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Crônicas e Artigos
Ano 1 - N° 3 - 2 de Maio de 2007

MARCELO HENRIQUE PEREIRA
cellosc@floripa.com.br
Florianópolis, Santa Catarina (Brasil)

Convite ao bem e às reformas

"Faz-se mister que o mal chegue ao excesso, para tornar compreensível a necessidade do bem e das reformas."

Allan Kardec (em O Livro dos Espíritos, questão 784.)

Muitas pessoas se assombram e se preocupam com os níveis a que chegou a violência e a criminalidade em nossos dias. Mesmo nos ambientes espíritas, há um certo ceticismo no ar quando o assunto é a depuração planetária e o alcance do estágio evolutivo planetário cognominado como regenerativo.

Afinal, nunca se viu tanta incompreensão, ódio, egoísmo e prepotência quanto no cenário atual, levando alguns a afirmarem que o futuro do planeta se encontra ao alcance de um dedo – numa alusão ao fato de que, com tantas armas nucleares disponíveis, o primeiro dirigente mundial que ordenar a detonação de uma bomba irá desencadear uma hecatombe (grande catástrofe, genocídio) de proporções mundiais, podendo dizimar a Humanidade inteira.

Esta circunstância, enquanto perspectiva hipotética, com fundamento de validade e probabilidade de ocorrência, realmente, dá o que pensar. Primeiro, porque coloca o ser humano – espírito encarnado – como refém de si mesmo, haja vista que a produção e estocagem de armas bélicas – cuja justificação ordinária é a da proteção e segurança – significa, sempre, a iminência de sua utilização, sob motivações distintas. Ainda há pouco recordamos da ofensiva norte-americana, respaldada por outras nações influentes e poderosas, mesmo combatida (mas não rechaçada) pelas Nações Unidas (ONU), contra o Iraque, por motivos que apregoavam a existência de perigoso arsenal de armas químicas, em esconderijos e reservatórios pertencentes ao governo árabe. É sabido que, com a invasão e tomada do poder pelas forças estrangeiras naquele país, a diagnose final foi a da inexistência de potencial ofensivo.

Por isso, ainda que vibremos em sentido contrário, é possível que os homens que respondem pelas nações no contexto mundial, em dadas situações, tal qual se verificou no Século XX, com as duas Guerras Mundiais, se utilizem do poderio bélico-armamentista para atingir seus objetivos funestos e, com isso, comprometam o presente e o futuro do planeta, proporcionalmente aos meios escolhidos para tal mister. Ou seja, é imperioso considerar a hipótese de destruição (parcial ou total) da ambiência terrena, não por causas naturais, mas humano-artificiais.

Muitos espíritas, inclusive, em exposições doutrinárias ou artigos exalam certo ufanismo quando perpassam a questão da destruição planetária em conseqüência de uma nova guerra (com armas químicas ou nucleares), afirmando que o Plano Espiritual (ou, em última análise, Deus) não permitiria que tal ocorresse, uma vez que não faria sentido que fosse franqueada, ao livre-arbítrio humano, a deterioração completa da "Sua" obra.

Temos afirmado, ao contrário, tanto em artigos ou palestras acerca da belicosidade humana, quanto em sede de preocupação com a preservação ambiental, que as Leis Divinas, universais, perfeitas e imutáveis, estendem sua aplicabilidade a todas as circunstâncias, por meio de uma absoluta e automática instrumentalização, não necessitando de qualquer "supervisionamento" ou controle dos Espíritos Superiores, na sua execução. Em outros termos, o mecanismo de aplicação das leis universais (ação e reação, causa e efeito), conforme a dicção do Jovem de Nazaré, em sua oportuna leitura, dá "a cada um segundo suas obras", e, portanto, devolve incondicionalmente ao(s) homem(ns) a competência de gestão de sua(s) vida(s), consoante os ditames e os contornos da lei.

Assim, se optamos por "usar" o planeta sem cuidado ou parcimônia, acreditando serem eternos e inextinguíveis os recursos naturais (que aprendi, em escola fundamental, serem, em sua maioria, não-renováveis), ou, se decidir, a qualquer momento, envolver-se em contendas (locais ou planetárias) com seus desafetos ou oponentes, por meio de estratégias e instrumentos materiais, poderosíssimos por sinal, na atualidade, o homem (e/ou a Humanidade) ficará sujeito ao extermínio, à dizimação e à destruição completa. Nenhum Espírito Elevado poderá, utilizando-se de "dons ou poderes espirituais" interromper ou bloquear a ação (voluntária e deliberada) do homem, já que, isto, se fosse possível, constituiria a própria negação (absoluta) da liberdade de ação espiritual, importando em desrespeito à ordem natural das coisas, o próprio curso evolutivo e suas decorrências.

Vê-se, outrossim, que a aparente pouca iluminação espiritual dos indivíduos (alguns, até, líderes políticos mundiais) ou dos povos se contrapõe aos esforços pessoais e institucionais daqueles que, por exemplo, defendem, pregam e atuam na prática em projetos de desarmamento, conscientização ecológica, pacifismo e preservação ou recuperação ambiental.

Muitos destes, inclusive, aproveitam a oportunidade reencarnatória para a aplicação de seus conhecimentos (inteligência e moralidade) a serviço da Humanidade, em provas ou expiações relevantes e meritórias, procurando, a seu turno, evitar que as "escolhas" humanas possam desembocar nos quadros antes apresentados.

Por fim, a posição de Kardec soa oportuna e real, sobretudo em nossos dias, de visível "tempestade", com tanta iniqüidade, desamor e brutalidade, como um legítimo convite às almas pacificadoras e bondosas para que, juntas e atualmente, se conscientizem quanto à "necessidade do bem e das reformas".


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita