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Clássicos do Espiritismo
Ano 1 - N° 30 - 9 de Novembro de 2007

ANGÉLICA REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

A Reencarnação
Gabriel Delanne
(Conclusão)

Concluímos nesta edição o estudo do clássico A Reencarnação, de Gabriel Delanne, de acordo com a tradução feita por Carlos Imbassahy publicada pela Federação Espírita Brasileira. No final do texto abaixo apresentamos algumas notas biográficas a respeito do autor da obra cujo estudo hoje se encerra.

Questões preliminares

A. Sem a explicação dada pela Palingenesia, como explicar fenômenos como o de Hennecke, que aos 2 anos sabia três línguas e com 2 anos e meio, mamando ainda, pôde prestar um exame de História?

R.: Não existe outra explicação para o fato, senão a hipótese da palingenesia, segundo a qual o Espírito traz de suas existências passadas o conhecimento manifestado nesta, que ele adquiriu graças a seus esforços e não a um privilégio inadmissível concedido a ele pelo Criador. (A Reencarnação, cap. XIII, págs. 292 e 293.)

B. Se a reencarnação realmente existe, por que nos esquecemos das vidas passadas?

R.: O esquecimento de nosso passado se explica com facilidade: se a renovação do passado fosse geral, ela perpetuaria as dissensões e os ódios que foram a causa das faltas anteriores, e se oporia ao progresso. É por isso que Deus permitiu que esquecêssemos temporariamente o que fizemos nas existências passadas, favorecendo assim a harmonia nas relações sociais e familiares. (Obra citada, cap. XIV, págs. 300 a 302.)

C. Todos os incidentes infelizes da vida são expiações de faltas passadas?

R.: Não. Esses incidentes não são, necessariamente, expiações de faltas anteriores. Constituem, muitas vezes, provas indispensáveis a que vençamos nosso egoísmo e desenvolvamos as faculdades e virtudes que nos fazem falta. (Obra citada, cap. XIV, págs. 302 e 303.)

D. Qual é, afinal, o objetivo da reencarnação?

R.: As vidas sucessivas têm por objetivo o desenvolvimento da inteligência, do caráter, das faculdades, dos bons instintos, e a supressão dos maus. Partimos todos do mesmo ponto, para chegarmos ao mesmo fim, e essa comunhão de origem mostra-nos claramente que a fraternidade não é uma palavra vã. (Obra citada, cap. XIV, págs. 304 a 306.)  

Texto para leitura

172. Como explicar de outra forma o caso inverossímil, mas bem real, de Hennecke, que aos 2 anos sabia três línguas e com 2 anos e meio, mamando ainda, pôde prestar um exame de História e Geografia? (PÁG.  292)

173. Embora se saiba que a lembrança do passado, que se manifesta de maneira tão brilhante nas crianças prodígios, não é geralmente conservada, é possí­vel, por vezes, que o Espírito encarnado recupere, momentaneamente, parte de suas lembranças anteriores, quando se veja em lugares antes habitados por ele. (PÁG.  293)

174. Quanto à origem da alma, as opiniões dos teólogos reduzem-se a duas hi­póteses: uns admitem que todas as almas estavam contidas na de Adão e que se transmitem pela geração – tal a opinião de S. Jerônimo, Lutero e Tertuliano, que não foi admitida universalmente. Outros entendem que é preciso um ato da vontade divina para que se crie uma alma a cada nascimento, o que é inconci­liável com a bondade e justiça de Deus. (PÁG.  298)

175. O estudo das comunicações espíritas provou que a situação da alma, de­pois da morte, é regida por uma lei de justiça infalível, segundo a qual os seres se encontram em condições de existência rigorosamente determinadas por seu grau evolutivo e pelos esforços que faz para melhorar-se. (PÁG.  299)

176. Admitindo-se que o nascimento  atual é precedido de uma série de exis­tências anteriores,  tudo  se  esclarece e se explica com facilidade: os homens trazem, ao nascer, a intuição do que já adquiriram e são mais ou menos adiantados,  segundo o número de existências percorridas. (PÁG.  300)

177. O esquecimento de nosso passado se explica também com facilidade: se a renovação do passado fosse geral, ela perpetuaria as dissensões e os ódios que foram a causa das faltas anteriores, e se oporia ao progresso. (PÁG.  302)

178. É preciso observar que os incidentes infelizes da vida não são, neces­sariamente, expiações de faltas anteriores. As provas são condições indis­pensáveis para obrigar-nos a vencer nosso egoísmo e desenvolver as faculda­des e virtudes que nos fazem falta. (PÁG.  302)

179. O mal não é uma fatalidade inelutável de que não nos podemos libertar: é um aguilhão, uma necessidade destinada a compelir o homem para a estrada do progresso. (PÁG.  303)

180. Apesar dos sofismas dos retóricos, o progresso não é uma utopia. Do ponto de vista material, o progresso salta aos olhos, embora, do ponto de vista moral, seja ele mais lento. Quem pode comparar o proletariado atual com a escravidão antiga? (PÁG.  304)

181. As vidas sucessivas têm, pois, por objeto o desenvolvimento da inteli­gência, do caráter, das faculdades, dos bons instintos, e a supressão dos maus. (PÁG.  305)

182. Sendo contínua a evolução e perpétua a criação, cada um de nós, no cor­rer das existências, é feitura de si mesmo. (PÁG.  305)

183. Partimos todos do mesmo ponto, para chegar ao mesmo fim, e essa comu­nhão de origem mostra-nos claramente que a fraternidade não é uma palavra vã. (PÁG.  305)

184. O egoísmo é, ao mesmo tempo, um vício e um mau cálculo, porque a melho­ria geral só pode resultar do progresso individual de cada um dos membros que constituem a sociedade. (PÁGS.  305 e 306)

185. Quando estas grandes verdades forem bem compreendidas, encontrar-se-á menos dureza entre os que possuem, e menos ódio e inveja nas classes infe­riores. (PÁG.  306)

186. Se os que detêm a riqueza ficassem persuadidos de que, na próxima en­carnação, poderão surgir nas classes indigentes, teriam evidente interesse em melhorar as condições sociais dos trabalhadores, e estes, reciprocamente, aceitariam com resignação a sua situação momentânea, sabendo que, mais tarde, poderão estar, por sua vez, entre os privilegiados. (PÁG.  306)

187. A Palingenesia é, pois, uma doutrina essencialmente renovadora, é um fator de energia, visto que estimula em nós a vontade, sem a qual nenhum progresso individual ou geral pode realizar-se. (PÁG.  306)

188. Podemos, então, dizer com Maeterlinck: "Reconheçamos, de passagem, que é lamentável não sejam peremptórios os argumentos dos teósofos e dos neo-espiritistas; porque não houve nunca uma crença mais bela, mais justa, mais pura, mais moral, mais fecunda, mais consoladora, e até certo ponto verossímil que a deles". "Tão só com a sua doutrina das expiações e das purificações sucessivas, ela explica todas as desigualdades sociais, todas as injustiças abomináveis do destino."  (PÁGS.  306 e 307)

 Apêndice

1. Nascido em Paris a 23 de março de 1857, no mesmo ano em que veio a lume a primeira edição de “O Livro dos Espíritos”, Gabriel Delanne faz parte, ao lado de Léon Denis, Camille Flammarion e Ernesto Bozzano, da elite de escritores espíritas cujas obras o estudioso do Espiritismo não pode desconhecer. Sua desencarnação ocorreu em 15 de fevereiro de 1926, pouco antes de completar 69 anos de idade.

2. As obras de Gabriel Delanne constantes do catálogo da Federação Espírita Brasileira são:  “O Fenômeno Espírita”,  de 1893;  “A Alma é Imortal”, de 1895; “A Evolução Anímica”, de 1895; “O Espiritismo perante a Ciência” e “A Reencarnação”.

3. Seu pai, Alexandre Delanne, e sua mãe foram amigos e íntimos companheiros de Kardec durante todo o tempo em que o Codificador realizou em Paris seu trabalho de estruturação da doutrina espírita. Quando Kardec desencarnou, Alexandre Delanne foi a primeira pessoa a dirigir-se à casa do Codificador, atendendo com presteza a um chamado feito pela Sra. Amélie Boudet.

4. Ao ver o corpo de Kardec inanimado, Delanne friccionou-o, magnetizou-o, mas em vão. Tudo estava acabado. Conta o Sr. E. Müller em carta dirigida ao Sr. Finet, referindo-se à visita que fez naquele mesmo dia à casa do Codificador: “Penetrando a casa, com móveis e utensílios diversos atravancando a entrada, pude ver, pela porta aberta da grande sala de sessões, a desordem que acompanha os preparativos para uma mudança de domicílio; introduzido numa pequena sala de visitas, que conheceis bem, com seu tapete encarnado, e seus móveis antigos, encontrei a Sra. Kardec assentada no canapé, de face para a lareira; ao seu lado, o Sr. Delanne; diante deles, sobre dois colchões colocados no chão, junto à porta da pequena sala de jan­tar, jazia o corpo, restos inanimados daquele que todos amamos. Sua cabeça, envolta em parte por um lenço branco atado sob o queixo, dei­xava ver toda a face, que parecia repousar docemente e experimentar a suave e serena satisfação do dever cumprido.”

5. Um fato curioso ocorrido com Gabriel Delanne, quando ele contava 8 anos, é relatado por Kardec na Revista Espírita de 1865, às págs. 312 a 314. Trata-se de uma experiência de tiptologia que Gabriel, auxiliado por três crianças de sete, cinco e quatro anos, realizou a pedido de uma senhora. O menino, após a evocação, pediu a ela que perguntasse quem respondia. A mulher interrogou e a mesa soletrou duas palavras: Teu pai. Na seqüência, a pedido dela, o Espírito deu três provas de que era mesmo seu pai quem ali se manifestava.

6. Comentando o caso, Kardec informa que não era a primeira vez que a mediunidade se revelava em crianças e o que ocorreu fora já anunciado numa célebre profecia: Vossos filhos e vossas filhas profetizarão, a que se reporta o livro Atos dos Apóstolos, 2:17.   


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita