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Espiritismo para crianças - Célia Xavier Camargo
Ano 1 - N° 17 - 8 de Agosto de 2007

 

Resposta de Deus

Jandira, uma menina de oito anos de idade, desde muito pequena se acostumara a passar por toda sorte de privações.

Não conhecera o pai, e a mãe a abandonara quando tinha pouco mais de quatro anos. Uma vizinha, apiedando-se dela, levou-a para casa.

Mas a vizinha tinha muitos filhos e logo Jandira percebeu que não poderia morar ali, que não era bem-vinda.

Com cinco anos saiu da casa que a acolhera, cansada de apanhar, e foi para a rua, acompanhando umas crianças que conheceu e que também não tinham família. Assim, Jandira foi morar com os novos amigos num casebre abandonado.

Aprendeu a pedir esmolas para poder sobreviver. Comia do que lhe davam. Apesar de todas as dificuldades da sua curta vida, Jandira jamais foi uma criança revoltada. Tinha o coração amoroso e bom, e todos a estimavam. Acreditava em Deus e tinha certeza de que Ele não a deixaria desamparada, conforme ouviu alguém ensinar certa vez.

Certo dia, enquanto pedia esmola na cidade, Jandira viu aproximar-se um homem de aspecto distinto, muito bem-vestido.

– Por caridade, uma esmola! – pediu.

Ouvindo a voz da criança, Manoel olhou e viu uma menina de rostinho sujo, roupas rasgadas, que o fitava com grandes olhos vivos e confiantes. Como estivesse com pressa, deu uma moeda sem se deter.

No dia seguinte, encontrou a garota no mesmo lugar. Ela sorriu e estendeu a mãozinha pedindo uma esmola. Novamente Manoel deu uma moeda, contra seus hábitos, e ouviu o agradecimento da menina.

– Que Deus o abençoe e que nunca lhe falte nada.

Impressionado, seguiu adiante com passos rápidos, mas não conseguiu esquecer o rostinho da garota durante todo o dia.

Na manhã seguinte, lá estava ela no mesmo lugar. A menina aproximou-se dele com uma florzinha na mão, sorridente.

– É sua. Trouxe para o senhor.

Surpreso, Manoel sentiu necessidade de parar para conversar.

– Como se chama? – perguntou.

– Jandira.

– Quantos anos tem, Jandira?

– Acho que tenho oito ou nove anos, senhor. Não sei ao certo.

– Não vai à escola? – indagou ele.

– Não. Nunca pude estudar, apesar de ter muita vontade de aprender a ler e a escrever.

– Onde você mora, Jandira? – perguntou, impressionado.

– Num barraco, com outras crianças.

– Por quê? Não tem família?

– Minha mãe foi embora quando eu era muito pequena. Tenho apenas pai.

– Como se chama seu pai? – quis saber ele.

A menina respondeu com seriedade.

– Deus.

– Deus? Esse é o nome do seu pai? – ele perguntou, pensando não ter entendido direito.

– Sim. Deus não é o Pai de todo mundo? – respondeu ela com simplicidade.

– Ah! É verdade.

– Então, Ele não deixa que me falte nada. Tenho tudo do que preciso. Um teto para me abrigar da chuva e do frio, tomo banho num chafariz e, quando sinto fome, peço uma esmola e ganho dinheiro para comprar o que comer. Às vezes ganho comida e nem preciso pedir esmolas, e ainda posso repartir com os outros o que recebo.

Sensibilizado, Manoel perguntou:

– O que mais você gostaria de ter, Jandira?

– Nada. Eu não preciso de nada.

– Diga. Gostaria de poder ajudar – insistiu Manoel.

A menina pensou um pouco e, com os olhos rasos d’água, respondeu baixinho:

– Gostaria de ter uma família de verdade.

Manoel sentiu um aperto no coração e as lágrimas afloraram em seus olhos. Sentia-se culpado. Era rico, tinha tudo. Uma casa grande, emprego bom e não tinha filhos. Morava apenas com a esposa e nunca pensara em ajudar ninguém. E aquela criança pedia tão pouco da vida!

Tomou uma resolução. Sua esposa sempre quisera filhos e iria gostar.

Fitou a menina à sua frente, e disse:

– Agora tudo vai ser diferente, Jandira. Deus, apesar de dar-lhe tudo, como você afirmou, encarregou-me de ser seu pai aqui na Terra. Aceita? Além de um pai, terá também uma mãe.

Sem poder acreditar em tamanha felicidade, Jandira pulou nos braços de Manoel, cheia de alegria.

– Deus o mandou? Aceito! Eu sabia que ele não deixaria de atender às minhas preces. Antes de dormir – explicou – sempre pedia ao Pai do Céu que me dê um pai de verdade aqui na Terra.

Nesse momento, Jandira lembrou-se dos companheiros:

– Ah!...E meus amigos? Não posso abandoná-los!

– Não irá abandoná-los, Jandira. Como minha filha, terá condições de ajudá-los. Tenho dinheiro. Arrumaremos uma casa de verdade, alguém que tome conta deles e terão tempo de estudar para serem mais tarde criaturas dignas e úteis à sociedade.

A menina batia palmas de alegria.

– Que bom! Que bom!

Em seguida, olhou Manoel com muito carinho e, segurando a mão dele, perguntou:

– Posso chamá-lo de papai?                                                                  

                                                              *            

O nosso carinho e o nosso abraço a todos os pais do mundo.

FELIZ DIA DOS PAIS!

                                  Tia Célia


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita