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Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita
Programa II: Princípios Básicos da Doutrina Espírita
Ano 1 - N° 27 - 19 de Outubro de 2007

THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br

Curitiba, Paraná (Brasil)  

Diferentes categorias de
mundos habitados

Apresentamos nesta edição o tema no 27 do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita, que está sendo aqui apresentado semanalmente, de acordo com programa elaborado pela Federação Espírita Brasileira, estruturado em seis módulos e 147 temas.

Se o leitor utilizar este programa para estudo em grupo, sugerimos que as questões propostas sejam debatidas livremente antes da leitura do texto que a elas se segue. Se destinado somente a uso por parte do leitor, pedimos que o interessado tente inicialmente responder às questões e só depois leia o texto referido. As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final da lição.

Questões para debate

1. Jesus referiu-se em algum momento de suas pregações à existência de outros mundos habitados?

2. É a mesma a constituição física dos diferentes globos que circulam no Universo?

3. Existem em outros planetas indivíduos inferiores aos habitantes da Terra?

4. Segundo o Espiritismo como podem ser classificados os diferentes mundos habitados?

5. Dentre os diversos planetas existentes no Universo, qual é a situação da Terra?

Texto para leitura

Povoamento dos mundos

1. Deus povoou de seres vivos os mundos, concorrendo todos eles para o objetivo final da Providência. Acreditar que só os haja no planeta que habitamos é duvidar da sabedoria de Deus, que não fez coisa a1guma inútil. Certamente, a esses mundos o Pai há de ter dado uma destinação mais séria do que a de nos recrearem a vista. Nada, aliás, existe, nem na posição, nem no volume, nem na constituição física da Terra, que possa induzir à suposição de que ela goze do privilégio de ser habitada, com exclusão de tantos trilhões de mundos semelhantes.

2. Quando Jesus disse: "Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Há muitas moradas na casa de meu Pai; se assim não fosse, já eu vo-lo teria dito, pois me vou para vos preparar o lugar. Depois que me tenha ido e que vos houver preparado o lugar, voltarei e vos retirarei para mim, a fim de que onde eu estiver, também vós aí estejais" (João, 14:1 a 3), o Mestre estava nos ensinando o princípio da pluralidade dos mundos habitados, de uma maneira cristalina, para não deixar dúvidas.

A constituição física dos diversos planetas

3. A casa do Pai é o Universo. As diferentes moradas são os mundos que circulam no espaço infinito e oferecem, aos Espíritos que neles encarnam, moradas correspondentes ao adiantamento dos mesmos Espíritos. Em função disto, diversa é a constituição física de cada mundo e, conseqüentemente, dos seus habitantes. Cada mundo oferece aos que o habitam condições adequadas e próprias à vida planetária. As necessidades vitais num planeta poderão não ser as mesmas, e até opostas, noutro.

4. O mundo que habitamos faz parte de um séquito de planetas e asteróides que acompanham o Sol em sua viagem pela vastidão incomensurável do espaço. Mesmo assim, as distâncias entre os planetas que formam o nosso sistema planetário são imensas. Para se ter idéia, enquanto a Terra gasta aproximadamente 365 dias para promover uma volta ao redor do Sol, existem planetas que gastam para completar uma revolução ao redor do mesmo Sol entre 88 dias e 25 anos terrestres.

5. Nosso sistema planetário não ocupa, porém, senão um ponto ínfimo no universo. Haja vista que ele pertence a um grupamento estelar, ou galáxia, chamada Via-Láctea, onde existem bilhões de estrelas, algumas das quais tão grandes, mas tão grandes, que uma só ocupa espaço igual ao ocupado pelo Sol e quase todos os planetas que este arrasta consigo. (N.R.: A estimativa mais recente feita pelos astrônomos revela que existem na Via-Láctea cerca de 400 bilhões de estrelas.)

As diferentes categorias dos mundos habitados

6. Dos ensinos dados pelos Espíritos resulta que muito diferentes umas das outras são as condições dos mundos, quanto ao grau de adiantamento ou de inferioridade dos seus habitantes. Entre eles há os em que seus habitantes são inferiores aos da Terra, física e moralmente. Outros possuem a mesma categoria que o nosso e muitos lhe são mais ou menos superiores.

7. Nos mundos inferiores, a existência é toda material e as paixões reinam soberanas, sendo quase nula a vida moral. À medida que esta se desenvolve, diminui a influência da matéria, de tal maneira que nos mundos mais adiantados a vida é, por assim dizer, toda espiritual.

8. Evidentemente, não podemos fazer uma classificação absoluta das categorias dos mundos habitados, mas Kardec nos oferece uma que nos permite uma visão geral sobre o assunto:

A)   Mundos primitivos – Nos mundos primitivos, destinados às primeiras encarnações da alma humana, a vida, toda material, se limita à luta pela subsistência, o senso moral é quase nulo e, por isso mesmo, as paixões reinam soberanas. A Terra já passou por essa fase.

B)    Mundos de expiação e provas – Nesses mundos o mal predomina. É a atual situação da Terra, razão por que aí vive o homem a braços com tantas misérias.

C)   Mundos de regeneração – São mundos em que as almas que ainda têm o que expiar haurem novas forças, repousando das fadigas da luta.

D)   Mundos ditosos ou felizes – São os planetas onde o bem sobrepuja o mal e, por isso, a felicidade impera.

E)    Mundos celestes ou divinos – São as habitações de Espíritos depurados, onde exclusivamente reina o bem, visto que todos que aí vivem já alcançaram o cume da sabedoria e da bondade.

Respostas às questões propostas

1. Jesus referiu-se em algum momento de suas pregações à existência de outros mundos habitados? R.: Sim. Quando o Mestre disse: "Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Há muitas moradas na casa de meu Pai; se assim não fosse, já eu vo-lo teria dito, pois me vou para vos preparar o lugar”, ele estava nos ensinando o princípio da pluralidade dos mundos habitados, de uma maneira cristalina, para não deixar dúvidas.

2. É a mesma a constituição física dos diferentes globos que circulam no Universo? R.: Não. As diferentes moradas a que Jesus se referiu correspondem ao adiantamento dos Espíritos que nelas se encarnam. Em função disto, diversa é a constituição física de cada mundo e, conseqüentemente, a dos seus habitantes.

3. Existem em outros planetas indivíduos inferiores aos habitantes da Terra? R.: Sim, do mesmo modo que há em determinados planetas Espíritos superiores aos que habitam a Terra.

4. Segundo o Espiritismo, como podem ser classificados os diferentes mundos habitados? R.: Os mundos que circulam no espaço infinito classificam-se em cinco categorias: mundos primitivos, mundos de expiação e provas, mundos de regeneração, mundos ditosos ou felizes e mundos celestes ou divinos.

5. Dentre os diversos planetas existentes no Universo, qual é a situação da Terra? R.: Planeta ainda muito novo, a Terra está, segundo o Espiritismo, situada na categoria de mundo de expiação e provas.


Bibliografia
:

O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, item 55.
O Evangelho segundo o Espiritismo,
de Allan Kardec, cap. 3, itens 2 a 4.
Páginas de Espiritismo Cristão,
de Rodolfo Calligaris, págs. 16 a 19.


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita