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Entrevista
Ano 1 - N° 30 - 9 de Novembro de 2007
ORSON PETER CARRARA
orsonpeter@yahoo.com.br

Matão, São Paulo (Brasil)

Entrevista: Américo Luís Sucena de Almeida

 

O uso de imagens em palestras e a experiência na conversação
com os desencarnados
 

Engenheiro, nascido e residente em São Paulo (SP), espírita desde 1965, vice-presidente da ADE-SP – Associação dos Divulgadores do Espiritismo de São Paulo, fundador e atual diretor doutrinário da Sociedade Espírita Mãos Unidas, na capital paulista, Américo Luís Sucena de Almeida aproximou-se do Espiritismo por orientação de um amigo de colégio, Luciano Infante Vieira.


Admirador da lucidez das considerações filosóficas de Allan Kardec, do cuidado científico de Ernesto Bozzano e da experiência mediúnica relatada nos livros de Yvonne Pereira, nosso entrevistado é também iniciador do Projeto   Imagem   e  nos  últimos  anos  dedica-se  com

afinco à apresentação do seminário “Conversando com os Espíritos”, fruto de sua experiência e aprendizado nas reuniões mediúnicas, assunto que ele examina na entrevista seguinte.

 

– Como surgiu a idéia do Projeto Imagem, que sucedeu ao Projeto Slide?


O Projeto nasceu de uma frustração, quando, no início dos anos 70, iniciativa semelhante realizada por Aldrovando Góes Ribeiro e Mizael Garbin produziu pela SELMA (Sociedade Espírita Leopoldo Machado), de Santo Antônio da Platina (PR), a primeiras imagens espíritas em diapositivos (slides). Quando tentamos comprar as histórias já produzidas, o projeto já tinha “fechado suas portas”, imagino que por dificuldades financeiras. Nascia ali (em 1974) a idéia de um dia fazer desenho espírita para continuar aquele ideal.


– Quando nasceu o Projeto Imagem?


Nasceu vinte anos depois de idealizado, pois tivemos que aguardar a descoberta de desenhistas que fossem espíritas. Em 1994, Rodival Matias fazia a primeira história. A ele se juntaram outros três desenhistas: Diva Vargas, Rogério Sud e Mozart Couto.


– O que é exatamente o Projeto Imagem?


Enquanto a SELMA produzia imagens para temas espíritas e para a educação espírita infantil, o Projeto Slide tinha a finalidade inicial de retratar as obras de André Luiz, Emmanuel e Yvonne Pereira, para levar às palestras públicas uma alternativa de apresentação: passar as imagens e contar a história do livro. Mas a idéia não é contar o livro todo, e sim despertar o público para a leitura ou releitura. Inicialmente chamado de Projeto Slide, mudamos seu nome para Projeto Imagem, porque durante algum tempo passamos a fornecer três alternativas de mídia: slide, transparência e imagem digital.


Agora, com a dificuldade de custo e aquisição do filme para slides (em extinção) só estamos fornecendo transparência e imagem digital. Esta última é fornecida com a advertência de que não devem ser colocadas na internet. Caso isso venha a ocorrer, o trabalho não se sustenta financeiramente e seremos obrigados (como a SELMA) a “fechar as portas”, com prejuízo imediato da divulgação a que o projeto se propõe.


– Como nasce uma história do projeto?


Escolhemos um livro para ler pormenorizadamente. Voltamos a ler em seguida registrando os tópicos que resumem os capítulos. Entre os registros, escolhemos aqueles que precisam de uma imagem para ficar mais claro. Descrevemos a cenas com os detalhes possíveis. Por exemplo: se é dia ou noite, se há nuvens ou não, luar, pessoas encarnadas, Espíritos, efeitos especiais (auras, luzes, etc.) e remetemos ao desenhista o resumo e a descrição de cada uma das cenas. Com base no que foi fornecido, o desenhista elabora um esboço a lápis para examinarmos se o desenho atende à concepção que foi imaginada. Feitas as possíveis e necessárias correções, o desenho é liberado para coloração. É um trabalho que chega a demorar quase um ano, entre a leitura e a entrega das cenas.


– Qual é o custo desse trabalho?


Quando começamos os trabalhos, os desenhos custavam R$ 100,00 cada, hoje custam R$ 250,00 cada um. Assim uma história que está em elaboração (Os Mensageiros, de André Luiz), com previsão de 50 cenas, vai custar ao todo R$ 12.000,00 (doze mil reais). Não há como suportar estes custos sem a venda das histórias.


– Como a editora dos livros encara este trabalho?


Este trabalho, com as obras acima referidas, precisa ter e tem a autorização da  Federação Espírita Brasileira, que detém os direitos autorais da maioria de nossos trabalhos. A FEB, além de examinar cuidadosamente os desenhos, também avaliza os textos-resumo que acompanham as imagens e ainda autoriza a comercialização por tempo determinado, que pode ser ampliado se necessário.


– Quantas palestras estão disponíveis atualmente?


De Emmanuel
                         número de cenas

HÁ 2000 ANOS...                               37

50 ANOS DEPOIS                               38

PAULO E ESTEVÃO - PARTE 1             32

PAULO E ESTEVÃO - PARTE 2             38

De André Luiz

NOSSO LAR                                       34

OBREIROS DA VIDA ETERNA              36

NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE     47

ENTRE A TERRA E O CÉU                   38

SEXO E DESTINO                               38

Os trabalhos sobre a obra de André Luiz a seguir não foram autorizados pela FEB, até porque não foram levados para aprovação, visto que apresentam, segundo nossa própria interpretação, alguns “erros” de desenho desenhos muito escuros, desenhos que não distinguem o que é Espírito encarnado de desencarnado, etc.

Estes trabalhos devem ser refeitos no futuro, são os três citados logo abaixo:

LIBERTAÇÃO                                      24

REENCARNAÇÃO DE SEGISMUNDO      38

E A VIDA CONTINUA...                       38

De Yvonne Pereira

MEMÓRIAS  DE  UM  SUICIDA             34

De Frederico Figner

VOLTEI                                             34

De Humberto de Campos

DÍVIDA  E  RESGATE                          11

Outros autores

NOS BASTIDORES DE UMA REUNIÃO  27

HISTÓRIA  DE  UM  ESPÍRITO             38

O GRÃO DE MOSTARDA                     11

Histórias infanto-juvenis

O CASAL DE PASSARINHOS                12

BALÃO  É  FOGO  1                            14

FIL & TEO - O REENCONTRO              18

Você tem relacionado quantas cidades já adquiriram as histórias? Elas já chegaram ao exterior?

Sim, temos os registros de todos os compradores. No Brasil as histórias estão em 70 cidades de norte a sul do país. No exterior há trabalhos do Projeto Imagem em Le Plessis-Robinson (França), Leiria (Portugal), Londres (Inglaterra), Madri (Espanha) e Montreal (Canadá).


– Qual o retorno que tem recebido da apresentação de palestras com desenhos em slides coloridos? Há algum relato especial?


Nem todas as pessoas que compram tais trabalhos falam acerca dos resultados, mas os que o fazem comentam a qualidade dos desenhos e como eles (os desenhos) ajudam a entender as descrições dos livros. Um companheiro nosso que ajuda na divulgação do Projeto fazendo palestras e comprando todas as histórias produzidas nos contou certa feita que uma pessoa lhe agradeceu por tê-lo levado a passear em Nosso Lar, antes dele chegar por lá. Uma outra pessoa se dirigiu a mim para dizer: “Agora eu entendi como é que o Espírito faz para comunicar” logo após assistir a “Nos Domínios da Mediunidade”.


– E o seminário Conversando com os Espíritos, como surgiu?


O Seminário nasceu de uma experiência de quase 40 anos fazendo o trabalho de tratamento espiritual no esclarecimento de Espíritos sofredores e perseguidores.


Dois livros de André Luiz nos ajudaram a entender melhor essa tarefa. São eles “Nos Domínios da Mediunidade” e “Desobsessão”. No final dos anos 90, tínhamos uma preocupação com o treinamento de esclarecedores e para isso escrevi parte de minha própria experiência com esse trabalho. Livro pronto, surgiu a oportunidade de testar as idéias ali contidas em um primeiro Seminário, exatamente no ano 2000 na cidade de São José dos Campos (SP). Depois disso não paramos mais de fazer o Seminário. O livro ainda não saiu (deve sair em 2008) e está todo modificado pela troca de experiências que estes encontros proporcionaram.


– O que você tem sentido em termos de receptividade das casas e dirigentes na abordagem do tema Conversando com os Espíritos?


Alguns dizem que não há abordagem semelhante no movimento. Mas este trabalho só foi feito na cidade e no estado de São Paulo e por isso não posso confirmar tal entendimento. Em geral todos têm gostado da forma como ele é apresentado. Sempre com projeção de imagens, texto enxuto, técnicas sugeridas, casos vividos, histórias emocionantes, personagens especialmente criados para o Seminário e doses necessárias de bom humor.  


– Sendo a apresentação do tema resultado de suas experiências pessoais como esclarecedor nas reuniões mediúnicas, qual a experiência mais marcante que você viveu?


Foram várias, mas para ficarmos numa única, posso citar o caso de um homem maduro e “baladeiro” que, sem maiores compromissos, acabou por misturar remédios de “potência” e álcool e assim desencarnou. Enquanto conversávamos, nos falava que tinha cochilado e achava esquisito estar “naquele” lugar. Perguntou que lugar era aquele e eu disse que era uma espécie de anexo do lugar onde ele estava. Ele quis saber mais e foi necessário dizer que ele teve uma crise e fomos chamados a intervir. Para encurtar a descrição, ele acabou por “descobrir” por ele mesmo o que tinha acontecido. Mas ao final da reunião, no tempo reservado às observações que mais marcaram a reunião, a médium que serviu de intermediária disse que ele gostou muito de falar comigo. Eu perguntei: Por quê? A médium disse porque eu não o acusei de nada, de nenhum abuso, de nenhum excesso, apenas o acolheu na sua nova necessidade. Para mim, essa informação mudou a maneira de atender os Espíritos.


– E a construção dos personagens representativos dos participantes de uma reunião mediúnica, como vai sendo elaborada?


Uma das tarefas mais difíceis dos responsáveis por reuniões mediúnicas é administrar os inconvenientes de comportamento dos esclarecedores, dos médiuns falantes e dos colaboradores fluídicos, além do dirigente é claro, depois que estão instalados.


Levantando essas ocorrências, chegamos até o momento a 75 inconveniências. Como falar das inconveniências sem ferir ou melindrar? Bem, para não melindrar é preciso que essas inconveniências sejam estudadas. Por que são inconvenientes? Que desconforto produzem?

Fazer isso, depois que a pessoa já está localizada no grupo definitivo, é muito difícil. Todo o dirigente sabe disso.


A saída é melhorar o treinamento dos futuros candidatos e reciclar nos estudos os grupos já formados. Mas fazer isso citando o que as pessoas fazem é complicado. Nasceram então personagens fictícios em que o nome e o sobrenome combinados revelam o que as pessoas fazem em serviço, e que são adequadas ou inadequadas.


Os primeiros personagens nasceram de coisas inadequadas que eu mesmo fazia. Para citar duas delas, temos a Dona Carlota Garela e o Sr. Hermeto Amano. Durante muitos anos eu falava mais que o Espírito (pouco me interessava saber qual era a sua necessidade, eu tinha que doutriná-lo) e também tinha uma facilidade muito grande em me irritar com Espíritos perseguidores, a ponto de querer “meter a mão na orelha” do comunicante. Como isso não era possível, nunca cheguei às vias de fato.


Muitos personagens nasceram da observação do inconveniente que esclarecedores, médiuns falantes e doadores de fluido provocavam, enquanto outros personagens foram sugeridos nos seminários que realizamos.


Os outros 73 personagens? Só fazendo o Seminário Falando com os Espíritos.

E podem surgir mais personagens...


– A experiência, através dos anos, como esclarecedor, traz-lhe que conclusão nos dias atuais?


Concluí que os mentores espirituais podem muito bem fazer esse serviço sem depender dos encarnados, como o fizeram ao longo dos tempos que antecederam a Doutrina dos Espíritos. Mas... resolveram abrir a possibilidade de conhecermos melhor as necessidades do outro lado da vida, mostrando-nos realidades das quais não tínhamos conhecimento. E conhecer essas realidades mudou muito minha forma de viver... acredito que para melhor.

 

Contatos com o entrevistado: americosucena@uol.com.br ou pelo telefone (11) 6952-1582.   
 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita