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Crônicas e Artigos
Ano 1 - N° 25 - 5 de Outubro de 2007

ADAMS AUNI

adamsauni@ecolub.com.br

Rio de Janeiro, RJ (Brasil)
 

Espiritualidade e Ciência

É possível entender uma ligação entre espiritualidade e ciência? Quase sempre se vê a religiosidade ligada a uma religião, porém nem sempre a religião conduz a uma religiosidade. Um olhar para o passado nos leva a perceber que, ao longo da história da humanidade, a religião nem sempre caminhou ao lado da religiosidade.

A religiosidade se transubstancia em espiritualidade quando o patamar material é deixado para trás, ocorrendo uma transcendência sobre a certeza do que é considerado real e material, acreditando-se mais no que não se vê do que naquilo que se vê.

A ciência muitas vezes também se comporta da mesma forma. A progressão evolutiva seguiria pela ciência ou pela moral? Ilustra-se, a respeito dessa questão, a necessidade do intelecto estar a frente, promovendo as mudanças, impelindo o exercício da mente, decodificando a percepção da própria realidade, em muitos casos ainda limitada.

O que pode alterar a percepção de realidade? O conhecimento altera a percepção da realidade e ensina a transcender valores e crenças que, até então, eram entraves da visão, tato, paladar, olfato e audição.

A ciência já explica como transcender da matéria para energia, logo, do material para o imaterial. O indivíduo, de acordo com este conceito científico, não é apenas algo sólido, finito, pois é formado de partículas e subpartículas e essas, ainda, formadas por “cordas” de energia vibrando, tudo em obediência a uma escala infinitamente pequena. O que não se vê e não se toca torna-se real, indo além de uma realidade tangível, definida pelos próprios sentidos, sabidos limitados para entender a realidade de acordo com os novos parâmetros da ciência. Depois do advento da ciência atômica, o que parecia determinado a ser finito passa a ser entendido em função de possibilidades de infinitas dimensões. Desse modo, a física quântica vem movimentar crenças sobre os valores da matéria e energia e os conceitos da dualidade partícula e onda. A ciência promove a incerteza como um dos princípios da realidade, desafiando uma mente brilhante, que afirma: “... Deus não joga dados!”. A física quântica declara que há necessidade de um observador para que ocorra o que chama de colapso de onda para definir o “real”. Ou seja, ela declara que a realidade depende do observador e que a realidade é um efeito causal. E alguns físicos concluem que tudo que conhecemos é causalidade de um observador cósmico.

Será que já estamos preparados para aceitar a ciência explicando Deus? Ela poderia já conhecer estas respostas? Outrossim, como será acessar o nosso acervo mental, a nossa reserva total relativa a um conteúdo compilado ao longo das várias encarnações? E quanto nós já evoluímos? Acumulamos mais intelecto cientifico ou conteúdo moral?

O psiquiatra Carl Gustav Jung denomina inconsciente coletivo o que nós, auxiliados pelo Espírito Joanna de Ângelis, chamamos de inconsciente transpessoal. Este último possibilita que os acervos de experiências, registros do passado, de informações sobre nós mesmos, embora pareçam a princípio estáticos, continuem, na verdade, a ser processados de forma independente, o que permite a ocorrência da interatividade com as demais existências.

É possível entender que vivemos constantemente em processos interdependentes e interativos, ou seja, além das trocas com os outros, também vivemos mergulhados em nós mesmos, segundo um contínuo aprimoramento, e tais processos influenciam na construção de páginas de um mesmo livro, formando o acervo do protagonista. E cada capítulo a ser escrito depende dos anteriores, sendo o final sempre passível de ser sempre alterado.

Logo, passado, presente e futuro se inter-relacionam. Dessa maneira, uma resolução relativa a uma questão do passado, automaticamente gera boas conseqüências no futuro e isso exemplifica uma visão conceitual sobre o paralelismo dos universos.

O conteúdo transpessoal não pode ser acessado todo de uma vez, sobretudo pela necessidade do treino da moralidade e da busca do equilíbrio. Os mentores nos acompanham e, como grandes observadores e mestres que são, supervisionam e inspiram quanto às intuições, selecionando-as muitas vezes. Conteúdo disponível, mas não acessível.

Dessa maneira, o que seria real, se o que é registrado em maior parte está no inconsciente e não no consciente? O inconsciente registra e processa bilhões de informações, enquanto o consciente codifica apenas milhares. Vivemos e percebemos por meio dessa pequena parte codificada, o que implica uma realidade muito limitada.

Igualmente, o corpo material também é uma limitação, pois abafa os sentidos do Espírito pela densidade material. O intelecto fica à frente e é moldado pela moral, o que explica a condição de homens simplórios, mas com exuberante conhecimento do sagrado e que, por isso, vivem a espiritualidade sem o entrave intelectivo.

De outro lado, não olvidemos que a potência sem controle não é nada! Freqüentemente, as ocorrências anímicas são interpretadas sem a devida educação ou o estudo mediúnico correto, isto é, meramente como assistência espiritual. Felizmente, para o bem da sociedade, Espiritualidade e ciência caminham para o entendimento e sujeitas à previsão de que os doutos em ciência concluirão como os rabis, os mestres e os santos.

A ciência, por sua vez, abre mão da sua sisudez diante do universo do microcosmo e busca as fórmulas matemáticas para explicar o invisível e apela para filosofia para exercitar seu ego enferrujado. Dessa forma, enquanto a espiritualidade promove a transcendência material, cabe à ciência microcósmica, com maior intensidade e após o advento da física quântica, promover igualmente tal transcendência, unindo o místico e o racional na insubstância das coisas.

Se, de um lado, a perfeição categórica participa dos atributos de Deus, de outro, buscar o estado de perfeição sugere para a sociedade a procura do equilíbrio entre as duas grandes forças da humanidade, a ciência e a religião, pois isso significa um caminhar rumo à felicidade.

Uma última questão: o que é o Espírito? Sabemos que a substância divina existe desde sempre e, ainda, nem a ciência nem a espiritualidade explicam sua existência. Contudo, embora estejamos impedidos de conhecer a essência de Deus, cabe a nós tão-somente reconhecer a grandeza da causa suprema, pois, para Deus tudo é possível e nos resta apenas caminhar.


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita