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Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita
Programa II: Princípios Básicos da Doutrina Espírita
Ano 1 - N° 26 - 12 de Outubro de 2007

THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br

Curitiba, Paraná (Brasil)  

Justiça e necessidade da reencarnação

Apresentamos nesta edição o tema no 26 do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita, que está sendo aqui apresentado semanalmente, de acordo com programa elaborado pela Federação Espírita Brasileira, estruturado em seis módulos e 147 temas.

Se o leitor utilizar este programa para estudo em grupo, sugerimos que as questões propostas sejam debatidas livremente antes da leitura do texto que a elas se segue. Se destinado somente a uso por parte do leitor, pedimos que o interessado tente inicialmente responder às questões e só depois leia o texto referido. As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final da lição.

Questões para debate

1. As almas têm a mesma idade?

2. A que se deve o progresso alcançado pelos Espíritos em sua trajetória evolutiva?

3. Há diferença de conteúdo entre os vocábulos reencarnação e ressurreição?

4. Onde cumprimos as diferentes existências corpóreas indispensáveis ao nosso progresso?

5. Existe diferença entre encarnar num planeta atrasado e encarnar num planeta como Júpiter?

Texto para leitura

Renascimento e evolução

1. A alma, depois de residir temporariamente no Espaço, renasce na condição humana, trazendo consigo a herança, boa ou má, do seu passado. Reaparece então na cena terrestre para pagar as dívidas que contraiu, conquistar novas capacidades que facilitarão a sua ascensão e acelerar a marcha para a frente.

2. Não se pode compreender que o Espírito, destinado à perfeição, consiga realizar todo o seu progresso numa só existência física. Os próprios fatos do dia-a-dia rejeitam tal idéia. Devemos ver na pluralidade das vidas a condição necessária de sua educação e seu progresso. É à custa do próprio esforço, de suas lutas, de seus sofrimentos, que ele se redime de seu estado de ignorância e inferioridade e se eleva, de degrau em degrau, a caminho das inúmeras habitações do Universo. Somos assim, hoje, o resultado das experiências vividas no passado, como seremos, amanhã, o produto das nossas ações de agora.

3. Nem todas as almas têm a mesma idade, nem todas subiram com o mesmo passo seus estágios evolutivos. Umas percorreram uma carreira imensa e aproximaram-se já do apogeu dos progressos terrestres; outras mal começam o seu ciclo de evolução no seio da humanidade. Estas são as almas jovens, emanadas há menos tempo do Foco Eterno. Chegadas à humanidade, tomarão lugar entre os povos selvagens ou entre as raças bárbaras que povoam os continentes atrasados, as regiões deserdadas do globo. E quando, afinal, penetram em nossas civilizações, ainda se deixam facilmente conhecer pela falta de desembaraço, de jeito, pela sua incapacidade para todas as coisas e, principalmente, pelas suas paixões violentas.

Objetivo das encarnações sucessivas

4. No encadeamento das nossas estações terrestres, continua a completar-se a obra grandiosa de nossa educação, a edificação de nossa individualidade, de nossa personalidade moral. É por essa razão que a alma tem de encarnar sucessivamente nos meios mais diversos, em todas as condições sociais. E passando alternadamente pelas provas da pobreza e da riqueza, pelas experiências de renúncia e de trabalho, é que ela irá compreendendo a transitoriedade dos bens materiais e desenvolvendo valores espirituais superiores.

5. São necessárias as existências de estudo, as missões de dedicação, de caridade, por vias das quais se ilustra a inteligência e o coração se enriquece com a aquisição de novas qualidades. Virão depois as existências de sacrifício pela família, pela pátria, pela humanidade, e ocorrerão, por certo, existências onde o orgulho e o egoísmo serão abafados através das provas dolorosas de resgate do passado de erros.

Reencarnação e ressurreição

6. A reencarnação ou palingenesia fazia parte dos dogmas dos judeus, sob o nome de ressurreição. Só os saduceus (seita judia formada por volta do ano 248 a.C., cujo fundador foi Sadoc ), cuja crença era a de que tudo acaba com a morte, não acreditavam nisso. Os judeus criam que um homem que vivera podia reviver, sem saberem precisamente de que maneira o fato poderia dar-se. Designavam ressurreição o que o Espiritismo chama reencarnação. Ressurgir em um corpo que já se acha com seus elementos dispersos ou absorvidos é cientificamente impossível. Reencarnação é a volta do Espírito à vida corpórea, mas em outro corpo formado especialmente para ele e que nada tem de comum com a antigo. A palavra ressurreição podia assim aplicar-se a Lázaro, mas não a Elias, nem aos outros profetas.

7. Quando Jesus disse a Nicodemos: “Em verdade, em verdade, digo-te: Ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo ”, ante a estranheza do senador dos judeus que não entendia como tal situação poderia ocorrer, Jesus replicou como que surpreendido: “Como pode isso fazer-se? Pois quê! és mestre em Israel e ignoras estas coisas? Digo-te em verdade que não dizemos senão o que sabemos e que não damos testemunho, senão do que temos visto. Entretanto, não aceitas o nosso testemunho. Mas, se não credes, quando vos falo das coisas da Terra, como me crereis, quando vos falo das coisas do céu?”(João, 3:1 a 12 ). O Mestre quis mostrar, com tais palavras, que a reencarnação era um fato óbvio, natural, inerente à evolução do próprio homem.

Há muitas moradas na casa do Pai

8. Não encarnamos e reencarnamos apenas no planeta Terra, mas sim em diferentes mundos. As que aqui passamos não são as primeiras nem as últimas; são, porém, das mais materiais e das mais distantes da perfeição, porque a encarnação nos diferentes mundos guarda relação com o grau evolutivo desses mundos. .

9. A constituição do perispírito está em função da natureza de cada mundo, passando por transformações sucessivas, tornando-se cada vez mais etéreo, até a depuração completa, que é a condição dos Espíritos puros.

10. A encarnação, tal como ocorre na Terra, observa-se também nos mundos inferiores. Nos mundos superiores, no entanto, onde imperam o sentimento de fraternidade, estando os seus habitantes livres das paixões grosseiras que ocorrem em mundos atrasados, os Espíritos gozam de uma encarnação bem mais feliz e nenhum temor têm da morte.

11. A duração da vida, nos diferentes mundos, guarda proporção com o grau de superioridade física e moral de cada um. Quanto menos material o corpo, menos sujeito às vicissitudes que o desorganizam. Quanto mais puro o Espírito, menos paixões a dominá-lo. É essa uma graça da Providência, que desse modo abrevia os sofrimentos das criaturas à medida que elas progridem.

Respostas às questões propostas

1. As almas têm a mesma idade? R.: Nem todas as almas têm a mesma idade, nem todas subiram com o mesmo passo seus estágios evolutivos. Umas percorreram uma carreira imensa e aproximaram-se já do apogeu dos progressos terrestres; outras mal começam o seu ciclo de evolução no seio da humanidade. Estas são as almas jovens, emanadas há menos tempo do Foco Eterno. Chegadas à humanidade, tomarão lugar entre os povos selvagens ou entre as raças bárbaras que povoam os continentes atrasados, as regiões deserdadas do globo. E quando, afinal, penetram em nossas civilizações, ainda se deixam facilmente conhecer pela falta de desembaraço, de jeito, pela sua incapacidade para todas as coisas e, principalmente, pelas suas paixões violentas.

2. A que se deve o progresso alcançado pelos Espíritos em sua trajetória evolutiva? R.: Ao seu próprio esforço, às lutas, aos sofrimentos, às vicissitudes que enfrenta. É assim que eles se redimem de seu estado de ignorância e inferioridade e se elevam, de degrau em degrau, a caminho das inúmeras habitações do Universo. Podemos, portanto, afirmar que somos hoje o resultado das experiências vividas no passado, como seremos, amanhã, o produto de nossas ações de agora.

3. Há diferença de conteúdo entre os vocábulos reencarnação e ressurreição? R.: Sim. A reencarnação fazia parte dos dogmas dos judeus sob o nome de ressurreição. Só os saduceus, cuja crença era a de que tudo acaba com a morte, não a aceitavam. Os judeus acreditavam que um homem que vivera na Terra podia reviver, sem saberem precisamente de que maneira o fato podia dar-se. Designavam ressurreição o que o Espiritismo chama reencarnação. Ressurgir em um corpo que já se acha com seus elementos dispersos ou absorvidos é cientificamente impossível. A reencarnação é a volta do Espírito à vida corpórea, mas em outro corpo formado especialmente para ele e que nada tem de comum com o antigo. A palavra ressurreição podia assim aplicar-se a Lázaro, mas não a Elias, nem aos outros profetas.

4. Onde cumprimos as diferentes existências corpóreas indispensáveis ao nosso progresso? R.: O Espiritismo ensina que não encarnamos e reencarnamos apenas no planeta Terra, mas sim em diferentes mundos. As que aqui passamos não são as primeiras nem as últimas; são, porém, das mais materiais e das mais distantes da perfeição, porque a encarnação nos diferentes mundos guarda relação com o grau evolutivo desses mundos.

5. Existe diferença entre encarnar num planeta atrasado e encarnar num planeta como Júpiter? R.: A encarnação, tal como ocorre na Terra, observa-se também nos mundos inferiores. Nos mundos superiores, no entanto, onde impera o sentimento de fraternidade, estando seus habitantes livres das paixões grosseiras que ocorrem em mundos atrasados, os Espíritos gozam de uma encarnação bem mais feliz e nenhum temor têm da morte. É o que se dá com os que vivem em Júpiter, que é, segundo Kardec, um planeta bem superior ao nosso.

Bibliografia:

O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, itens 172 e 182.
O Evangelho segundo o Espiritismo,
de Allan Kardec, cap. 4, itens 4, 16 e 24.
O problema do ser, do destino e da dor,
de Léon Denis, págs. 163, 165, 166 e 167.


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita