WEB

BUSCA NO SITE

Página Inicial
Capa desta edição
Edições Anteriores
Quem somos
Estudos Espíritas
Biblioteca Virtual
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English Livres Spirites en Français  
Jornal O Imortal
Vocabulário Espírita
Biografias
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English Livres Spirites en Français Spiritisma Libroj en Esperanto 
Mensagens de Voz
Filmes Espiritualistas
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Efemérides
Esperanto sem mestre
Links
Fale Conosco
Crônicas e Artigos
Ano 1 - N° 13 - 11 de Julho de 2007

CRISTIAN MACEDO
cristianmacedo@potencial.net
Porto Alegre, Rio Grande do Sul (Brasil)

As ratoeiras têm a ver com o boi

“...tudo se encadeia, tudo é solidário na Natureza.”

Allan Kardec

Recebi esta historinha pela internet.

O rato, sorrateiro, vê o fazendeiro desembrulhando uma ratoeira. Desesperado, o roedor sai pela fazenda gritando: “Cuidem-se, tem uma ratoeira na casa... tem uma ratoeira na casa.”

A galinha sorriu, e disse: “Ora, por que me preocupar? Ratoeiras devem preocupar só os ratos”.

O porco, um pouco mais sensível, se dirigiu ao ratinho: “Tome cuidado, mas caso algo aconteça com você prometo lhe endereçar uma prece.”

O boi continuou ruminando, não dando a mínima para a apreensão do rato.

O rato sentiu-se só, diante de tamanho risco.

Chegando a noite, a ratoeira funcionou, mas não com o rato. Uma cobra venenosa acabou caindo na armadilha. Seu rabo ficou preso nela.

Quando o fazendeiro foi conferir a ratoeira, sua mulher (um pouco curiosa) acabou sendo picada pela cobra. Foi levada imediatamente ao hospital.

Precisou ficar duas semanas de cama. E para quem se recupera de algo assim, tão grave, nada melhor que uma canja. E lá se foi a galinha.

Os parentes que foram visitar a esposa do fazendeiro tiveram carne de porco nas refeições.

Ao final da difícil recuperação, a mulher do fazendeiro estava intacta. Cheia de saúde e entusiasmo. Para comemorar amigos e parentes foram convidados para um churrasco. E o boi teve que ser sacrificado.  

A indiferença à dor alheia

A indiferença é algo terrível. Somos seres de convivência de afetividade. Precisamos afetar e ser afetados pelos outros. Precisamos de compaixão e solidariedade. Caso contrário, nos tornamos pessoas tristes, amargas e sem vida. 

Muitas vezes já ouvi de pessoas religiosas (aquelas que, teoricamente, deveriam ser as mais compassivas) explicações tolas para sua indiferença à dor alheia. Uns dizem: “É coisa de Deus. Não podemos interferir”. Outros, mais “preocupados” com a felicidade futura dos que sofrem, falam: “Eu não me envolvo para não atrapalhar seu resgate. Isso é karma”.

Pessoas precisando de uma orientação, de um apoio, de amizade... Mas muitas são as desculpas.

Em se tratando de filantropia, aí existe uma desculpa interessante: o medo da cachaça. “Eu não dou dinheiro, senão ele compra cachaça” ou o mais interessante: “Eu não dou comida, senão ele troca por cachaça”.

Fico imaginando os donos de brechó, com um engradado de cachaça nos fundos da loja, para trocar com alguém que traga uma sacola de roupas usadas. É muita criatividade. Bastaria dizer: não quero ajudar e pronto. Afinal, ninguém é obrigado a dar coisas ou dinheiro pra ninguém.

Solidariedade é artigo escasso... que o diga o pobre ratinho.  

Fazer o bem faz bem pra gente

Nossas vidas estão inter-relacionadas. 

Escrevo este texto graças a muitas outras pessoas. A meus pais (por me darem a chance de estar no mundo); ao Maurício de Souza, que criou a Turma da Mônica (e todos aqueles balõezinhos cheios de letras que aguçaram minha curiosidade para a leitura); aos meus professores; aos escritores dos livros que li; aos que construíram este computador; aos amigos que lêem meus textos; ao padeiro (adoro escrever depois de um lanche — a fome me tira a inspiração)...

Tudo o que fazemos está mergulhado numa rede sem fim de relações. Não dá pra visualizarmos começo ou fim... apenas estamos interconectados. Essa é a verdade.

Todo o bem que fazemos ou deixamos de fazer vai interferir no universo, de forma positiva ou negativa. Quando deixamos de fazer o bem, acabamos sofrendo logo adiante. Não por “castigo dos deuses”. Simplesmente porque criamos um ambiente positivo ou negativo a partir de nossas ações ou omissões.

É melhor viver rodeado de amor, felicidade e gratidão do que ter em torno de si raiva, rancor e desejo de vingança.

Ao construirmos um mundo bom, com o bem que a gente faz, é óbvio que colheremos coisas boas. Ajudar as pessoas, dar atenção, respeitar... tudo isso faz com que o bem se espalhe.

Cuidado, galinhas, porcos e bois... tudo tem a ver com tudo, até o risco que corre um pobre ratinho. 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita