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Estudando a série André Luiz
Ano 1 - N° 23 - 21 de Setembro de 2007

MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)  

Os Mensageiros
André Luiz
(Parte 11)

Continuamos a apresentar o texto condensado da obra Os Mensageiros,  de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada pela editora da Federação Espírita Brasileira, a qual dá seqüência à série iniciada com o livro Nosso Lar.  

Questões preliminares

A. Que cuidados tiveram os mentores espirituais nos preparativos da reunião realizada na casa de Isabel?

R.: Os preparativos da reunião, que foram feitos bem antes do início da sessão, foram intensos. Irmãos dividiram a sala de modo singular, utilizando longas faixas fluídicas, destinadas a limitar a zona de influenciação dos sofredores que seriam trazidos à reunião. O ar foi magnetizado pelos Espíritos, impregnando o ambiente de elementos espirituais necessários ao êxito do trabalho, e vigilantes se espalharam em derredor da moradia singela. (Os Mensageiros, cap. 43, págs. 224 a 226.)

B. Os enfermos desencarnados atendidos com passes magnéticos foram igualmente beneficiados?

R.: Os passes de reconforto aos enfermos desencarnados deram início aos atendimentos, mas Aniceto explicou, quanto aos resultados, que alguns se sentiriam curados, outros acusariam melhoras, mas a maioria continuaria impermeável ao serviço de auxílio. O que nos deve interessar, portanto, é a semeadura do bem; os resultados pertencem ao Senhor – acrescentou o instrutor espiritual. (Obra citada, cap. 44, págs. 229 a 233.)

C. Que lição podemos extrair do caso Fidélis?

R.: Reportando-se ao caso, Aniceto disse que há muitas pessoas assim. São pesquisadores de superfície que tudo esperam dos outros, sem nenhum esforço próprio, sem se dar ao trabalho das obras, sem atender à responsabilidade. Vivendo no torvelinho das libações, agarrados aos interesses inferiores e à satisfação dos sentidos físicos, eles ainda aguardam mensagens espirituais. (Obra citada, cap. 45, págs. 234 a 238.)

D. Quantos desencarnados assistiram à preleção da noite?

R.: Havia no recinto 35 encarnados, mas o número total de necessitados excedia de duas centenas, porque o grupo estava, então, acrescido de muitas entidades desencarnadas que formavam o séquito perturbador da maioria dos encarnados presentes. Aniceto esclareceu o fato dizendo que grande número de criaturas, na passagem para o mundo espiritual, sentem-se possuídas de "doentia saudade do agrupamento", como acontece aos animais, quando sentem a mortal "saudade do rebanho". (Obra citada, cap. 46, pp. 239 e 240, cap. 48, págs. 248 a 250.)

Texto para leitura

70. Preparativos da reunião - Um pouco antes das dezoito horas, o salão da casa de Isabel já estava repleto de trabalhadores espirituais. Os preparativos da reunião eram intensos. Irmãos dividiam a sala de modo singular, utilizando longas faixas fluídicas, destinadas a limitar a zona de influenciação dos sofredores que seriam trazidos à reunião. O próprio ar era magnetizado pelos Espíritos, impregnando o ambiente de elementos espirituais necessários ao êxito do trabalho. Isabel e Joaninha limparam o recinto e puseram uma toalha muito alva sobre a mesa, além de pequenos recipientes de água pura. Vigilantes se espalharam em derredor da moradia singela. Pouco depois começaram a chegar os necessitados desencarnados. Rostos esqueléticos causavam compaixão; pareciam cadáveres erguidos do túmulo. As entidades chegavam seguidas de orientadores fraternais. Muitos estampavam no rosto profunda angústia. Senhoras em pranto eram numerosas. Alguns mantinham as mãos no ventre, calcando regiões feridas. Não eram poucas as que traziam ataduras e faixas. Diante dos olhos tinha-se uma autêntica reunião de "coxos e estropiados", conforme a alusão evangélica. O quadro consternava. Aniceto explicou então que não seriam admitidas no recinto entidades perversas, porque a casa de Isabel e Isidoro não estava preparada para atendê-las. (Cap. 43, págs. 224 a 226)

71. Passes de reconforto - O cenário lembrava o ambiente das Câmaras de Retificação da colônia "Nosso Lar". Começam então os passes de reconforto aos enfermos desencarnados. André é conclamado a esse serviço pela primeira vez. Aniceto deixa aos seus cuidados um grupo de seis enfermos. Uma senhora profundamente abatida e cega foi a primeira a ser atendida por André Luiz. O tracoma tirara-lhe a visão. (N.R.: Tracoma é doença contagiosa que se assenta, de preferência, na conjuntiva palpebral e atinge também a córnea.)  À medida que André se dispôs ao serviço do passe, uma claridade diferente começou a iluminar e a aquecer-lhe a fronte. Reparou então que enorme placa de sombra pesava sobre a fronte da mulher. Pronunciando palavras de animação, às quais ligava a melhor essência de suas intenções, concentrou suas possibilidades magnéticas de auxílio naquela zona perturbada. Em poucos instantes, a enferma desencarnada desferiu um grito de alegria: "Vejo, vejo – grande Deus! grande Deus!" E ajoelhando-se, dirigiu-se feliz a André, que não conseguia, por sua vez, dominar as próprias emoções. A luz daquela dádiva mostrava-lhe mais fortemente o fundo escuro de suas imperfeições e o pranto inundou-lhe as faces, até que Aniceto aproximou-se delicadamente e disse, em voz baixa, que a excessiva contemplação dos resultados pode prejudicar o trabalhador. (Cap. 44, págs. 229 a 232)

72. Resultados dos passes - Aniceto lembrou a André que todo o bem procede do Senhor e que nós somos apenas seus instrumentos nas tarefas do amor. André recomendou então à enferma que não se impressionasse em demasia com a visão dos aspectos exteriores e voltasse o poder visual para dentro de si mesma, a fim de consagrar ao Senhor da Vida os sublimes dons da visão, e passou a atender a um irmão que falecera vitimado pelo câncer. Depois, atendeu dois ex-tuberculosos, uma senhora que desencarnara em conseqüência de um tumor maligno e um rapaz que falecera num choque operatório. Nenhum dos quatro últimos manifestou, porém, qualquer alívio. Persistiam neles as mesmas indisposições orgânicas e os mesmos fenômenos psíquicos de sofrimento. Aniceto esclareceu que as atividades de assistência se processam assim: alguns se sentem curados, outros acusam melhoras, mas a maioria parece continuar impermeável ao serviço de auxílio. O que nos deve interessar, portanto, é a semeadura do bem; os resultados pertencem ao Senhor – acrescentou o instrutor espiritual. Vicente estranhou o número de entidades perturbadas. Aniceto informou que esmagadora percentagem desses padecimentos se deve à falta de educação religiosa – essa educação íntima e profunda que o homem nega sistematicamente a si mesmo. (Cap. 44, págs. 232 e 233)

73. Uma mente enferma - A reunião se destinava também aos encarnados. Um deles, pessoa aprumada e bem posta, mantinha-se em conversa com o senhor Bentes, doutrinador do grupo. Era Dr. Fidélis, um cavalheiro rodeado de sombra –  pequenas nuvens –  ao longo do cérebro. Cético, ele se dizia desalentado porque há muito que procurava, nas reuniões espíritas, algo que o satisfizesse. Para ele, a Metapsíquica havia reduzido o mediunismo em suas proporções, e aludia, ainda, às fraudes produzidas por médiuns na Europa e na América. A tudo, Bentes respondia com serenidade, explicando que o Espiritismo se dirige, sobretudo, ao coração dos homens e que a revelação não compactua com as leis de menor esforço, sendo preciso que cada um busque nessa fonte sublime e pura a água da renovação própria. Fidélis replicou dizendo esperar ainda a mensagem dos seus familiares com os sinais iniludíveis da sobrevivência após a morte. Os comentários de Aniceto a respeito do caso não se fizeram esperar. Há muitas pessoas assim, disse o instrutor. São pesquisadores de superfície que tudo esperam dos outros, sem nenhum esforço próprio, sem se dar ao trabalho das obras, sem atender à responsabilidade. Vivendo no torvelinho das libações, agarrados aos interesses inferiores e à satisfação dos sentidos físicos, eles ainda aguardam mensagens espirituais... (Cap. 45, págs. 234 a 238)

74. A assembléia invisível - A preleção evangélica da noite foi feita por Bentes, colaborador de Isabel naquele trabalho. A assembléia visível aos olhos humanos era formada por 35 pessoas; no entanto, o número de necessitados excedia de duas centenas, porque, agora, o grupo estava acrescido de muitas entidades desencarnadas que formavam o séquito perturbador da maioria dos encarnados ali presentes. Para tais entidades organizou-se uma divisão especial, que pareceu a André constituída por elementos de maior vigilância. Num ângulo da mesa havia numerosas indicações de receituário e assistência. Muitos nomes ali se enfileiravam. Pessoas pediam conselhos médicos, orientação, assistência e passes. Quatro médicos desencarnados se moviam diligentes e, secundando-lhes o esforço, quarenta cooperadores diretos iam e vinham, recolhendo informações e enriquecendo pormenores. Vicente pergunta se todas as pessoas nominadas receberão o que solicitam. Aniceto informa que receberão aquilo de que precisam. Quanto aos que pedem a cura do corpo, os mentores estudam até que ponto lhes podem ser úteis, no particularismo dos seus desejos. Outros pedem orientações diversas, e os Espíritos têm todo o cuidado para não lhes tolher a liberdade individual. Nesse sentido, a maior parte dos pedidos são desassisados. (Cap. 46, págs. 239 e 240)  

Frases e apontamentos importantes

143. Realizar uma sessão de trabalhos espirituais eficientes não é coisa tão simples. Quando encontramos companheiros encarnados, entregues ao serviço com devotamento e bom ânimo, isentos de preocupação, de experiências malsãs e inquietações injustificáveis, mobilizamos grandes recursos a favor do êxito necessário. (Aniceto, cap. 43, pág. 224)

144. Quem não deseje cuidar de semelhantes obrigações, com a seriedade devida, poderá esperar fatalmente pelos espíritos menos sérios, porquanto a morte física não significa renovação para quem não procurou renovar-se. Onde se reúnam almas levianas, aí estará igualmente a leviandade. (Aniceto, cap. 43, pág. 224)

145. Em todos os setores evolutivos, é natural que o trabalhador sincero e eficiente receba recursos sempre mais vastos. Onde se encontre a atividade do bem, permanecerá a colaboração espiritual de ordem superior. (Aniceto, cap. 43, págs. 224 e 225)

146. Já os sacerdotes do antigo Egito não ignoravam que, para atingir determinados efeitos, é indispensável impregnar a atmosfera de elementos espirituais, saturando-a de valores positivos da nossa vontade. Para disseminar as luzes evangélicas aos desencarnados, são precisas providências variadas e complexas, sem o que, tudo redundaria em aumento de perturbações. (Aniceto, cap. 43, pág. 225)

147. Se fosse concedida à criatura vulgar uma vista de olhos, ainda que ligeira, sobre uma assembléia de espíritos desencarnados, em perturbação e sofrimento, muito se lhes modificariam as atitudes na vida normal. Nessa afirmativa, devemos incluir, igualmente, a maioria dos próprios espiritistas, que freqüentam as reuniões doutrinárias, alheios ao esforço auto-educativo, guardando da espiritualidade uma vaga idéia, na preocupação de atender ao egoísmo habitual. (André Luiz, cap. 43, pág. 226)

148. Demoramo-nos todos a escapar da velha concha do individualismo. A visão da universalidade custa preço alto e nem sempre estamos dispostos a pagá-lo. Não queremos renunciar ao gosto antigo, fugimos aos sacrifícios louváveis. Nessas circunstâncias, o mundo que prevalece para a alma desencarnada, por longo tempo, é o reino pessoal de nossas criações inferiores. (Aniceto, cap. 43, pág. 227)

149. Toda competência e especialização no mundo, nos setores de serviço, constituem o desenvolvimento da boa vontade. Bastam o sincero propósito de cooperação e a noção de responsabilidade para que sejamos iniciados, com êxito, em qualquer trabalho novo. (Aniceto, cap. 44, pág. 229)

150. Nunca te negues, quanto possível, a auxiliar os que sofrem. Ao pé dos enfermos, não olvides que o melhor remédio é a renovação da esperança; se encontrares os falidos e os derrotados da sorte, fala-lhes do divino ensejo do futuro; se fores procurado, algum dia, pelos espíritos desviados e criminosos, não profiras palavras de maldição. Anima, eleva, educa, desperta, sem ferir os que ainda dormem. Deus opera maravilhas por intermédio do trabalho de boa vontade. (Narcisa, cap. 44, págs. 229 e 230)

151. A excessiva contemplação dos resultados pode prejudicar o trabalhador. Em ocasiões como esta, a vaidade costuma acordar dentro de nós, fazendo-nos esquecer o Senhor. Não olvides que todo o bem procede d'Ele, que é a luz de nossos corações. Somos seus instrumentos nas tarefas de amor. O servo fiel não é aquele que se inquieta pelos resultados, nem o que permanece enlevado na contemplação deles, mas justamente o que cumpre a vontade divina do Senhor e passa adiante. (Aniceto, cap. 44, págs. 231 e 232)

152. As atividades de assistência se processam conforme observam aqui. Alguns se sentem curados, outros acusam melhoras, e a maioria parece continuar impermeável ao serviço de auxílio. O que nos deve interessar, todavia, é a semeadura do bem. A germinação, o desenvolvimento, a flor e o fruto pertencem ao Senhor. (Aniceto, cap. 44, pág. 233)

153. Devemos esmagadora percentagem desses padecimentos à falta de educação religiosa. Não me refiro, porém, àquela que vem do sacerdócio ou que parte da boca de uma criatura para os ouvidos de outra. Refiro-me à educação religiosa, íntima e profunda, que o homem nega sistematicamente a si mesmo. (Aniceto, cap. 44, pág. 233)

154. Concordo em que o Espiritismo não deva fugir a toda espécie de considerações sérias; contudo, creio que a doutrina é um conjunto de verdades sublimes, que se dirigem, de preferência, ao coração humano. É impossível auscultar-lhe a grandeza divina com a nossa imperfeita faculdade de observação, ou recolher-lhe as águas puras com o vaso sujo dos nossos raciocínios viciados nos erros de muitos milênios. Ao demais, temos aprendido que a revelação de ordem divina não é trabalho mecânico em leis de menor esforço. (Bentes, cap. 45, pág. 235)

155. Primeiramente, devemos construir o receptáculo; em seguida, alcançaremos a bênção. A Bíblia, sagrado livro dos cristãos, é o encontro da experiência humana, cheia de suor e lágrimas, consubstanciada no Velho Testamento, com a resposta celestial, sublime e pura, no Evangelho de Nosso Senhor. (Bentes, cap. 45, pág. 235)

156. Estaríamos laborando em erro grave, se colocássemos toda a responsabilidade doutrinária nas organizações mediúnicas. Os médiuns são simples colaboradores do trabalho de espiritualização. Cada um responderá pelo que fez das possibilidades recebidas, como também nós seremos compelidos a contas necessárias, algum dia. (...) A doutrina é uma fonte sublime e pura, inacessível aos pruridos individualistas de qualquer de nós, fonte na qual cada companheiro deve beber a água da renovação própria. (Bentes, cap. 45, pág. 237)

157. Muitos solicitam a cura do corpo, mas somos forçados a estudar até que ponto lhes podemos ser úteis, no particularismo dos seus desejos; outros reclamam orientações várias, obrigando-nos a equilibrar nossa cooperação, de modo a lhes não tolher a liberdade individual. (Aniceto, cap. 46, pág. 240)

158. A existência terrestre é um curso ativo de preparação espiritual e, quase sempre, não faltam na escola os alunos ociosos, que perdem o tempo ao invés de aproveitá-lo, ansiosos pelas realizações mentirosas do menor esforço. Desse modo, no capítulo das orientações, a maior parte dos pedidos são desassisados. (Aniceto, cap. 46, pág. 240) (Continua no próximo número.)  


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita