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Entrevista
Ano 1 - N° 31 - 16 de Novembro de 2007
FERNANDA BORGES
fernanda@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)

Claudia Werdine:

“Temos o dever e a responsabilidade de sermos exemplos vivos dos  ensinamentos de Jesus e do Cristianismo redivivo”

A carioca Claudia Maria Affonso Teixeira Werdine fala da Doutrina Espírita com muito amor e carinho. Professora por formação e espírita há mais de três décadas, ela parece estar lecionando quando nos apresenta conclusões coerentes e amorosas sobre a Doutrina codificada por Kardec e suas implicações nas vidas das pessoas que professam o Espiritismo.


Residindo em Viena, Áustria, há cerca de seis anos, Cláudia já atuou como médium, evangelizadora e diretora de centros espíritas no Brasil. Atualmente, é evangelizadora na Sociedade de Estudos Espíritas Allan Kardec em Viena, além de ser vice-coordenadora do Departamento Infanto-Juvenil– Coordenadoria

Europa, órgão vinculado ao Conselho Espírita Internacional, e correspondente na Europa da revista O Consolador, da qual é também articulista.


Para ela, a divulgação da Doutrina Espírita no Brasil se dá de forma satisfatória. Quanto aos problemas que nosso país enfrenta, sobretudo no tocante à violência e à criminalidade, sua opinião é muito clara. “Somente através da educação moral, ou seja, da formação de hábitos sadios, é que conseguiremos reverter essa situação tão triste”, diz Cláudia. “Nossa participação é primordial, pois temos o dever e a grande responsabilidade de sermos exemplos vivos dos ensinamentos de Jesus e do Cristianismo Redivivo."

Eis a seguir a entrevista que ela nos concedeu.

O Consolador: Onde você nasceu?

Nasci na cidade do Rio de Janeiro.  

O Consolador: Que motivo a levou a morar em Viena?

Minha família mudou-se para Viena em 2001, pois meu marido foi trabalhar na Agência Internacional de Energia Atômica, órgão vinculado à ONU.

O Consolador: Qual a sua formação?

Desde pequena sempre quis ser professora e este foi o curso que concluí.

O Consolador: Que cargos ou funções você já exerceu no movimento espírita?

Iniciei minhas atividades na Doutrina Espírita após concluir todos os estudos solicitados pela instituição que eu freqüentava. Trabalhei como médium, evangelizadora, instrutora do Curso de Gestantes e também secretária da Diretoria da Fundação Espírita Dr. Bezerra de Menezes, em Angra dos Reis (RJ). No mesmo local, após alguns anos, passei a ser diretora do Departamento de Infância e Juventude, e fiquei nessa função até transferir-me para Viena. Gostaria de aproveitar a oportunidade para agradecer aos amigos da FEBEME, pois eles foram fundamentais em minha vida e moram em meu coração.

O Consolador: Que cargo você vem exercendo no momento?

No momento sou evangelizadora na Sociedade de Estudos Espíritas Allan Kardec em Viena e vice-coordenadora do Departamento Infanto-Juvenil – Coordenadoria Europa, ou seja, DIJ Europa, órgão criado pelo Conselho Espírita Internacional em setembro de 2006, na Holanda.

O Consolador: Quando você teve contato com o Espiritismo? Houve algum fato ou circunstância especial que tenha propiciado esse contato inicial?

Sempre fui simpatizante do Espiritismo, pois meu irmão era orador de uma instituição espírita chamada Grupo Redenção, localizada no Rio de Janeiro, e eu gostava muito de ouvir suas palestras. Mas eu não tinha nenhum compromisso com a Doutrina. Em 1986, conheci Humberto, meu marido, que viria a ser o grande responsável pelo meu ingresso definitivo no Espiritismo, já que ele era trabalhador ativo do Grupo Espírita Dr. Bezerra de Menezes, que funcionava num Centro Ecumênico e mais tarde se transformaria na Fundação Espírita Dr. Bezerra de Menezes – FEBEME, onde trabalhamos até nos transferirmos para Viena.

O Consolador: Qual foi a reação de sua família ante sua adesão à Doutrina Espírita?

Para minha família não houve problema algum, pois, como eu disse, meu irmão já era trabalhador de uma Casa Espírita, onde também tive a oportunidade de aprender muito.

O Consolador: Dos três aspectos do Espiritismo – científico, filosófico e religioso – qual é o que mais a atrai?

Para mim todos os aspectos são igualmente importantes, mas me sinto mais atraída pelo aspecto religioso, pois tenho em Jesus o exemplo maior que nos fornece a base para sermos verdadeiramente espíritas.

O Consolador: Que autores espíritas mais lhe agradam?

Existe uma grande quantidade de autores espíritas que considero excelentes, mas aprecio imensamente os livros de Emmanuel, André Luiz, Yvonne do Amaral Pereira e as belíssimas mensagens de Meimei .

O Consolador: Que livros espíritas você considera de leitura indispensável aos confrades iniciantes?

Em primeiro lugar, o Livro dos Espíritos e em seguida todos os outros livros da Codificação, único roteiro seguro que nos capacita a sabermos distinguir o que é certo ou errado dentro da imensidão de obras espíritas que existem na atualidade, visto que, como dizia Paulo de Tarso: “Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém”.

O Consolador: Se você fosse passar alguns anos num lugar remoto, com acesso restrito às atividades e trabalhos espíritas, que livros pertinentes à Doutrina Espírita você levaria?

As obras da Codificação, de Emmanuel, André Luiz e vários livros sobre Educação Infantil.

O Consolador: As divergências doutrinárias em nosso meio reduzem-se a poucos assuntos. Um deles diz respeito ao chamado Espiritismo laico. Para você, o Espiritismo é uma religião?

Partindo-se do princípio que todos somos Espíritos em diversos graus de evolução, é natural que as divergências ocorram, visto que cada um entende a Doutrina de acordo com sua capacidade, mas o importante é respeitarmos os diferentes pontos de vista, pois o Espiritismo não é dogmático e nos ensina que somos dotados de livre-arbítrio. Para mim o Espiritismo é uma religião, pois sem a presença doce e amorosa dos ensinamentos de Jesus todos os outros aspectos se tornam vazios e incompletos.

O Consolador: Outro tema que suscita geralmente debates acalorados, diz respeito à obra publicada na França por J. B. Roustaing. Qual é sua apreciação dessa obra?

Infelizmente não posso opinar a respeito, pois não li a referida obra.

O Consolador: O terceiro assunto em que a prática espírita às vezes diverge está relacionado com os chamados passes padronizados, propostos na obra de Edgard Armond. Embora saibamos que a opção da maioria dos espíritas brasileiros seja tão-somente a imposição das mãos tal como recomenda J. Herculano Pires, qual é sua opinião a respeito?

Concordo plenamente com a recomendação de J. Herculano Pires, pois verifico que, infelizmente, muitos trabalhadores desta tarefa ficam tão preocupados com técnicas e procedimentos que se esquecem do requisito principal, o AMOR.

O Consolador: Como você vê a discussão em torno do aborto? No seu modo de ver as coisas, os espíritas deveriam ser mais ousados na defesa da vida, como tem feito a Igreja?

Em minha opinião, para nós, espíritas, não restam dúvidas com relação à prática do aborto, pois, segundo nos informam os Espíritos (O Livro dos Espíritos, questão 358), “há sempre crime quando se transgride a Lei de Deus”. Pelo que pude observar durante minha recente visita ao Brasil, os espíritas estão extremamente engajados nas campanhas contra o aborto.

O Consolador: A eutanásia, como sabemos, é uma prática que não tem o apoio da Doutrina Espírita. Kardec e outros autores, como Joanna de Ângelis, já se posicionaram sobre esse tema. Surgiu, no entanto, ultimamente a idéia de ortotanásia, defendida até mesmo por médicos espíritas. Qual a sua opinião a respeito?

É muito difícil e delicado opinar sem ter os conhecimentos médico-científicos necessários, mas penso que, como o corpo físico somente tem vida com a presença do Espírito, na minha opinião não conseguiremos nunca manter um Espírito preso ao corpo, através de máquinas, visto que isso significaria um domínio da tecnologia sobre o Espírito.

O Consolador: O movimento espírita em nosso país lhe agrada ou falta algo nele que favoreça uma melhor divulgação da Doutrina?

É claro que o movimento espírita no Brasil me agrada, principalmente agora que resido no exterior e me deparo com inúmeras dificuldades, buscando sempre no Brasil os subsídios necessários para uma melhor divulgação da nossa Doutrina Consoladora aqui na Europa.

O Consolador: Como você vê o nível da criminalidade e da violência que parece aumentar em todo o país e como nós, espíritas, podemos cooperar para que essa situação seja revertida?

A criminalidade e a violência aumentam quando existe desamor nos lares e injustiça social. Nós espíritas podemos muito, começando por ensinar aos nossos filhos nunca aceitar qualquer tipo de discriminação, seja de raça, de religião ou política; ensinando que qualquer tipo de corrupção pode levar a crimes, aumentar a miséria e o sofrimento do povo; ensinando que sempre  seremos responsabilizados por todos os atos que tivermos praticado... Enfim, somente através da educação moral, ou seja, da formação de hábitos sadios, é que conseguiremos reverter esta situação tão triste. Nossa participação é primordial, pois temos o dever e a grande responsabilidade de sermos exemplos vivos dos ensinamentos de Jesus e do Cristianismo Redivivo, iniciando-os em nossos lares e continuando na sociedade.

O Consolador: A preparação do advento do mundo de regeneração em nosso planeta já deu, como sabemos, seus primeiros passos. Daqui a quantos anos você acredita que a Terra deixará de ser um mundo de provas e expiações, passando plenamente à condição de um mundo de regeneração, em que, segundo Santo Agostinho, a palavra “amor” estará escrita em todas as frontes e uma equidade perfeita regulará as relações sociais?

Acho muito difícil definir datas, pois essa transformação precisa do trabalho imediato de todos nós, no sentido de nos reformarmos interiormente e assim, com nossos sentimentos educados e consolidados pela Doutrina Espírita, tudo ao nosso redor irá se modificando gradativamente. Gostaria de enfatizar aqui a fundamental importância da Evangelização Espírita Infanto-Juvenil, pois não podemos pensar num futuro esquecendo-nos de prepará-lo no presente. As crianças e os jovens de hoje serão os cidadãos de amanhã. Portanto, temos uma grande responsabilidade, pois somente a evangelização espírita é o roteiro seguro e eficaz na construção de um mundo melhor.

O Consolador: Em face dos problemas que a sociedade terrena está enfrentando, qual deve ser a prioridade máxima dos que dirigem atualmente o movimento espírita no Brasil e no mundo?

Apesar de encontramos aqui na Europa uma realidade diferente da encontrada no Brasil, para mim a prioridade máxima dos dirigentes deveria ser a educação moral do Espírito encarnado, através do estudo das Leis Morais. Segundo o editorial da revista Reformador de julho de 2007, “As Leis Morais, apresentadas pela Doutrina Espírita com extrema clareza, e que orientam o ser humano para a prática do amor fraternal, do trabalho construtivo, do progresso moral, do respeito à natureza proporcionam um lógico sentimento à vida, formando homens de bem que cumprem a lei de justiça, de amor e de caridade na sua maior pureza e vivem em paz com a sua própria consciência.” Visando atingir os mesmos objetivos referidos no editorial acima citado é que as Casas Espíritas vêm implementando a Evangelização Espírita Infanto-Juvenil, dando oportunidade às crianças e aos jovens, Espíritos recém-reencarnados, a conhecerem  o Evangelho de Jesus à luz da Doutrina Espírita.
 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita