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Crônicas e Artigos
Ano 1 - N° 17 - 8 de Agosto de 2007

LEDA MARIA FLABOREA
ledaflaborea@uol.com.br
São Paulo, SP (Brasil)

Reflexões sobre as guerras

As guerras do Oriente Médio são preocupantes, como é toda e qualquer guerra, seja ela política, econômica, religiosa, ou étnica, seja entre nações ou grupos em um mesmo país, ostensiva ou velada – recebendo outros nomes, mas sempre o mesmo combate -, porque o preconceito, a ganância desmedida e o prazer pelo poder estão, quase sempre, no cerne de todas elas.

O que nos deixa perplexos é o fato de todos nós estarmos, direta ou indiretamente, envolvidos nessas contendas, pois é difícil não tomar partido, formar opinião, já que as conseqüências dessas batalhas acabam por nos afetar, trazendo inquietações de todos os tipos. Todavia, mesmo sendo um momento de pesar, também é momento de se pensar e refletir sobre todas as causas e implicações desses fatos. Para isso, é necessário que estabeleçamos a idéia de que a guerra não acontece, externamente, ao homem – isso é só um reflexo -, porque, na verdade, ela tem seu início dentro do próprio homem.

Em O Evangelho segundo o Espiritismo, Capítulo IX, item 8, os Espíritos dizem que “cada época é marcada pelo cunho da virtude ou do vício que a devem salvar ou perder. A virtude da vossa geração é a atividade intelectual, seu vício é a indiferença moral.” Nada mais verdadeiro do que aquilo que hoje presenciamos. E, ainda, no item 9, eles nos lembram que o orgulho é o que nos leva a esse estado de coisas, por nos julgarmos superiores aos outros. Cada líder, não importa sua área de atuação, não pode se colocar como se fosse a sua Religião, o seu povo ou o seu grupo, porque não pode ser a individualidade que cada criatura representa. Cada homem, perante Deus, é o seu próprio representante e, portanto, responsável por suas escolhas diante das Leis Divinas.

Todas as vezes que tomamos a parte pelo todo, corremos o risco de cometer grandes equívocos. Imaginemo-nos chegando a uma cidade desconhecida e nos defrontando com uma periferia carente de tudo – situação fácil de ser imaginada nos nossos dias. Diante de tal quadro, recusamo-nos a continuar a viagem por supor, erroneamente, com base naquilo que vemos, que toda a cidade seja igual.

Muitas vezes, sem perceber, julgamos uma pessoa por uma atitude isolada, por uma palavra dita, por um gesto, esquecendo-nos, quase sempre, que quando colocados em determinadas circunstâncias, poderemos agir de forma diferente da qual estamos acostumados. Por exemplo, quando estamos em um meio religioso, nos sentimos calmos, em paz e fraternos. Mas, quando voltamos à realidade estressante do dia-a-dia, não conseguimos manter o mesmo comportamento mental. Evidentemente que o ideal seria permanecermos na mesma harmonia, mas isso, ainda, é impossível.

Não podemos, portanto, imaginar que o povo islâmico é como seus líderes radicais; ou que o Presidente americano pensa e age como todo o povo que representa politicamente; ou, ainda, que os líderes israelenses, sintetizem as opiniões e o pensamento de todo o povo judeu. Poderíamos citar, infinitamente, outros tantos exemplos, mas vamos permanecer apenas nesses.

Jesus é claro, quando nos lembra que o escândalo é recurso para modificação de atitudes; mas, também, nos adverte que a responsabilidade de quem o provocar será muito grande perante as Leis de Deus. Inúmeras vezes, presenciamos situações em que os escândalos foram divisores na maneira de pensar e de agir, tanto de uma nação quanto dos indivíduos, isoladamente. É instrumento de progresso, quando obriga o homem a repensar seus valores, conceitos e sentimentos mais íntimos. Essas lutaso, nas artes ou na religiaducaçposta, seja na polsta de fora para dentroais oliticamente; ou, ainda, que os lesquecendo-nos, qu que, infelizmente, surgem, desde que o homem se colocou sobre dois pés, mostram-nos o quanto ainda temos que caminhar para transformar a guerra íntima em paz que se expande, de dentro de nós, para todos os que nos cercam. Não podemos supor que a paz almejada possa ser imposta de fora para dentro, pois a própria história do homem – pessoal ou social – é calcada na transgressão de qualquer regra que seja imposta, seja na política, na vida social, na educação, nas artes ou na religião.

Em O Livro dos Espíritos, questão 728, Kardec pergunta aos Espíritos superiores se a destruição é uma lei da Natureza e eles dizem que sim, se tomarmos a palavra destruição como sinônimo de transformação. Assim acontece, quando um animal mata o outro para se alimentar ou se defender, garantindo sua própria sobrevivência e conseqüente reprodução. Estabelece, com isso, o equilíbrio na Natureza, onde a presença de muitos indivíduos de uma mesma espécie pode destruir, para sempre, uma outra.

Entretanto, quando na questão 742, Kardec indaga: “Qual é a causa que leva o homem à guerra?”, os Orientadores Espirituais são categóricos em afirmar que é a “predominância da natureza animal sobre a natureza espiritual e satisfação das paixões.”  E, na questão 745, lembram-nos que aquele que provocar a guerra em seu proveito próprio, “este é o verdadeiro culpada e precisará de muitas existências para expiar todos os homicídios dos quais foi a causa, porque responderá pelo homem, cada um deles, ao qual causou a morte para satisfazer sua ambição.”

O homem progredirá em saber e humanidade, mais cedo ou mais tarde. Como não é natural querer o mal para si, dia virá em que ele entenderá o convite amoroso de Nosso Senhor e Mestre Jesus: Ama a teu próximo como a ti mesmo.


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita