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Crônicas e Artigos
Ano 1 - N° 11 - 27 de Junho de 2007

LEONARDO MACHADO
leo@leonardomachado.com.br e
www.leonardomachado.com.br
Recife, Pernambuco (Brasil)

Aprendendo com o jantar da raposa
e da cegonha

Conta Esopo (1) que existiam uma raposa e uma cegonha bastante amigas.

Certa vez, a raposa convidou a cegonha para jantar em sua casa. Dizia ela que seria um jantar para selar a amizade das duas, e, por isso, não poderia aceitar um não como resposta.

A cegonha aceitou, pois, a gentileza. Contudo, na realidade, a canídea queria pregar uma peça na ave, e, assim, planejou servir uma suculenta sopa, porém em um prato raso, e o fez, na hora aprazada.

Logicamente, a mamífera tomou, sem dificuldades, toda a refeição, mas a pobre cicônia, devido ao seu bico ser muito comprido, mal conseguiu tomar uma gota, e, assim, voltou para casa, depois do jantar, morrendo de fome.

A carnívora, obviamente, fingiu preocupação, perguntando, um tanto quanto ironicamente, se a sopa não estava a gosto da amiga cegonha. Essa, entretanto, porque mais sábia, nada disse, apenas agradeceu a ocasião simpática e, externou, outrossim, a vontade de retribuir, no dia imediato, o jantar, o que foi aceito, de bom grado, pela raposa.

Na noite seguinte, pois, assim que chegou na casa da ave, a canídea se sentou à mesa lambendo os lábios de fome, e, também, curiosa para ver as delícias que a outra ia servir.

Dentro em pouco, o jantar foi servido, contudo, para a surpresa da carnívora, em uma jarra alta, de gargalo estreito, no qual a cegonha podia beber sem o menor problema, e a raposa, amoladíssima, não tinha outra saída, a não ser lamber as pequenas gotas de sopa que escorriam pelo lado de fora da jarra.

A canídea tinha aprendido a lição que a cegonha queria lhe ensinar. E, por isso, quando de volta para casa, igualmente com fome, pensava de si para consigo mesma:

- "Não posso reclamar da cegonha. Ela só me fez aquilo que eu lhe fiz anteriormente".

Com semelhante fábula, simples exteriormente, conseguimos aprender uma lição profunda interiormente. Tão importante que o Mestre Jesus, mais tarde, colocaria como sendo o resumo de todas as leis e de todos os profetas, (2) quando dissera "fazei aos homens tudo o que queirais que eles vos façam, pois é nisto que consistem a lei e os profetas", ou, ainda, quando recomendara "tratai todos os homens como quereríeis que eles vos tratassem". (3)

Na sociedade tão competitiva como a dos dias de hoje, o respeito parece querer se esconder tímido. Contudo, ele nunca ficará totalmente encoberto, já que, estando em a Lei do Pai, é eterno, sendo, ainda, um pré-requisito para a obtenção da capacidade de amar verdadeiramente.

Dessa maneira, com exceção da fábula, vê-se que, em a natureza, tudo é harmonia, já que as relações ecológicas são permeadas dessa virtude sacrossanta. E, nesse ínterim, só a espécie Homo Sapiens não consegue se enquadrar, quebrando, conseqüentemente, a sutil cadeia harmônica do ecossistema.

Tal desrespeito, porém, para com o meio ambiente, nada mais é do que um reflexo do intenso turbilhão aflitivo em que vive o homem. E, como o meio não é, apenas, permeado de vegetais, o ser humano desrespeita, igualmente, o seu semelhante. Paradoxalmente, ao se analisar os diversos espécimes animais, ver-se-á que, dentro deles, não há semelhantes atitudes.

Na história contada, observa-se um quadro de rotina. E poder-se-ia perguntar: "e o respeito não é, somente, para os grandes feitos homéricos?".

Em absoluto. A virtude ensinada por Cristo em tais passagens evangélicas não é destinada, somente, para as horas extraordinárias, mas, sobretudo, para aquelas ordinárias do dia-dia, já que são essas que geram no "eu" espírito, pela constância do hábito, tal sentimento divino.

Só existem os grandes erros porque há aqueles menores.

Desse modo, tenhamos em vista que respeitar é seguir essa máxima de Jesus em todos os âmbitos da vida, e, sendo assim, tentemos colocar em prática tal ensinamento, pois "não podemos encontrar roteiro mais seguro que tomar para padrão, do que devemos fazer aos outros, aquilo que para nós desejamos". Fazendo isso, destruiremos o egoísmo, e, conseqüentemente, "os homens compreenderão a verdadeira fraternidade". (4)

1 ESOPO. Fábulas. São Paulo : Editora Martin Claret, 2005.
2
São Matheus 7:12.
3
São Lucas 6:31.
4
KARDEC, ALLAN. O Evangelho segundo o Espiritismo.112.ed. Rio de Janeiro : FEB, capítulo XI, ponto 4.


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita