmo os que se sentem felizes no estágio em que se encontram, não podem nele permanecer indefinidamente, adiando sempre o momento de reencarnar. Cedo ou tarde sentirão a necessidade de progredir. Todos têm que se elevar: esse o destino de todos.

c) Costuma-se perguntar se a alma que irá animar um corpo que está sendo formado no seio da mãe está a ele predestinada ou se é escolhida à última hora. É evidente que o Espírito é, sempre, de antemão designado. Mesmo porque, conforme esclarece a Doutrina, é no momento da concepção que se estabelece a ligação entre o Espírito, que está vindo, e o corpo que começa a formar-se. E é o corpo espiritual do reencarnante que vai servir de modelo à formação do feto, conforme programação pré-estabelecida. Tudo nos exatos termos em que se projetou a nova experiência, respeitadas a lei de causa e efeito que direciona os resgates e as provas escolhidas pelo próprio reencarnante. Nada de improvisações ou acasos, absolutamente, fora de qualquer fase do processo.

d) Em geral, cabe ao Espírito apenas a escolha das provas. O projeto do corpo está afeto a Espíritos com conhecimento especializado.  Eles é que cuidam disso, levando em consideração o perispírito do reencarnante que forçosamente, como modelo biológico organizador que é, irá influenciar no corpo material que surgirá.  Pode, entretanto, o interessado solicitar certas imperfeições que visem a ajudá-lo a se sair bem das provas que auxiliarão o seu progresso. André Luiz, no livro Missionários da Luz, assegura que o completista, na qualidade de trabalhador leal e produtivo, pode escolher, à vontade, o corpo futuro, quando lhe apraz o regresso à Crosta em missões de amor e iluminação, ou recebe veículo enobrecido para o prosseguimento de suas tarefas, a caminho de círculos mais elevados de trabalho.

e) Quando uma criança tem que nascer, está sempre predestinada a ter uma alma. Deus a isso proveria. Nada se cria sem que à criação presida um desígnio.

f) A união de um Espírito a determinado corpo pode, sim, ser imposta por Deus. Isso acontece nas chamadas reencarnações compulsórias, sempre objetivando a melhoria e proteção do Espírito obrigado a ela.  Seja nos casos de rebeldia irrefreável, com graves perturbações na harmonia geral, quando se aproveita a oportunidade para resgates e reconstruções perispirituais, seja nos casos em que se precisa esconder o reencarnado de seus inimigos e algozes que tornariam impossível sua vida no plano espiritual.

g) É comum aparecerem vários Espíritos como candidatos a tarefas importantes a serem executadas.  Desejam enfrentar certos trabalhos para colherem maiores frutos em seu aprendizado e evolução. Muitos podem pedir isso. No entanto, Deus é quem julga qual o mais capaz de desempenhar a missão a que a criança se destina.  Mas, como dissemos acima, o Espírito é designado antes que soe o instante em que haja de unir-se ao corpo.

h) No instante de reencarnar-se sofre o Espírito perturbação muito maior e, sobretudo, mais longa do que aquela que é comum sofrer quando da desencarnação. É natural: pela morte, ele se livra da escravidão; pelo nascimento, ela mergulha nela.

i) É muito solene para o Espírito o instante da sua encarnação. Não só pela bênção que isso representa, mas pela carga de responsabilidade que traz nos ombros, certo de que não só ele, mas muitas outras pessoas que estarão à sua volta, dele dependerão.

j) Muita ansiedade envolve o Espírito prestes a encarnar. Por mais preparado que esteja, há sempre a incerteza quanto à eventualidade do seu triunfo nas provas que vai suportar na vida. Há sempre riscos muito fortes envolvendo o nosso mergulho na carne. Daí a ansiedade e o medo.

k) Os amigos e parentes desencarnados costumam acompanhar o reencarnante no momento de sua despedida, tal como ocorre na sua volta, ao fim da existência terrena. A reencarnação assinala um grande momento na vida de todos nós. Pela oportunidade maior de avançarmos um pouco mais na estrada da evolução.
 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita