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Estudando as obras de Kardec
Ano 1 - N° 20 - 29 de Agosto de 2007

ASTOLFO OLEGÁRIO DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)

O Livro dos Médiuns
Allan Kardec
(Parte 20) 

Continuamos a apresentar o estudo de O Livro dos Médiuns, segunda das cinco obras que constituem o chamado Pentateuco Kardequiano, que Allan Kardec lançou em Paris no ano de 1861, o qual está sendo aqui apresentado na forma de 175 questões objetivas.

Questões objetivas

152. Qual é, segundo Kardec, o único e infalível meio de se saber a natureza do Espírito comunicante?

Submetendo todas as comunicações a um exame escrupuloso, escrutando e analisando o pensamento e as expressões como fazemos quando se trata de julgar uma obra literária, rejeitando sem hesitar tudo o que peca contra a lógica e o bom-senso, tudo o que desminta o caráter do Espírito comunicante, desencorajamos os Espíritos enganadores, que acabam por retirar-se, uma vez convencidos de que não podem enganar. Este meio é único, porém infalível, porque não existe uma comunicação má que possa resistir a uma crítica rigorosa. (Item 266)

153. Kardec enumera 26 princípios que devem ser levados em conta para se reconhecer a qualidade dos Espíritos. Como podemos resumi-los?

Julgam-se os Espíritos pela sua linguagem e por suas ações. As ações dos Espíritos são os sentimentos que inspiram e os conselhos que dão. Admitindo-se que os bons Espíritos dizem e praticam somente o bem, tudo o que for mau não pode provir de um bom Espírito. Os Espíritos superiores têm uma linguagem sempre digna, nobre, elevada, sem mescla de nenhuma trivialidade; falam tudo com simplicidade e modéstia, não se gabam jamais, nunca ostentam seu saber nem sua posição entre os outros. A linguagem dos Espíritos inferiores ou vulgares tem sempre algum reflexo das paixões humanas; qualquer expressão que demonstre baixeza, presunção, arrogância, charlatanismo, acrimônia, é um indício característico de inferioridade ou de velhacaria se o Espírito se apresenta sob um nome respeitável e venerado. Os bons Espíritos dizem apenas o que sabem; exprimem-se simplesmente, sem prolixidade, jamais dão ordens; não se impõem, mas aconselham e, se não são ouvidos, retiram-se; não elogiam, aprovam-nos quando fazemos o bem, mas sempre com reservas; são muito escrupulosos nos atos que aconselham; em todos os casos visam apenas a um fim sério e eminentemente útil; procuram corrigir os erros e pregam a indulgência, e jamais semeiam a cizânia por insinuações pérfidas; da parte dos Espíritos superiores o gracejo é freqüentemente fino espirituoso, jamais vulgar; prescrevem apenas o bem e seus conselhos são perfeitamente racionais. (Item 267)

154. Que pensar dos Espíritos que se valem, às vezes, de nomes de santos ou personagens conhecidas?

Todos os nomes dos santos e das personagens conhecidas não bastariam para fornecer um protetor a cada homem da Terra. Entre os Espíritos há poucos que tenham um nome conhecido na Terra; eis por que muito freqüentemente eles se abstêm de dar seu nome. Mas como a maior parte das criaturas encarnadas lhes pede o nome, para satisfazê-las tomam o nome de alguém que as pessoas conheçam ou respeitem. Quando é para o bem, Deus permite que assim se faça entre Espíritos da mesma categoria, porque entre eles há solidariedade e semelhança de pensamentos. (Item 268, parágrafo 3)

155. Pode-se reconhecer os Espíritos pelas impressões que nos causam à sua aproximação?

Sim. Muitos médiuns reconhecem os bons e os maus Espíritos pela impressão agradável ou penosa que experimentam à sua aproximação. O médium experimenta as sensações do estado em que se acha o Espírito que chega próximo dele. Quando o Espírito é feliz, seu estado é tranqüilo, leve, calmo; quando é infeliz, é agitado, febril e esta agitação passa naturalmente para o sistema nervoso do médium. (Item 268, parágrafo 28)

156. Por que a reencarnação não era, ao tempo de Kardec, ensinada por todos os Espíritos comunicantes?

Duas foram as razões: de um lado a ignorância dos Espíritos comunicantes, cujas idéias estavam ainda muito limitadas ao presente. Para eles, o presente deve durar sempre; nada enxergam além do círculo de suas percepções e não se inquietam em saber donde vêm e para onde irão. A reencarnação é para eles uma necessidade na qual não pensam senão quando ela chega; sabem que o Espírito progride, mas não sabem como. Isto é para eles um problema. Em segundo lugar, é preciso entender a prudência que em geral usam os Espíritos na disseminação da verdade: uma luz muito viva e súbita ofusca e não aclara. Podem, então, em certos casos, julgar útil não divulgá-la senão gradualmente, de acordo com os tempos, os lugares e as pessoas. Moisés não ensinou tudo o que ensinou o Cristo e o próprio Cristo não disse muitas coisas cuja compreensão estava reservada às gerações futuras. Num país onde o preconceito da cor reina soberano, onde a escravidão está enraizada nos costumes, teriam repelido o Espiritismo simplesmente porque proclama a reencarnação, visto que a idéia de que o senhor possa tornar-se escravo, e reciprocamente, lhes pareceria monstruosa. Não era melhor fazer aceitar primeiro o princípio geral, para daí tirar mais tarde as conseqüências? (Item 301, parágrafos 8 e 9)

157. Quais as causas das contradições que se apresentam nas comunicações espíritas?

As contradições que se apresentam nas comunicações espíritas podem ser devidas às causas seguintes: à ignorância de certos Espíritos; à velhacaria dos Espíritos inferiores que, por malícia ou malvadeza, dizem o contrário do que, em outra parte, disse o Espírito cujo nome usurpam; à vontade do mesmo Espírito que fala segundo os tempos, os lugares e as pessoas, e pode julgar útil não dizer tudo a todo mundo; à insuficiência da linguagem humana para exprimir as coisas do mundo incorpóreo; à insuficiência dos meios de comunicações que nem sempre permitem ao Espírito transmitir todo o seu pensamento; enfim, à interpretação que cada um pode dar de uma palavra ou de uma explicação, segundo suas idéias, seus preconceitos ou o ponto de vista sob o qual vê as coisas. (Item 302)

158. Por que Deus permite que ocorram as mistificações?

Deus permite as mistificações para provar a perseverança dos verdadeiros adeptos e punir os que fazem do Espiritismo um objeto de divertimento. Se isto lhes abala a crença, é porque sua fé não é muito sólida. Quem renuncia ao Espiritismo por causa de um simples desapontamento prova que não o compreende e não o toma em sua parte séria. (Item 303, parágrafo 2)

159. Qual o meio de evitar as mistificações na prática mediúnica?

Este é um dos inconvenientes mais fáceis de evitar. O meio de obtê-lo é não exigir do Espiritismo senão o que ele pode e deve dar. Seu fim é a melhoria moral da Humanidade: se os homens não se afastarem daí, não serão jamais enganados, porque não há duas maneiras de compreender a verdadeira moral, aquela que pode ser admitida por todo homem de bom-senso. Os Espíritos não vêm para guiar os homens no caminho das honras e da fortuna, ou para servirem a suas mesquinhas paixões. Eles vêm instruir a Humanidade e guiá-la no caminho do bem. Se não lhes pedissem nada de fútil ou fora de suas atribuições, não dariam oportunidade alguma aos Espíritos enganadores, donde se conclui que quem é mistificado tem apenas o que merece. (Item 303, parágrafo 1) (Continua no próximo número.)


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita