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Espiritismo para crianças - Célia Xavier Camargo
Ano 1 - N° 24 - 28 de Setembro de 2007

 

Tucumim, o indiozinho

Tucumim era um pequeno índio muito estimado em toda a floresta. Gostava de correr, brincar com os animais, pescar. Caçar só quando estava com muita fome, pois evitava provocar sofrimento em outros seres da Criação.

Alimentava-se geralmente de raízes, ervas ou frutos silvestres que colhia no meio do mato.

Amava o sol, a lua, o vento, a chuva e, principalmente, as outras criaturas.  Quando

encontrava um animalzinho ferido, não descansava enquanto não o visse curado.

 

Certa  vez,  voltando  de um passeio pela floresta, Tucumim viu um passarinho

preso numa arapuca, com a asinha quebrada. Retirou a ave da arapuca e colocou uma pequena tala, que amarrou com fibra vegetal, para imobilizar a asa. Em poucos dias a avezinha, já curada, partiu, agradecendo ao amigo com lindos trinados pela alegria de poder voar novamente.

Nesse mesmo dia, andando à procura de raízes comestíveis, Tucumim topou com um coelhinho, seu amigo, que estava numa armadilha com a pata machucada. O indiozinho colocou sobre o ferimento uma pasta feita com ervas, conforme lhe ensinara seu avô, e, em pouco tempo, o coelhinho saiu pulando. Antes de internar-se na floresta, ele se virou como a dizer:

— Obrigado, Tucumim. Você é um amigão!

Na manhã seguinte, quando foi pescar, Tucumim ouviu gemidos de dor. Era uma oncinha caída num buraco preparado como armadilha e que, na queda, tinha se machucado. Incansável, Tucumim fez um curativo na ferida e logo a oncinha corria feliz pela floresta, muito agradecida pela ajuda.

Tucumim, porém, estava preocupado.

Quem estaria colocando aquelas armadilhas na floresta e tirando a paz de seus habitantes? Sentiu medo.

Seu avô sempre dissera que ele deveria ter muito cuidado com o homem branco, que era mau e matava sem piedade, pelo prazer de matar.

Por isso, Tucumim tinha muito medo dos homens brancos.

Na verdade, nunca tinha visto um homem branco. Imaginava-os gigantescos e de fisionomia terrível e assustadora.

Assim, ao encontrar pegadas diferentes no chão, concluiu que só poderiam ser de homem branco, e ficou apavorado.

Contou na aldeia o que estava acontecendo e todos os índios ficaram assustados também. Resolveram sair e procurar essa criatura malvada que estava colocando em pânico os moradores da mata.

Procuraram... procuraram... procuraram...

Estavam cansados de andar quando ouviram uma voz que gritava:

— Socorro! Socorro! Tirem-me daqui!...

Seguindo o som da voz, chegaram até a beira de um grande buraco, no fundo do qual um homem gemia de dor.

Apesar de assustados, de arco e flechas em punho, os índios gritavam satisfeitos:

— Nós o apanhamos! Nós o apanhamos! Vamos acabar com ele!

Porém, Tucumim, que possuía um coração bondoso e sensível, ao ver aquela criatura gemendo de dor, condoído pensou:

“Mas ele não tem a aparência terrível e assustadora que eu imaginava. É igualzinho a nós. Só a roupa é diferente.”

Virando-se para seus irmãos de raça, falou:

— Não podemos matá-lo. Não percebem que ele é uma criatura como nós, que sofre e chora? Vamos, ajudem-me a tirá-lo do buraco. Está ferido e precisando de ajuda.

Com o auxílio de um cipó, os índios retiraram o caçador com todo o cuidado, colocando-o sobre a relva, à sombra de uma árvore.    

 Emocionado, o caçador não parava de agradecer:

— Se não fossem vocês, provavelmente eu morreria dentro daquele buraco. Não sei como lhes agradecer. Percebo agora o mal que fiz colocando todas aquelas armadilhas na floresta. Acabei caindo numa delas e agradeço a Deus por vocês terem me salvado. Como posso retribuir o bem que me fizeram?

Tucumim, porta-voz de toda a tribo, respondeu:

— É fácil. Não coloque mais armadilhas na floresta. Deixe os animais em paz.

O caçador, envergonhado, concordou:

— Nunca mais farei isso, prometo. Agora sei que tive o que merecia. Cada um é responsável por tudo o que faz, e eu mereci essa lição. Perdoem-me. Quero que sejamos amigos.

Percebendo a sinceridade do homem, os índios estenderam-lhe as mãos em sinal de amizade e depois o levaram para a taba.

Nesse dia prepararam uma grande festa para comemorar o acontecimento.

Afinal, todos somos irmãos!

 Tia Célia


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita