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Crônicas e Artigos
Ano 1 - N° 1 - 18 de Abril de 2007

JORGE HESSEN
jorgehessen@gmail.com
Brasília, Distrito Federal (Brasil)

Espiritismo,
cento e cinqüenta anos de
 convite ao amor
 

Influenciada pelos ideais do Iluminismo e da independência norte-americana de 1776, a Revolução Francesa foi o conjunto de acontecimentos que, entre maio e dezembro de 1789, proscreveu a estrutura do Antigo Regime (Ancien Régime) e a autoridade do clero e da nobreza, alterando o quadro sociopolítico e religioso da França. Meio século depois, também no palco do famoso evento, o professor Rivail, com o concurso dos Espíritos,  publicava o livro que demarcaria o início de outra grande revolução aos franceses e ao mundo. Desta vez uma revolução profunda, contínua e silenciosa, por ocorrer na intimidade de cada indivíduo.

Estava sendo apresentada à Humanidade numa belíssima manhã de primavera iluminada pelo Sol, a 18 de abril de 1857, no majestoso Palais Royal, Rua de Rivoli, Galeria d’ Orleans, 13, na Livraria E. Dentu a revolucionária publicação de O Livro dos Espíritos, contendo os princípios da Doutrina Espírita. Nesse proscênio surgia o Espiritismo. Nascia, juntamente com O Livro dos Espíritos, o ínclito mestre Allan Kardec.

O Livro dos Espíritos é considerado por muitos estudiosos como a obra mais avançada de Filosofia de que se tem notícia, tratando de assuntos que tocam todos os ramos do conhecimento. Com ele inaugura-se a "era do Espírito e da Fé raciocinada".  Um dos pontos altos do livro é o ensinamento lei das vidas sucessivas, objetivando demonstrar que o Espírito não encarna uma só vez, mas tantas e quantas forem necessárias a fim de se tornar um Espírito perfeito e portador das mais nobres qualidades morais e espirituais.  

Cento e cinqüenta anos se passaram e neste momento em que a divulgação na mídia, em especial no cinema e na televisão, se destaca como fator de propaganda doutrinária, constituindo novo campo de disputa no espaço público, o Espiritismo vem alargando sua inserção social entre as camadas de classes sociais de todos os matizes. Os resultados dessa difusão identificamos nas pesquisas realizadas em 1998 pelo Instituto Gallup, onde se constatou que 45,9%, ou seja, quase metade dos católicos que dizem freqüentar semanalmente serviços religiosos afirmam "acreditar na reencarnação". Noutra pesquisa realizada em 2000 em cinco metrópoles brasileiras: 55,7% dos entrevistados disseram "acreditar em vida após a morte", sendo que 35,8% destes afirmaram crer na reencarnação. Isso é reflexo inequívoco da silenciosa revolução espírita no tecido social brasileiro.

Doutrina de educação moral e de liberdade, propõe a revisão de valores comportamentais, assumindo-se valores verdadeiros e imorredouros como a humildade, honestidade, dignidade, amor ao próximo e outras virtudes, como sendo a fórmula revolucionária de melhoria progressiva da Humanidade.

Nestes 150 anos, quando muitos se movimentam para comemorações ao longo de 2007, oportuno advertir que não bastam as manifestações exteriores alusivas ao sesquicentenário do Espiritismo e as reuniões de congraçamento de grande número de pessoas. Mais importante de tudo será o alcance em profundidade que essa mensagem de renovação e de esperança se dê em nós, para que nos movimente a intimidade, impulsionando-nos no dia-a-dia para uma vivência em plena consonância com as proposições de Jesus.

Para esse mister torna-se imperioso mantenhamos o Espiritismo com a pureza essencial, aos moldes do Cristianismo nascente, sem permitir sejam incorporadas práticas estranhas ao projeto dos Espíritos Superiores.

A unidade doutrinária foi a única e derradeira divisa de Allan Kardec, por ser a fortaleza intransponível do Espiritismo. Para tornarmos  o Espiritismo inexpugnável urge munir-nos contra a infiltração nas fileiras espíritas de ideologias discutíveis, ligadas a movimentos incompatíveis com os sãos princípios e com as finalidades essenciais da Doutrina. Por essa razão, e por não ser tarefa das mais fáceis, as federativas estaduais ainda encontram extremas dificuldades de realizarem o ideal da Unificação sonhada por Kardec e Bezerra de Menezes na Pátria do Evangelho.

Tão firmes são os fundamentos espíritas que, apesar do enorme avanço dos conhecimentos científicos na segunda metade do século XIX e no século XX, não houve necessidade de ajustar a Doutrina Espírita a quaisquer verdades ou descobertas novas. Os espíritas estudiosos sabem que muitos dos ensinos doutrinários constituem-se em antevisões de realidades que só futuramente serão reconhecidas pelos diversos departamentos científicos a que se dedica o homem. Isto não significa que o Espiritismo seja obra pronta e acabada, porém que não pode e não deve ser mutilada em seus princípios.

Cento e cinqüenta anos se passaram de convite ao amor e à instrução à luz da Terceira Revelação. Atualmente são milhões, em todos os quadrantes do Globo, aqueles que aceitam a convocação, penetram o conhecimento da vida em sua máxima amplitude e grandeza, e estão trabalhando proficuamente para a grande reforma moral, numa revolução silenciosa, porém constante, rendendo  preito de gratidão ao Espiritismo,  por tudo o que ele já fez pela humanidade.

Roguemos a Deus cubra de bênçãos o Movimento Espírita mundial, a fim de que cada Centro Espírita, cada organização espírita, através dos espíritas, continuem a brilhar suas luzes, indicando roteiro seguro para a caminhada do homem não somente para os próximos 150 anos, mas  para os próximos milênios.


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita