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Crônicas e Artigos
Ano 1 - N° 12 - 4 de Julho de 2007

AIGLON FASOLO
aiglon@nemora.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)

Sobre as pesquisas psíquicas
na ex-União Soviética

(Parte 7)

No fim do ano de 1939, uma comissão de cientistas russos convidou Francisco Cândido Xavier para ir à Rússia por 6 meses, para se submeter a vários testes relacionados com seus "poderes". Para isso, além da viagem, pagar-lhe-iam a quantia de trezentos contos de réis, soma que daria, na época, para pagar a construção de 50 casas populares! Chico sentiu-se tentado. Estava quase aceitando quando Emmanuel apareceu e lhe disse: - Se queres ir podes, eu fico!

O governo soviético apoiava a pesquisa de parapsicologia com verbas que orçavam 20 milhões de rublos anuais (aproximadamente 20 milhões de dólares da época, ou, no dias atuais, 80 milhões de euros).

A diferença mais importante entre a pesquisa ocidental e a soviética é que esta última está voltada para o emprego do psi. O seu objetivo é a aplicação tecnológica. No Ocidente, a pesquisa da ESP como um todo só recentemente emergiu dos preliminares do estabelecimento da prova estatística da sua existência.

A pesquisa psíquica na URSS é considerada como um novo campo das ciências naturais, ligado à biônica, à fisiologia, à biologia, etc. Os russos chamam-lhe "bioinformação", "biotelecomunicação", "biocibernética". Os laboratórios de psi nos países comunistas estão nas universidades, nos institutos de tecnologia, nas faculdades. A pesquisa do psi é feita geralmente por cientistas puros. A pesquisa da telepatia é vista com bons olhos por muitos níveis de cientistas, desde os tecnologistas até membros da elite da Academia Soviética de Ciências. No Ocidente, a pesquisa da ESP tem sido uma enteada da psicologia, mal tolerada pela comunidade acadêmica. Praticamente não se lhe concedeu espaço algum nas universidades.

Os soviéticos utilizam o enfoque de grupo da ESP, reunindo especialistas de muitos campos diferentes, a fim de proporcionar uma pesquisa interdisciplinar completa. Há cooperação também entre cientistas do bloco comunista. No Ocidente, os cientistas do psi tendem a trabalhar isoladamente, ou com um ou dois colegas do mesmo campo. A divisão entre os pesquisadores ocidentais é assombrosa.

Diferenças entre a pesquisa soviética e a ocidental - Os soviéticos estão bem informados acerca da pesquisa ocidental. Sabem tudo o que é possível saber a respeito de médiuns como Cayce, Croiset e Serios, e estão familiarizados com o trabalho parapsicológico científico positivo que se realiza no Ocidente. Os ocidentais, em compensação, pouco ou nada sabem sobre os médiuns ou as pesquisas soviéticas.

A pesquisa soviética fundamental do psi é fisiológica. O trabalho ocidental, em regra geral, é estatístico, psicológico ou filosófico. A pesquisa soviética, altamente especializada, tem menor amplitude de campo. O nosso trabalho, mais vasto, abrange as humanidades, a religião, a psiquiatria, a filosofia. A pesquisa ocidental do psi tem oitenta anos atrás de si e uma riqueza de informações que os soviéticos já assimilaram em proveito próprio.

Não existe uma publicação soviética específica dedicada à parapsicologia. Publicações semipopulares trazem artigos de ordem geral sobre o psi; publicam-se, porém, artigos científicos em revistas científicas apropriadas ao campo — cibernética, biologia, etc. Os institutos soviéticos publicam, periodicamente, coleções de artigos sobre trabalhos de parapsicologia. No Ocidente, os parapsicólogos raramente são bem recebidos pelas revistas científicas.

Não se pode deixar de notar o entusiasmo contagioso dos parapsicólogos soviéticos, a sua acessibilidade a novas idéias, o seu arrojo, a sua disposição para estudar esquírolas esquecidas de conhecimentos. Talvez os atraia a novidade do campo. Talvez a longa e inamovível hostilidade de acadêmicos e cientistas tenha tido um efeito mais estultificante sobre os nossos parapsicólogos do que a repressão política direta, ocasionalmente enfrentada pelos seus colegas soviéticos.

Alguns cientistas comunistas possuem capacidades psíquicas e não se vexam de falar nelas. Os pesquisadores ocidentais parecem ter medo de confessar a posse de um talento psíquico. Quase todos os pesquisadores soviéticos dão a impressão de haver tentado desenvolver dentro em si mesmos uma sensibilidade ao domínio psíquico, como os nossos psiquiatras precisam aprender alguma coisa das próprias complexidades antes de poder trabalhar com outros. Na Rússia, a atmosfera das relações com os médiuns está mais próxima da dos soberbos conservatórios musicais ou escolas de balé, em que os cientistas procuram constantemente melhores maneiras de aperfeiçoar, estimular e realçar talentos, do que do enfoque cético, tantas vezes encontrado no Ocidente, e que se poderia traduzir por esta frase: "Mostre-me, e mostre-me à minha maneira".

Até recentemente, o ímpeto que sacudia grande parte da pesquisa psíquica ocidental vinha de indivíduos ou fundações particulares, que buscavam respostas ao problema da vida após a morte ou uma filosofia religiosa. Esse trabalho oferecia valiosa compreensão da estrutura inconsciente da psique e de outras dimensões. "Nos países comunistas, as pessoas aceitam a parapsicologia de modo mais realístico, como campo de significação científica potencial", diz o Dr. Ryzl. A motivação é menos espiritual.

Posição da parapsicologia na ex-União Soviética - A intenção de Sheila Ostrander e Lynn Schroeder, autoras de "Experiências Psíquicas Além da Cortina de Ferro", obra que estamos examinando neste espaço, não foi avaliar o estudo espinhoso e, em muitos casos, extraordinário do psi no Ocidente. Bibliotecas inteiras têm sido escritas sobre ele e muitos outros livros surgirão, sem dúvida, à proporção que se desenvolver o trabalho nesse campo. Elas tentaram simplesmente avaliar a pesquisa psíquica soviética e as áreas em que ela se avantaja sobre o que se faz no Ocidente.

Tentar sondar a ESP soviética e "tudo o que ela significa" é extremamente complexo. Na União Soviética se misturam, ao mesmo tempo, o atraso e um estupendo progresso. À medida que um número cada vez maior de aspectos da ESP na Rússia começava a desdobrar-se diante delas, no correr de sua viagem, não puderam elas deixar de pensar num comentário feito pelo empresário norte-americano Sol Hurok. Famoso por haver levado artistas russos ao Ocidente, Hurok explicou: "Se fosse fácil, todo o mundo o faria".

De certo modo, isso parecia aplicável à tentativa para compreender a natureza da telepatia e a atividade soviética no domínio da ESP. Como diz George Kennan, o ex-embaixador norte-americano na Rússia: "Só pode haver graus de ignorância a respeito da Rússia".

"A nossa conclusão parece justificada", afirma o Dr. Ryzl, que já foi membro da Academia de Ciências tcheca. "A parapsicologia nos países comunistas e sobretudo na URSS ocupa uma posição forte. Podemos esperar que ela se desenvolva com determinação."

O eminente parapsicólogo alemão Dr. Hans Bender, chefe do Departamento de Psicologia da Universidade de Freiburg, fez inúmeras visitas aos laboratórios soviéticos de ESP. Já em 1964, dizia ele à escritora Norma Lee Browning: "Creio que as experiências de telepatia atrás da Cortina de Ferro podem ser mais significativas do que supomos".

Insigne físico norte-americano, o Dr. Joseph H. Rush, referindo-se à obra de Vasiliev, escreveu: "Se este livro [soviético] não estimular algumas novas linhas de pesquisa no Ocidente, o azar será nosso".

O sigilo que cerca algumas pesquisas soviéticas lhes dificulta a avaliação exata. Não obstante, tudo faz crer que os soviéticos estão muitos anos à frente dos americanos em certas áreas da parapsicologia técnica. Estão na frente em descobrimentos relativos à essência física do ser humano e à maneira pela qual o psi funciona em nós e através de nós. Estão na frente no esforço concentrado por descobrir a energia básica que existe atrás do psi. Estão na frente nas tentativas para controlar certos fatores variáveis, como a influência do tempo magnético durante os testes de psi. Parecem estar na frente na procura e na criação de condições que libertem o potencial de psi presente em todo ser humano. (Continua no próximo número.)   


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita