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Crônicas e Artigos
Ano 1 - N° 18 - 15 de Agosto de 2007

ARTHUR BERNARDES DE OLIVEIRA
tucabernardes@gmail.com
Guarani, Minas Gerais (Brasil)

Encontro com a fé

Luiz Alberto Py, médico, especializado em Psiquiatria, como o pai, e, posteriormente, psicanalista,  teve uma carreira de muito sucesso. Sucesso que lhe possibilitou ganhar muito dinheiro em pouco tempo.

De repente, sem que pudesse esperar por isso, começou a questionar sua vida, sobretudo no tocante à escolha de sua vitoriosa carreira. Tinha dúvidas se a opção pela Psiquiatria e, depois, pela Psicanálise, tivesse ocorrido por influência da profissão do pai ou por vocação verdadeira. Desde criança, ele se imaginava escritor. Sonhara com isso. Escrever seria o seu sonho maior!

Fechou o consultório e foi para os Estados Unidos, a fim de se submeter a análise com um dos maiores psicanalistas do mundo. Afinal, ganhara muito dinheiro e poderia dar-se a esse luxo. Ao fim de alguns anos nos Estados Unidos, chegou à conclusão de que, de fato, psicanálise era a sua praia, o seu negócio, a sua vocação. E voltou ao trabalho.

Mas a vocação do escritor gritava lá dentro. A solução foi conciliar uma vocação com a outra. E além de atender com proficiência aos que batiam às portas do consultório, começou a escrever livros e crônicas, abordando sempre os mistérios da alma humana, consolando uns e levantando outros.

Dr. Luiz Alberto era materialista e ateu. Nunca precisara de Deus para reequilibrar seus clientes.  Sua ciência lhe bastava.  Até que, um dia, o sofrimento bateu forte à sua porta. Três filhos sofreram, juntos, acidente de carro. Um dos três, o de dezoito anos, ficou longos dias entre a vida e a morte. Os colegas médicos que dele tratavam, permanentemente, no centro de tratamento intensivo, já não acreditavam na recuperação. E o jovem começou a ter reações nervosas, estranhas, violentas, tais que os médicos foram obrigados a amarrá-lo no leito. Dr. Luiz Alberto estava arrasado. Ofereceu-se para ficar ao lado do filho, desamarrado, e passava as noites com ele.

Não se sabe quem sofria mais: se o filho que estava a se despedir da vida, se  o pai que se sentia inútil, incapaz, diante do filho que estava morrendo.

Depois de uma dessas noites em que o  desespero atinge o grau maior, Dr. Py,  arrasado, chegou em casa e atirou-se na cama. De repente, sentiu necessidade de orar. Não se lembrava qual fora a última vez, na infância distante, em que buscara aquele Deus em quem não acreditava mais. Nem sabe por quê, de repente, teve vontade de orar. Talvez a prece fosse o último recurso, a única saída. Para salvar o filho ou salvar-se a si  próprio de amargura tão grande.

E começou a conversar com Deus. Ofereceu sua vida em troca da vida do filho. Ele já tinha vivido cinqüenta anos e da vida colhera tudo o que ela oferece de mais belo e de mais nobre. Mas o filho, não. Estava a morrer sem a menor chance de conhecer aquilo que o pai conhecera; sem desfrutar daquilo que o pai desfrutara. As lágrimas desciam, lavando-lhe o rosto. Estava definitivamente arrasado! Atirou-se à cama e dormiu o mais intenso sono de sua vida.

Quando acordou, sentiu que era outro.  Com ele acordara também uma esperança nova: sentiu que o filho não morreria. Correu ao hospital! O filho começara a reagir; era a cura que chegava devagar; a vida que ressurgia de novo!

Era o reencontro, pela força do sofrimento que humaniza as pessoas, do filho Py com o Pai, que é Deus.


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita