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Crônicas e Artigos
Ano 1 - N° 28 - 26 de Outubro de 2007

ARTHUR BERNARDES DE OLIVEIRA
tucabernardes@gmail.com
Guarani, Minas Gerais (Brasil)

Escolha das provas

Sabemos que quando mergulhamos na matéria para uma nova experiência encarnatória, esperam de nós duas coisas principais: 1) aumento de nossa capacidade de resolver problemas, com o crescimento da nossa inteligência e 2) eliminação ou redução de nossas imperfeições morais.  Desse modo, esperam, tal como nós, que, ao findar de cada nova existência na Terra, tenhamos ficado mais inteligentes e melhores. Claro que, além disso, devemos ter trabalhado para tornar o mundo melhor e mais belo, pois produzir beleza e contribuir com o progresso do mundo é também um dos objetivos da existência humana.

Para atingir essa meta, teremos que ultrapassar certas barreiras, vencer dificuldades. São vicissitudes ligadas à saúde ou a limitações importantes, decorrentes de lesões por nós mesmos produzidas em outras vidas e que, muitas vezes, só podem ser corrigidas pelo mecanismo das encarnações. Outras barreiras são os desafios que nos propusemos enfrentar para verificar se foram, de fato, para valer, as resoluções que tomamos, antes de chegarmos aqui.

Os problemas de saúde e das limitações são dificuldades impostas. São expiações que resgatam e, dessa maneira, necessárias e quase sempre inevitáveis. Já os desafios são provas que escolhemos para testar a nossa capacidade de resistir e crescer.

Não há, pois, motivo para revolta perante as dificuldades que exigem enfrentamento. Expiações e desafios são filhos de nossas resoluções, derivados de nossa imprudência ou da nossa determinação, de nossa livre escolha, como quem vê neles meio seguro de melhorar-se.

Essa matéria está examinada nas questões 258 e seguintes de O Livro dos Espíritos.  Lá ficamos sabendo, por exemplo, que:

1) Antes de iniciarmos uma nova existência corporal, tínhamos conhecimento do que nos poderia acontecer, já que nós mesmos havíamos escolhido o gênero de provas a que seríamos submetidos.

2) Não é Deus quem nos submete a castigo, mas a lei universal de causa e efeito  que nos cobra com a mesma segurança e a mesma medida. Deus é tão misericordioso que nos abre tantas oportunidades quantas forem necessárias para corrigir nossos erros, na caminhada para a evolução. Deus não nos impõe nada.  Concedeu-nos o livre arbítrio, liberdade plena para agirmos do jeito que quisermos, para podermos ser responsabilizados pelos atos que praticamos.

3) Nem tudo o que nos acontece, porém, faz parte da nossa previsão. Previstos só estão os fatos principais, os que influem no nosso destino. Os acontecimentos secundários se originam das circunstâncias e da força mesma das coisas. Há o caminho que devemos tomar; mas, se dele nos desviamos, sujeitamo-nos a vicissitudes que não estavam inseridas na previsão, embora passíveis de ocorrência em razão da opção adotada.  Corre o risco de morrer afogado quem se mete a atravessar um rio sem saber nadar.

4) Às vezes, nos perguntamos: como pode alguém desejar nascer entre gente de má vida? Nada a estranhar. Elege-se o contacto com o vício para se aprender a vencer a tentação de a ele se submeter. Lutar contra o instinto do roubo pode levar alguém a escolher viver entre gente que se dá à prática do roubo. O mérito está em resistir à tentação.

5) Quando não temos condições de escolher por nós mesmos as nossas provas, amigos que nos amam, que conhecem as nossas necessidades, escolhem por nós e na medida certa, sem risco de erros.

6) A reencarnação normalmente é consentida. A justiça de Deus sabe esperar, não apressa a expiação. Há, entretanto, casos há em que a reencarnação se impõe, compulsoriamente: quando o Espírito, por sua inferioridade ou por sua persistente má vontade, não se mostra apto a compreender o que lhe seria mais útil e, ainda, quando Deus enxerga que tal existência servirá para a purificação e o progresso do Espírito, servindo-lhe ao mesmo tempo de expiação.

7) A escolha das provas é sempre feita de acordo com o objetivo a alcançar.   Elegem-se as que levem à expiação das faltas e as que ajudam a progredir mais depressa. É por isso que uns impõem a si mesmos uma vida de misérias e privações, objetivando suportá-las com coragem, enquanto outros preferem experimentar as tentações da riqueza e do poder, muito mais perigosas, pois sujeitas aos abusos e à má destinação orientada pelas paixões inferiores.

Não é de estranhar que o Espírito opte, às vezes, por provas tão dolorosas. Na sua condição de desencarnado, desliga-se da matéria, cessando toda ilusão e passando a ter outra maneira de pensar. Na vida espiritual, compara os gozos fugazes e grosseiros com a inalterável felicidade que lhe é dado entrever, o que lhe auxilia compreender a transitoriedade dos sofrimentos terrenos.

É desse modo que, no geral, fazemos nossas escolhas. Talvez, por isso, seja oportuno o lembrete de Emmanuel para nos recordar que “à frente do Senhor, toda queixa é descabida”.

Devemos, portanto, nos pautar pelo bom conselho expresso nos versos de Cruz e Souza, através da mediunidade de Chico Xavier: “Nenhuma provação te desanime!... Inda que o mal te espanque e humilhe... Embora os temporais de fel, a cada hora, agradece a aflição que te redime!
 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita