WEB

BUSCA NO SITE

Página Inicial
Capa desta edição
Edições Anteriores
Quem somos
Estudos Espíritas
Biblioteca Virtual
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English Livres Spirites en Français  
Jornal O Imortal
Vocabulário Espírita
Biografias
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English Livres Spirites en Français Spiritisma Libroj en Esperanto 
Mensagens de Voz
Filmes Espiritualistas
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Efemérides
Esperanto sem mestre
Links
Fale Conosco
Espiritismo para crianças - Célia Xavier Camargo
Ano 1 - N° 15 - 25 de Julho de 2007


 
O menino e o arco-íris

Toninho era um garoto que, embora não fosse rico, nada lhe faltava.

Tinha tudo! Pais amorosos, uma casa confortável, roupas bonitas e estudava numa boa escola.

Mas Toninho era um garoto que só conseguia ver da vida o que ela tinha de pior. Nas pessoas e nas coisas, procurava sempre o lado negativo.

Se um amiguinho se aproximasse após ter tomado um banho, de roupas limpas, cabelos penteados, ele olhava o outro dos pés à cabeça procurando algo para criticar:      — Que sapatos mais feios!

Em casa, a comida era sempre feita com carinho pela mãe, ansiosa para agradá-lo. Ele provava e já franzia o nariz, exclamando:

— Está uma droga! Muito salgada!

A mãe ficava triste, porém nada podia fazer. Debalde procurava fazê-lo mudar de comportamento, ensinando-lhe que tudo tem seu lado bom e que era preciso enxergar a vida com outros olhos.

Contudo, Toninho não se modificava. Ao contrário, parecia que a cada dia ele estava ficando pior.

Ninguém gostava dele. Os colegas na escola evitavam sua presença, temendo suas críticas. E, com isso, ele foi ficando cada vez mais sozinho e mal-humorado.

Sua mãezinha, preocupada com ele, fazia sentidas preces a Jesus, rogando-lhe a ajudasse a modificá-lo. O que seria dele no futuro se continuasse assim? A vida lhe seria um fardo muito difícil de suportar.

Certo dia, porém, brincando no quintal, ao passar correndo por debaixo de uma árvore, Toninho não viu um galho e esbarrou violentamente nele. De imediato, sentiu uma dor terrível nos olhos, não conseguia abrir as pálpebras e lacrimejava muito.

A mãe levou-o ao médico. Examinando Toninho, o médico acalmou os receios da mãe, dizendo-lhe:

— Graças a Deus não foi nada grave. Os olhos foram arranhados levemente pelo galho. Todavia, há necessidade de manter repouso e ficar com os olhos vendados.

O médico colocou uma pomada, fez um curativo em cada olho, tampando-lhe completamente a visão, depois recomendou:

— Voltem dentro de dois dias.    

Amparado pela mãe, Toninho saiu do consultório médico reclamando.

— Não se lamente, meu filho. Agradeça a Deus, pois você poderia ter ficado cego — considerou a mãezinha, paciente.

Aqueles dois dias foram um tormento para o menino. Chorou, se lastimou, bateu os pés no chão, fez birra, mas acabou se conformando. Afinal, o médico disse que se quisesse sarar, teria que ficar com os olhos vendados.

Naquele período aprendeu até a andar pela casa, embora trombando nos móveis; já conseguia saber se estava fazendo sol ou não, pelo calor no corpo; sentia o perfume das flores, a carícia do vento e tudo o que não se dava importância antes.

No final dos dois dias, estava mais tranqüilo e foi muito satisfeito que, à hora marcada, voltou ao médico.

Ao sair do consultório, após ter retirado os curativos, a emoção foi muito grande ao ver de novo a rua, as pessoas caminhando, os carros no trânsito, o céu, as árvores...

Toninho até chorou de felicidade.

Puxando-o pela mão, a mãe lhe disse:

— Vamos rápido, meu filho. Veja como o tempo está feio. Acho que não tarda a chover mais!

Toninho olhou para o alto, fitando o céu, cheio de nuvens escuras e sorriu, retrucando:

— Não acho que o céu esteja feio, mamãe. Acho até que está muito bonito! E veja o lindo arco-íris que surgiu entre as nuvens! Parece que ele está me saudando e dizendo: “Bem-vindo à vida, Toninho!”.

A mãe o olhou surpresa, ao notar a mudança que se operara nele, e Toninho explicou:

— Sabe, mamãe, estes dois dias me fizeram ver as coisas de outra maneira. Não poder enxergar, ver sempre tudo escuro é horrível, e fez-me dar valor ao que me cerca. Mais do que isso. Entendi que antes, mesmo tendo visão perfeita, na realidade eu enxergava menos do que um cego. Compreendo agora porque a senhora vivia tentando fazer-me mudar de comportamento. Vejo agora que tudo é belo na natureza, as pessoas, as coisas que nos cercam.

A mãe suspirou e, olhando para o Alto, intimamente agradeceu a Jesus a lição que seu filho tinha recebido.

                                                                            Tia Célia

 

Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita